sábado, 21 de abril de 2012

FUTURO MUITO INCERTO NA COMUNICAÇÃO SOCIAL TOMARENSE



A terrível crise que nos assola -a mais grave desde 1929/32- atinge todas as actividades e praticamente todos os cidadãos. Naturalmente a uns mais do que a outros. Não é possível desfrutar em simultâneo do melhor de dois mundos. Por isso mesmo, a formigas têm sempre muito menos problemas do que as cigarras. Mesmo desde que estas últimas começaram a consumir apenas cigarros com filtro.
Em Tomar, infelizmente passada a época das farturas, das vacas gordas, do deixa arder que é na cortiça, do só perde é quem tem, a penúria está por todo o lado. Prédios em ruínas, ruas porcas, jardins mal cuidados, estabelecimentos fechados, desemprego, insegurança, desespero, miséria... E a culpa não é só dos autarcas que temos tido e temos. Para mal dos nossos pecados, a peculiar mentalidade dominante em Tomar, particularmente alguns comportamentos nitidamente patológicos, já contribuiram e muito para nos arrastar até aqui. E ainda nos virão a causar muitos outros dissabores. Está muito enganado quem cuida que as coisas se resolvem aos gritos, com palavrões, caluniando, dando pontapés em tudo. Até na gramática e no bom-senso.
Havemos de conseguir renascer mais cedo ou mais tarde. Nós, os nossos filhos ou os nossos netos. Mas será com trabalho, persistência, honestidade, humildade e muito realismo.
Numa cidade ferida de morte pela crise, se entretanto nada vier a ser feito para mudar de rumo, a comunicação social não podia passar incólume pelos intervalos da chuva. Com muito menos publicidade, com menos vendas nos quiosques e com assinantes que se vão esquecendo de honrar os seus compromissos, naturalmente por "falta de oportunidade", tanto as duas rádios como os três jornais nabantinos atravessam um período de forte incerteza.  No caso concreto das rádios e dos dois semanários, há  salários em atraso, por manifesta falta de liquidez, bem como alguns empregados que já resolveram solicitar o subsídio de desemprego. 
Como em casa onde falta o pão, todos ralham e ninguém tem razão, ocorrências de índole particular têm complicado singularmente as coisas num dos semanários, enquanto no outro também pode vir a estar em causa a normal continuidade da publicação quando a chefia de redacção se afastar durante pelo menos dois meses, ao abrigo da legislação laboral em vigor.
Resumindo: Anunciantes! Ajudem a comunicação social local! Liquidem o que devem quanto antes! Assinantes! Vamos lá pagar logo que possível! Autarcas! Não é possível ajudar? Se calhar acabando com o boletim/agenda cultural e passando a publicitar na imprensa e na rádio... Fica o apelo.
Parafraseando o senhor presidente da câmara: "São muitas famílias que estão em causa".

ACTUALIZAÇÃO:


Telefonou o director da Rádio Hertz, esclarecendo que por enquanto não tem salários em atraso. Reconheceu contudo que são cada vez mais as dificuldades. A tal ponto, acrescentou, que até já há pelo menos uma autarquia (que não é a de Tomar, em geral cumpridora), seriamente atrasada na liquidação de facturas daquela emissora.. Indicou também que tem um débito antigo, com cortinas!
Fica portanto o esclarecimento. Na Rádio Hertz salários em dia! 

Sem comentários: