segunda-feira, 2 de abril de 2012

A Mata e os mata-esperança - 2

 Foto 1

 Foto 2

Foto 3

Foto 4

Além do referido no texto anterior, cumpre reconhecer que tem vindo a ser feito algum trabalho na área da limpeza e manutenção da Mata dos Sete Montes, tanto nos caminhos como no coberto vegetal. Largamente insuficiente porém, como se pode constatar na foto 1. Alguns dos caminhos, como por exemplo o da fotografia, ficarão intransitáveis logo após as primeiras chuvadas. Contudo, o que mais preocupa e choca este vosso escriba  é o recurso deliberado a onerosas obras de fachada, com evidente prejuízo de reparações indispensáveis. As fotos 2 e 3 mostram o muro de suporte a poente do Tanque da Cadeira d'El-Rei, uma obra do século XVII. Pois está assim escorado há mais de 15 anos, para vergonha de quem o vê e paga pontualmente os seus impostos e contribuições.
Para obras de fachada, tipo arranjo da Casa do Guarda ou a Ligação pedonal Cidade-Castelo pela Mata, houve dinheiro. Para uma pequena mas indispensável e urgente reparação, nicles. Pior ainda, no caso da já referida ligação pedonal, um dos principais argumentos apresentados na candidatura ao QREN foi que se aproveitariam as obras para fazer a ligação dos esgotos conventuais à rede de saneamento urbano. Pois não senhor! Tratou-se apenas de mais um vigarice para tentar intrujar os europeus. Os esgotos do convento continuam a desaguar na Mata a céu aberto, como mostra a foto 4. Excelente terreno para uma horta biológica, não é assim? 
Imaginemos uma pequena ficção.  Milhões e milhões de turistas viajam pelo Mundo, por vezes transportando involuntariamente consigo doenças raras na Europa, como o dengue, a doença do sono ou a febre hemorrágica (Ébola). Há no Convento várias casas de banho, não só para as quase quatro dezenas de funcionários do monumento, mas também para os visitantes. Suponhamos que um dia destes determinado visitante, contaminado sem o saber pelo virus Ébola, resolve aliviar-se de liquidos e sólidos nos sanitários conventuais. As seus dejectos viajam até à Mata, onde são um petisco muito apreciado por aquelas moscas varejeiras, cinzentas, azuis ou verdes. Inesperadamente, uma dessas moscas, já contaminada com o dito virus, poisa nos lábios de uma infeliz criatura, que em má hora de agoirado dia por ali decidiu passar, rumo ao Convento. Quem me lê  fará o favor de imaginar o resto...
Resumindo. Em pleno século XXI, na Europa Ocidental e numa mata nacional onde já foram gastos mais de 300 mil euros em obras de duvidosa qualidade e questionável pertinência, continua a haver esgotos a céu aberto, extremamente perigosos para a saúde pública. Visite Tomar! Capital do turismo de qualidade! Muito duvidosa, como se vê!

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