sábado, 14 de abril de 2012

No melhor pano...


As "gralhas" foram em tempos uma verdadeira praga na imprensa escrita. Os rascunhos eram então manuscritos, muitas vez com caligrafias só ao alcance dos mais calejados ou dos especialistas em hieróglifos, pelo que os compositores manuais, mais tarde linotipistas, passavam verdadeiros martírios para transformar autênticas charadas em textos legíveis. A composição electrónica acabou com tudo isso e infelizmente também com os linotipistas. Algumas gralhas, porém, conseguiram sobreviver, acompanhadas pelas impropriedades de linguagem resultantes da falta de adequada preparação humanística dos novos jornalistas. Isto para já não falar de alguns semanários de província, cujos anúncios são por vezes assaz curiosos, como por exemplo estes dois: "Vende-se burro. Trata o próprio. Tel...." "Vende-se propriedade agrícola, com duas casas de banho. Tel..."
O que certamente ninguém esperava era que a distinta REVISTA do respeitável e distinto EXPRESSO também pudesse ser poiso para uma arreliadora gralha, um lapso afinal. A provar que só não erra quem nada faz e que mesmo no melhor pano pode cair a nódoa.
Na edição desta semana, na reportagem sobre a Fundação da Casa de Bragança, pode ler-se, na página 16, o texto acima reproduzido. ..."A Fundação é proprietária de mais quatro castelos no Alentejo, entre os quais o de Ourém."
Ourém no Alentejo?!? E porque não Juromenha no norte do Ribatejo?!?

Sem comentários: