sexta-feira, 14 de maio de 2010

AVANÇAR DIALOGANDO...

Destacamos e respondemos com muita satisfação a este comentário (apesar de anónimo), porque vai na direcção que pretendemos para a nossa terra -Conseguir que os tomarenses debatam os nossos problemas de modo fraterno e com serenidade. Porque ninguém sabe tudo, embora uns saibam mais do que outros, dependendo dos sectores. Em todo o caso, os tomarenses todos juntos é que sabem mesmo muito e podem conseguir que as coisas mudem para melhor nesta cidade. Oxalá tenham a coragem de ousar!

Nesta questão do estacionamento na Cidade Antiga, suscitada pelo facto, reconhecido por todos, de os turistas irem ao Convento mas não virem cá abaixo, temos portanto à partida duas posições antagónicas. Aqui, em Tomar a dianteira, pensamos que a melhor solução consiste em acabar com o parque de estacionamento de ligeiros, frente ao Mouchão e à Várzea Pequena, adaptando-o a parque de estacionamento para autocarros de turismo. E já anteriormente explicámos porquê(Ver "A qualidade não é estática, mas dinâmica).
Um nosso leitor (ou leitora) tem opinião antagónica, pô-la por escrito de modo sereno e claro, argumentando-a como melhor entendeu, e resolveu publicá-la no blogue. Agradecemos e temos por isso a obrigação de responder no mesmo estilo, e no mesmo tom de fraterna cidadania. Afinal, à partida somos todos iguais. Só depois, com as vicissitudes da via é que começamos a notar que há uns mais iguais do que outros.
Cuidamos ter entendido bem o raciocínio e os argumentos do nosso contraditor (ou contraditora). Com o devido respeito e toda a calma e boa educação, julgamos que eles resultam da incapacidade de se colocar no lugar dos outros -neste caso dos turistas e outros vistantes- e de raciocinar a partir daí. Faz toda a diferença, pois um turista com experiência, um motorista ou, sobretudo, um guia turístico, sabe bem que cada paragem de autocarro implica a perda de pelo menos meia hora + os eventuais incidentes. Num autocarro com mais de 40 pessoas, há sempre necessidade de pelo menos 15 minutos para descer e outros tantos para regressar aos lugares. A esta meia hora há que adicionar as actividades de cada passageiro: ir aos sanitários mais próximos, tirar fotografias, comprar recordações, ir ao café, telefonar, fumar, contemplar, visitar... Resulta de tudo isto ser usual que cada paragem dure no mínimo uma hora, tudo incluindo.
Por esta razão, tanto os guias como os motoristas só aceitam parar quando têm a certeza de que no local X estão reunidas todas as condições para agradar aos clientes e a eles próprios: sanitários limpos, modernos e em quantidade, coisas para ver, artigos para comprar, cafés para beber, informação e sítios para fotografar... É o caso junto aos correios.
Pelo contrário, tanto na Várzea Grande com no Largo do Mercado, faltam estruturas de acolhimento. As que existem, ou são pré-históricas e repelentes, como é o caso das sentinas ao lado da Abegoaria Municipal, ou desconhecidas e demasiado longe, como aquelas atrás de Santa Maria dos Olivais. Além disso, ambos os locais ficam relativamente afastados do centro da urbe e dos seus estabelecimentos e atracções turísticas (Roda do Mouchão, S.João, Sinagoga...), sendo certo que os turistas em grupo organizado nunca arriscam afastar-se mais de cem metros do respectivo autocarro, a não ser acompanhados pelo guia, que evidentemente não pode desdobrar-se para ir com uns ao café, com outros aos sanitários, com outros ainda à Roda do Mouchão ou à Praça da República. Para mais, os motoristas detestam estacionar na Várzea Grande, por causa do pó, que lhes suja os autocarros e o Largo do Mercado nem sempre está disponível (quintas à tarde, sextas de manhã, Festa da Cerveja...).
Resta o argumento da tendência para retirar os veículos pesados dos cascos urbanos antigos, invocado pelo comentarista. Tem toda a razão. A tendência em toda a Europa é para libertar os Centros Históricos, não só do trânsito e estacionamento de pesados, mas igualmente de ligeiros, excepto os dos moradores com garagem, ou para cargas e descargas. Dito isto, que lhe parece preferível, no estado actual das coisas: 1 - Um parque para 40 autocarros de turismo, que ficarão no máximo algumas horas ou, excepcionalmente, uma noite, situado na rota normal dos que nos visitam, com todos os benefícios comercuiais que daí advirão? OU 2 - A actual situação, com um parque para 50 ligeiros, no qual raramente os visitantes encontram lugar, pois a maior parte dos carros ficam ali semanas inteiras?
Como sempre, e cada vez mais, no mundo actual há que escolher, mesmo que não queiramos, ou nem sempre saibamos, tendo constantemente em conta que não existem situações perfeitas. Todas englobam vantagens e inconvenientes. Cabe aos cidadãos (e sobretudo a quem foi eleito para governar, e não para se governar) ponderar devidamente cada caso, optar e depois expor a argumentação pertinente, se for caso disso. Em Tomar não temos procedido assim. Por isso estamos como estamos. E caminhamos a passas largos para bem pior. Infelizmente.
Obrigado pelo seu comentário e escreva sempre.

9 comentários:

Anónimo disse...

O "cusquisces" ressuscistou a 13 de Maio: http://cusquicesdetomar.blogspot.com/

Anónimo disse...

Acaso existem casas de banho nas imediações do pretenso parque para autocarros em frente ao Mouchão?

Anónimo disse...

Para 15:56

Há pelos menos 7 cafés/cervejarias a menos de 50 metros, o que perfaz outras tantas casas de banho para homens e para senhoras.
Por outro lado, se fizer o favor de ler o texto anterior a esse com alguma atenção, verá que se propõe a construção, no logradouro frente ao Mouchão, de um imóvel de habitação, com casas de banho de nível europeu no r/c, em quantidade, qualidade, limpeza e acessibilidade.
É sempre conveniente ponderar um bocadinho, antes de se lançar na escrita.

Anónimo disse...

No caso da Várzea Grande há pelo menos 9 cafés a igual distância...

No caso do largo do mercado há pelo menos 5 cafés a distância semelhante...

Unknown disse...

Para 23:52

Há sim senhor! E também há os sanitários da Rodoviária, do Caminho de Ferro e da Abegoaria Municipal. Os que habitamos a cidade, sabemos isso muito bem. Mas como não há sinalização, nem os motoristas, nem os guias, nem os turistas, sabem o caminho para o Mercado ou para a Várzea Grande, que ficam ambos fora do percurso usual dos autocarros. Pelo contrário, a Várzea Pequena...
Acresce, como já foi dito, que a poeira da Várzea Grande suja os autocarros, pelo que os motoristas evitam a todo o custo ir para lá. Só vão ao engano, depois já ninguém lá os apanha.
Já agora, se não estou a abusar, esclareça-me um pequeno detalhe: Quando os autocarros chegam aqui às quintas de tarde, ou às sextas durante a manhã, quando tanto o mercado como a Várzea Grande estão cheios, vão estacionar onde? No capacete do Gualdim?

Anónimo disse...

Então...pôe-se lá um polícia sinaleiro!

Anónimo disse...

E se eu fosse dono dum desses restaurantes ou bares espera lá que deixava irromperem por ali adentro 20 ou 30 ou 40 excurcionistas para virem mijar...! As casas de banho dos restaurantes ou bares são para os utentes. A sua utilização indescriminada é da livre escolha do proprietário, o que equivale a dizer que a lei lhe permite impedir o acesso a quem não esteja como cliente.
Parece que cá por Tomar há muita gente que pensa poder contornar as leis ad-hoc...

Anónimo disse...

Quem é contra o estacionamento de autocarros de turismo, na Varzea Pequena, indicando que o melhor local é a Varzea Grande, não pensa.
Basta comparar: Se não existisse parque para autocarros de turismo junto do Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, acham que teria assim tantos visitantes? Lembrem-se que a única entrada da Cidade de Tomar com alguma apresentação é a da Varzea Pequena, se não podem parar ali os autocarros, também não vaõ parar a mais lado nenhum.
Em Tomar à muitos anos que defendem o turismo, mas só da boca para fora. Pois no terreno, apenas têem criado cada vez mais entraves.

Anónimo disse...

E você quer comparar o espaço ao redor do Mosteiro dos Jerónimos com o espaço aqui em Tomar? E quem é que falou na Vãrzea Pequena? A questão está a pôr-se relativamente à avenida Marquês de Tomar (salvo erro, é esse o nome da artéria).
E, na falta de espaço conveniente, porque a cidade cresceu estruturada duma certa forma , porque é que os autocarros não podem largar os passageiros e seguir para estacionamento noutro local para depois, mais tarde, voltqarem para receber as pessoas de novo? Até parece que é uma coisa do outro mundo equacionar estas questões em Tomar!