quinta-feira, 19 de novembro de 2009

CHEIRA MAL, CHEIRA A MATÉRIA FECAL

Exactamente. Cheira a isso que está a pensar, ali para os lados da Rua de Gil de Avô e da travessa do mesmo nome. Mesmo à entrada da Padaria Combatente, por exemplo. Porém, como em português polido não fica bem usar certas palavras, mesmo contextualizadas, optou-se por matéria fecal. Como se diz por aí, vai dar ao mesmo e não choca. Porque nesta época de crise que atravessamos, é preciso é não chocar. O resto logo se vê.
A notícia insólita foi difundida pela Radio Cidade de Tomar "on line", num trabalho do incansável reporter Manuel Subtil, sendo depois retomada pelo nosso confrade Nabantia. Há cheiros nauseabundos em plena cidade antiga, precisamente em vias públicas cuja rede de saneamento foi renovada há muito pouco tempo.
Lá se vai mais algum do já abalado prestígio do ex-presidente António Paiva. A única obra realmente útil e prioritária do seu reinado, afinal foi mal executada. Erros do projecto ? Do caderno de encargos ? Deficiente planeamento ? Falta de adequada fiscalização ? O certo é que as consequências nefastas aí estão. E a solução não parece muito fácil.
Como é do conhecimento dos interessados por estas coisas, as obras recentes consistiram em instalar, entre outras condutas técnicas, uma rede de saneamento de duplo emissário, um para as chamadas águas pluviais (chuva, ruptura acidental, lavagem da rua), outro para os esgotos domésticos. O problema apareceu quando se tratou de ligar os ramais de cada casa, pois nas já recuperadas também há dois colectores, enquanto nas antigas existe apenas um. Foi assim que algum ou alguns destes colectores únicos foram ligados, sabe-se lá porquê, ao emissário das águas pluviais. Agora o mal está feito e, quanto mais tempo passar, pior vai ser o cheiro ambiente, uma vez que, ao contrário das antigas sargetas, os novos sumidouros não têm sifão.
Agora resta à autarquia, através dos SMAS, arranjar coragem e folga orçamental para proceder à indispensável e urgente superação de tal estado de coisas. De acordo com um técnico sanitarista, há três caminhos possíveis: 1 - Pôr à vista todos os ramais das vias referenciadas e verificar qual ou quais a ligações que devem ser alteradas; 2 - Abrir as caixas de visita e, com a colaboração dos habitantes, despejar uma tinta marcadora casa a casa, de forma a determinar onde se situa cada uma das ligações dos esgotos domésticos ao colector pluvial, para posterior levantamento do pavimento e respectiva religação; 3 - Colocação de sifões "pescoço de camelo" em todos os sumidouros que os não tenham ainda. Segundo o nosso interlocutor a hipótese 3 é de longe a mais barata, a mais rápida, e a mais eficaz. Que saibamos, o nosso amável conselheiro não vende nem instala sifões... Mãos à obra senhores autarcas ?

8 comentários:

Frei Gualdim disse...

É bom ver que os conhecimentos de António Rebelo também são de um experiente engenheiro sanitarista...

Anónimo disse...

Pergunto-me, será que há alguma coisa de jeito nesta cidade?
No entanto, lembro-me sempre da história de um grande amigo que há alguns anos veio viver para Tomar. Menino da capital, arranjou emprego em Abrantes. Antes de escolher casa, visitou as três principais cidades do Médio Tejo e não hesitou em escolher Tomar. Primeiro, porque é a mais bonita e porque foi a cidade onde lhe agradaram mais as pessoas e o ambiente.
A verdade é que este meu amigo, depois de alguns anos, já mudou de emprego algumas vezes (até para as ilhas), mas manteve a sua base domiciliária em Tomar e regressa todos os fins-de-semana.
O mesmo se passa com muitos tomarenses, obrigados a trabalhar fora, mas que religiosamente regressam à sua cidade.
Ora se estamos tão mal (e estamos!!!!), qual é a mística que faz que ainda sejamos desejados?

Não nasci cá, mas adoptei esta como a minha cidade. Apesar de por vezes me saturar, sei que não gostaria de viver em mais nenhuma, apesar de todas as dificuldades que aqui se sentem (tirando talvez Aveiro, ali sim sente-se qualidade de vida).
Por isso, limpem-na! Arranjem-lhe os jardins! Promovam o emprego!

Nós, os que gostamos dela (Tomar), agradecemos!

Anónimo disse...

Se em Tomar é difícil de fixar as gentes mais novas, porque o preço da habitação na cidade é exorbitante, agora ficou impossível construir novas habitações nas zonas rurais, com a entrada em vigor do PROT do Oeste e Vale do Tejo, (Plano Regional de Ordenamento do Território do Oeste e Vale do Tejo), onde se insere o Concelho de Tomar.
Básicamente trata-se do seguinte: Se até aqui eram necessários 2 hectares para se poder construir, nas parcelas inseridas na zonas florestal e agricola, agora são necessários pelo menos 4 hectares.
Por este andar, vamos ter muitas aldeias fantasma, pelo interior a dentro.
Eu gostaria que a comunicação social do Concelho desse grande destaque a este assunto, pois é extremamente importante. Pois esta regras irão levar ao desaparecimento de pequenos aglomerados habitacionais no Concelho.

Anónimo disse...

Durante o debate entre os sete candidatos à CMT, organizado pela Rádio Hertz, o Dr. Corvelo de Sousa alertou para este problema, só que a comunicação social tomarense não lhe deu atenção. Esta é uma questão de reorganização profunda do espaço no concelho e na região, uma questão de Desenvolvimento Regional que deve ser discutida.

Anónimo disse...

Também na Corredoura saiem maus cheiros do subsolo.

Anónimo disse...

É verdade saiem mãos cheiros em vários sítios. Mas proximamente ainda vai cheirar pior acreditem.
Não sabem porquê, é que esta cidade é linda mais está uma m….., nomeadamente com o politica local.

Antonio Santos disse...

Excelente oportunidade!
Vai ser possivel cumprir o Plano de recuperação da cidade antiga, começando logo por repor a calçada original.
Problema talvez seja reaver os calhaus rolados a quem os comprou...ao seu dono, portanto...
Pois...onde estão?
No Godinho da "Oculta"?

Anónimo disse...

Pois, nestas coisas há é que saber tirar partido das circunstâncias.
No caso, poderemos finalmente começar a cumprir o Plano de recuperação da Zona Histórica, logo pela bas: repôr a calçada original, de calhau rolado.
Problema talvez seja recuperar o calhau: quem o detém? O Godinho da "Oculta"?