Com este bólide a preto e branco, publica O TEMPLÁRIO desta semana, na secção PELOURINHO, o texto seguinte: "O nosso dedo que adivinha diz que a Câmara de Tomar vai comprar um carro igual a este para os vereadores. Trata-se de um Opel Insígnia e custa cerca de 40 mil euros. Será verdade ou o dedo não tem poderes divinatórios ?"
Perante tal insinuação, seguida de interrogação, numa página que deve sempre ser lida com alguma condescendência, Tomar a dianteira resolveu aprofundar a questão. Tanto mais que os actuais detentores do poder local na urbe nabantina têm os seus defeitos, como cada um de nós, não constando porém que sejam temerários. E resolver comprar bombas numa altura destas, seria arriscadíssimo em termos de opinião pública.
Feitos os necessários contactos e ouvidas as fontes, podemos afirmar que a insinuação é isso mesmo -uma "invenformação". No domínio das aquisições de veículos, a autarquia tomarense vai realmente adquirir um novo autocarro, um novo veículo para o presidente e, eventualmente, um Opel Astra para um dos vereadores
em regime de permanência.
em regime de permanência.
Uma das nossas fontes, particularmente bem colocada, acrescentou que: 1 - A aquisição de novo autocarro é necessária porque o actual atingiu o limite de idade imposto pelas normas europeias, apenas podendo servir doravante para pequenos percursos; 2 - A nova viatura para o presidente é precisa porque o BMW existente tem 400 mil quilómetros. A viatura a adquirir não será de certeza da mesma marca; 3 - A viatura antes distribuída ao vereador Ivo Santos, vai passar para o vereador Vitorino; 4 - O vereador Luís Ferreira ficará eventualmente com a Renault Espace já existente; 5 - Poderá haver necessidade de comprar uma viatura para substituir uma outra já bastante usada; 6 - Qualquer que seja o tipo de aquisição (compra, leasing ou renting), as respectivas operações serão sempre feitas no âmbito da Central de Compras do Estado, o que faculta reduções de custos da ordem dos 20 por cento; 7 - É um simples disparate o custo avançado para a viatura em questão.
Aqui fica a resposta da parte visada no texto acima reproduzido. Falso alarme, portanto. Antes isso. Ficamos todos mais serenos.
3 comentários:
O tema deste post trouxe-me à memória uma viagem que fiz há anos a Estocolmo e Upsala, na Suécia (eram viagens chamadas de Formação... -promocionais, comes e bebes- oferecidas pelas Cias. de Aviação, com refeições e alojamento, etc, - para não pensarem que sou endinheirado) e num sightseeing à cidade de Estocolmo, passámos pelo bairro dos ministérios governamentais, tudo ali juntinho, onde trabalhou o Olaf Palm de boa memória.
O Guia Turístico (cuidado que eles têm uma imaginação prodigiosa para simularem singularidades que só eles conhecem), começou a debitar esta informação:
-Aqui estão reunidos todos os ministérios, Primeiro Ministro inclusive. Vêm aquelas viaturas (pareceram-me "carochas"), com os motoristas no interior envergando uma farda e um boné? Todos viam. Eram para aí uma meia dúzia ou mais. E continuou:
-Pois fiquem sabendo que os ministros aqui não têm viatura própria, só o PM, e quando precisam de se deslocar, contactam com o responsável desta logística a requisitar uma viatura.
Nunca confirmei, mas acho que o Guia não pintou a manta. Não sei.
-Naquelas trotinetas?! - perguntei, incrédulo, não estivesse ele a contar histórias da carochinha... Estava habituado a ver os vereadores com Mercedes e respectivo motorista até altas horas num restaurante junto de minha casa. Nunca confirmei se os motoristas recebiam horas extraordinárias.
-Sim, sim. É a logística de transportes que apoia todos os responsáveis de cargos políticos. Não têm nenhuma viatura atribuída, porque implicava um motorista, etc.etc., já não me lembro de tudo.
Estou a imaginar um ministro português a entrar na viatura e o motorista dizer-lhe: -Sr. Ministro, acabei de regressar do mesmo local com o sub-secretário do seu secretário. Mas lá as televisões, consta-se, não vão logo a correr atrás do ministro para o filmar e entrevistar.
Eu sempre sonhei ser vereador. E se fosse num concelho como Tomar gostava de ter um BMW, um Áudio, de alta cilindrada, estofos em pele genuína, GPS disponibilizados pela autarquia. Os detentores de poder de cargos públicos não podem andar por aí a servir o povo com carochinhas. Além disso eu morava na rua Silva Magalhães e não tinha onde estacionar. O carro hoje é muito necessário, para tudo. Porque é que um Vereador não há-de ter direito a um carro só para ele no exercício das suas funções? O Vereador é um político todo-terreno, o que mais admiro.
Como é diferente a vida na "hierarquia" da administração pública em geral! Dá cobiça, dá prestígio, dá cagança. É suposto que dê inspiração para as tarefas.
A propósito de carros e dos direitos dos vereadores, pergunto-me: não seria mais urgente atribuir um à CPCJ? Ao que sei, sempre que existe uma criança ou jovem em situação difícil, as técnicas do CPCJ têm de pedir boleia a um carro da CMT. Se estiverem todos ocupados, têm que esperar. Dizem que é da lei...
Se bem me lembro a uns anos atrás quando um senhor até bem conhecido e veriador na cidade nabantina, se recusava a andar de "carroça". Muita coisa mudou desde essa altura e começaram a andar naquilo que vimos hoje, de resto nada se realçou.
Enviar um comentário