COLABORAÇÃO DA LIVRARIA CLIPNETO
Estamos ainda na ressaca do longo período eleitoral, alguns a tentar digerir resultados algo pesados e inesperados, e já se aproximam o Natal e o Ano Novo. Não é por isso de estranhar que a imprensa local e regional praticamente nada inclua de extraordinário. É a tradicional acalmia da trégua dos confeiteiros, que vai durar até meados de Janeiro.
Assumindo a tarefa ingrata de emendar lapsos de gente amiga, começamos pelo nosso decano CIDADE DE TOMAR, que nesta edição dá à estampa duas inverdades. Sem importância de maior e manifestamente involutárias, mas ainda assim inverdades. Uma logo na página 2, intitulada "Lajes em vez de piso arenoso". Ao contrário do que ali se escreve, a autarquia não mudou nem um milímetro. Aquele sector onde agora estão a colocar o lajedo ficou sem gravilha logo de início, exactamente para permitir o assentamento das pedras. O resto do terreiro vai continuar como está. O outro lapso está no "Conto turístico", na penúltima página, e aparece pela segunda vez em poucas semanas. Tomem nota por favor: Onde se lê pelourinho, deve ler-se padrão ou obelisco. Pelourinho só há um em cada concelho ou ex-concelho, normalmente em frente dos Paços do Concelho. O nosso está no largo do mesmo nome, uma vez que na praça do município está o Gualdim.
Ainda em CIDADE DE TOMAR, a manchete "Taxas municipais mais elevadas em Tomar do que em Torres Novas." Foi o presidente dos torrejanos e do Médio Tejo que o disse, mas já cá se sabia há muito tempo. Pois se os senhores da maioria autárquica até têm tido o curioso e ilegal hábito de ordenar o empolamento das receitas, para depois poderem aumentar as ditas taxas, uma vez que estas são indexadas àquelas, estavam à espera de quê ? Os tomarenses e outros moradores do concelho que continuem a não se mexer para nada, que logo verão onde isto vai parar. E nós também, que é aquilo que mais nos incomoda.
O TEMPLÁRIO faz manchete com uma entrevista ao mordomo da Festa Grande de Tomar, João Victal, bem como com "Candidata aos "Ídolos" não desiste do sonho - Dina Mendonça fala sobre a sua participação na SIC".
As declarações de João Victal, por quem temos estima e consideração, ocupam duas páginas e são geralmente consensuais. Há, todavia, uma excepção: O mordomo da festa de 2007 afirma a dado passo "Essa ideia de fecharem as ruas e obrigar a que as pessoas paguem para ver o cortejo, isso não estou de acordo, porque para todos os efeitos é uma festa religiosa, do Espírito Santo."
Tem toda a razão João Victal quanto à natureza da festa. Já quanto ou resto, provavelmente o melhor será ponderar devidamente TODAS AS CIRCUNSTÂNCIAS, antes de adoptar uma posição. O facto de se tratar de uma festa religiosa não impede que se possa pagar para assistir. Basta pensar que as missas também são religiosas, não são sequer festas, mas os católicos pagam para que as celebrem. E depois ainda há os ofertórios. De qualquer modo, alguém terá de pagar a festa. Ou directamente, com as entradas pagas, ou indirectamente, através dos impostos, que tanta falta fazem noutros sectores. E depois a época é de crise, sem que se vislumbrem melhorias a curto ou médio prazo. Nestas condições, a pergunta deve ser unicamente "Queremos festa ou não ?" Mas só depois de fixarmos objectivos para a sua realização. Não podemos, enquanto comunidade, continuar a fingir que somos ricos e a gastar como se o fôssemos em actividades não essenciais. Em festas, por exemplo.
"União de Tomar na lista dos devedores ao fisco", escreve O MIRANTE ao fundo da primeira página. Uma fotografia da festa dos caloiros do IPT, com o respectivo texto explicativo, ocupa toda a página 3 do mesmo semanário, que publica curiosas declarações do padre José Luis Borga, ex-pároco de Tomar. Diz o sacerdote, entre outras coisas, que "o casamento é o último passo antes do divórcio." Está tudo na página 24.
"Há corrupção em Portugal e há que fazer justiça com rapidez", afirma Paulo Fonseca, novo presidente da Câmara de Ourém, numa entrevista de três páginas, igualmente n'O MIRANTE.
Para a semana haverá mais. Até lá, sejam felizes e activos na defesa da cidadania. E olhem que isto nunca mais vai melhorar, se continuarmos a nada fazer para que isso aconteça. É totalmente inútil limitar-se simplesmente a aguardar.
1 comentário:
Sou leitor assíduo da imprensa local e nacional há vários anos e a falta de qualidade do conteúdo a que chegou o Cidade de Tomar faz com que cada vez mais me arrependa de o adquirir. Talvez fizesse bem uma mudança da equipa editorial. O Templário vai pelo mesmo caminho mas sempre se lê mais qualquer coisita. Estará relacionado com a saída da Isabel Miliciano do PSD? Mas o marido está ligado a outros interesses...
Tomar precisa de se libertar dos interesses instalados...
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