quarta-feira, 4 de novembro de 2009

EM S. JOÃO, DESABAMENTO E SOLUÇÃO

Muitos curiosos esta manhã junto aos Estaus para verem o resultado do desabamento de parte do beirado daquela construção multicentenária. Apesar do imprevisto e do estrondo provocado pela queda, não houve acidentes pessoais a lamentar. Quanto ao Café Arcada, sofreu estragos no toldo mas continuou a funcionar com acesso pela porta lateral.
Um especialista, contactado por Tomaradianteira, opinou que são por assim dizer normais estas ocorrências em prédios antigos, sobretudo quando não é respeitado o chamado "efeito balanceiro", como no caso presente. Ante a nossa ignorância, acrescentou que o dito efeito consiste em colocar, na parte das telhas apoiadas no topo da parede, um peso superior ao da parte suspensa, o que não foi respeitado no caso presente aquando da última reparação do telhado. Foram colocadas placas onduladas de fibrocimento debaixo das telhas do telhado, ficando os beirais "desacompanhados" e sem suficiente apoio compensador. Dado que o beiral nem sequer estava acompanhado com cimento, mas apenas com massa tradicional de saibro ou de cal, a derrocada era apenas uma questão de tempo. Estamos sempre a aprender...
Recorde-se que os Estaus são uma construção do século XV, mandada edificar pelo Infante D. Henrique, que se destinava a albergar as pessoas de passagem. Uma estalagem, portanto, como indica a sua designação que é o plural do catalão estal, exactamente a origem de estalagem. Sucessivamente alterados e destruídos na sua maior parte, as paredes mestras do que resta são no entanto de origem.
Entretanto, quando se pensava já num "desabamento provocado", seguido de nova eleição, na Junta de Freguesia de S. João Baptista, o bom-senso acabou por impôr-se. Segundo o vereador Luís Ferreira, já foi conseguido um acordo que viabiliza o normal funcionamento daquele órgão autárquico. Agora só falta saber quais os precisos termos do dito. (ver www.vamosporaqui).

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