segunda-feira, 2 de abril de 2012

A Mata e os mata-esperança - 1

 
As novas instalações sanitárias da Mata. No primeiro plano o balcão de atendimento, cuja utilidade ainda ninguém descobriu. Tal como acontece com o paredão da Rotunda.

O novo talude e, no primeiro plano, a nova via de acesso ao terreiro para veículos pesados. Na melhor das hipóteses poderá vir a servir para aí uma ou duas vezes por ano. Se tanto...

A Casa do Guarda e o muro leproso

Tem sido muito badalada nestes últimos tempos a Mata dos Sete Montes -a antiga Cerca Conventual. Tomar a dianteira andou por lá e regressou com imensas preocupações quanto ao futuro. Neste primeiro texto vamos ficar pelo que resultou e pelo que se pode considerar útil mediante alguns aperfeiçoamentos.
As obras da Envolvente ao Convento e da Ligação Pedonal ao Castelo são duas ideias excelentes, ainda do consulado de António Paiva. Infelizmente, por falta de adequado planeamento e de profícuo debate, acabaram trucidadas pela ganância e pela execução tipo "pró quié, bacalhau basta!" Mais precisamente, as casas de banho são úteis, mas era evitado gastar dinheiro a edificar uma recepção que não serve para nada. Outro tanto acontece com a Casa do Guarda. Para além do lamentável e chocante contraste entre a alvura da parede restaurada e do muro leproso e abandonado, o Centro de Interpretação Ambiental é mais uma bizarria estapafúrdia, que vai custar aos contribuintes para cima de 1500 euros mensais (vencimentos de funcionários, limpeza, energia, consumíveis, conservação), sem qualquer retorno negociável. Ainda assim, um melhoramento aceitável. Desde que mandem quanto antes picar, rebocar e pintar o muro leproso, que é uma vergonha para todos nós, porque denota burrice e desmazelo. E que mantenham a casinha fechada, pois ficará muito mais em conta, para resultado praticamente idêntico.
Temos por conseguinte dois melhoramentos já elencados. Um útil para as necessidades físicas, outro dispensável para as do espírito, uma vez que já se foram e não voltarão as vacas gordas e as farturas. Com alguma boa vontade podemos acrescentar a calçada da entrada e o Parque Infantil. Quanto a este, como já assinalou o vereador PS Luís Ferreira, a escolha do equipamento não foi a mais adequada e falta completar o trabalho de instalação. Ou o usual piso sintético, ou a caixa de areia, requisitos obrigatórios, cujo não cumprimento pode vir a implicar o encerramento compulsivo pela ASAE, uma vez que não respeita o que está legislado.
Para terminar, aquele talude com estacaria, que faculta um novo acesso ao terreiro onde desde há décadas se fazem espectáculos. Trata-se de um claro exemplo de melhoramento para os senhores funcionários. Como sucede com as portas de vidro em tudo o que é edifício público (mesmo Património da Humanidade), para lhes evitar eventuais pneumonias e outros achaques. Neste caso, podendo os meios de transporte vir agora até ao terreiro, como geralmente são basculantes e dotados de monta cargas, os assistentes operacionais poderão ficar-se pela assistência, quando anteriormente eram forçados a operar... É o país que somos!

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