terça-feira, 11 de maio de 2010

SOMA E SEGUE...

Soube-se hoje, através dos sites d'O Templário e da Rádio Hertz -A câmara exerceu o direito de preferência e vai adquirir, por 350 mil euros = a 70 mil contos, o complexo desportivo da falida Cooperativa de Habitação Nabância. O conjunto inclui, designadamente, pavilhão desportivo, ginásio, bar, estabelecimento comercial...e a sede do semanário dirigido por José Gaio, num total de 2.215 metros quadrados construídos. Soube-se também mais tarde que a decisão foi tomada por unanimidade, embora ninguém nos tenha conseguido explicar até agora, para que quer a autarquia o conjunto edificado a adquirir. Tem planos? Que planos? Geridos ou gerir por quem?
De há anos a esta parte, o Município de Tomar, através do seu executivo, tem vindo a adquirir sucessivos bens imobiliários, para os quais nunca apresentou qualquer plano de gestão, razão pela qual, salvo uma ou outra excepção, são verdadeiras esponjas dos recursos municipais, com pouco ou nenhum proveito para os contribuintes. É o caso da moagem, da central eléctrica, dos lagares, do ex-Convento de Santa Iria, do ex-Colégio Feminino, da Casa dos Tectos, da Casa Amarela e do Cine-Teatro, que fazem da Câmara o segundo maior proprietário de imóveis do concelho, logo a seguir ao Estado. Uma situação de tipo alentejano, ou de qualquer cidade situada num país antes comunista.
Poder-se-á alegar que em quase todos esses casos, não havia outros interessados. É verdade. Mas em relação à casa amarela, da Rua Joaquim Jacinto, e a este da Nabância, a maioria autárquica resolveu intrometer-se em negócios privados, numa atitude nada agradável para os interessados, que tenderá a repelir cada vez mais investidores. Para quê ? Quais são os projectos camarários para os citados imóveis ?
Nem sendo a bem dizer uma surpresa, e constando na urbe que se trata de um bom negócio, pois só o aluguer pago pelo café dá para suportar os encargos do empréstimo a contrair para honrar a assinatura autárquica, há munícipes que ainda assim se interrogam. Uma entidade encalacrada em dívidas, que segundo fontes credíveis ascendem já a mais de 100 euros por eleitor concelhio, continua a comprar imóveis a crédito. Com que fito? Vir a ganhar dinheiro nessa área de negócio? Ou estaremos como no caso daquelas senhoras que têm nos armários peças de roupa que nunca usaram, e que compraram só porque eram muito baratas?
Já agora, como parece resultar deste caso da Nabância que os senhores autarcas, todos eles, não têm medo das dívidas, aqui lhes avançamos uma sugestão, de grande alcance desportivo e social. Podiam comprar o União de Tomar, por 1 euro simbólico + o pagamento dos 115 mil euros ao fisco. Mudavam o nome, que passaria a ser União Futebolística Camarária dos Indomáveis Templários - UFCIT. Ou mais abreviadamente Os Indomáveios Templários Camarários.
Naturalmente, treinador, director desportivo, jogadores, massagista, etc. etc., passariam a funcionários públicos, pagos pelo orçamento camarário. Um ou dois anos mais tarde, após bastantes treinos intensivos dos locais, a autarquia compraria também o Liverpool e o Paris St. Germain, que por acaso estão à venda. Depois era só organizar jogos triangulares, bem entendido transmitidos em directo pela BBC e pelo Canal+, actual proprietário do clube parisiense. Ia ser um sucesso do caneco, não vos parece? Mais de 5o mil pessoas deslocar-se-iam ao Campo de Treinos António Paiva, para assistir a cada jogo, mesmo transmitido em directo na TV nacional e estrangeira. Estrelas são estrelas! Grandes acontecimentos são coisas fora de série! A não perder!
O campo de treinos não tem bancadas, nem balneários, nem sanitários, nem relva, nem acessos em condições? Pois seria uma excelente ocasião para cravar à União Europeia -que não sabe o que fazer ao dinheiro de que dispõe- um estádio de 50 mil lugares sentados (no mínimo!!!), chaves na mão, que é como quem diz pronto a usar. Quem ousaria recusar semelhante ninharia, para se acolherem jogos entre a camarilha, perdão!, entre os Indomáveis Camarários Tomarenses e o Liverpool, ou o PSG, ambos grandes clubes europeus ? O Durão Barroso ? Teríamos aí o intrépido tomarense Miguel Relvas para o convencer! Os nabantinos perderiam sempre e por muitos? Que importância tem isso? Ganhariam sempre o mesmo ao fim do mês, e o que importa realmente é promover a cidade. (Para quê? Lá estão vocês com perguntas insidiosas! Derrotistas! Metecos! Anti-unionistas!)
Continuam buscando em vão uma saída airosa para a crónica crise unionista? Pois aí a têm! É preciso é muita coragem e fé em Deus. Tal como quando os nossos antepassados foram até à Índia. Depois não nos venham dizer que ninguém tenta ajudar!

6 comentários:

Anónimo disse...

Sr. Dr. Rebelo

Em relação ao exercício do direito de preferência na aquisição da Nabância o Sr. está mal informado ou mesmo não sabe népia do que se passa!

Assim, informe-se com quem sabe (fora do executivo) e depois pronuncie-se.

Meter no mesmo saco a brutidade do Barão ao intrometer-se no negócio do Convento de Santa Iria om este exercício de preferência é um verdadeiro abuso.

Informe-se homem, informe-se e não fale a quente e com o coração na boca.

Aqui vai um dado - os valores pagos agora pelos arrendamentos dos espaços e o potencial de novos cobre a amortização do investimento.

Anónimo disse...

Senhor Professor, o seu desprezo pelo União de Tomar e por aqueles que o dirigem neste momento, com grande sacrifício pessoal, não merece comentários...
Um tomarense, simplesmente

Unknown disse...

Para 22:57

Estou de certeza muito mal informado, como diz. Mesmo assim escrevi na peça que as rendas do café cobriam os encargos bancários do empréstimo a contrair pela autarquia para pagar a nova aquisição. É só fazer o favor de voltar a ler.
Lamenta-se que após tanta acusação de ignorância não tenha fornecido qualquer dado novo.
O facto de o negócio poder vir a ser rentável é mais uma razão que devia ter sido ponderada pelos senhores autarcas. No meu entendimento, nem o governo nem as autarquias se devem meter naquilo que os particulares possam fazer sem recorrer ao erário público.
Mantém-se a questão fulcral: Que projecto ou projectos tem a câmara para aquilo? Se nem conseguem gerir capazmente o que património que já tinham e têm...Acha que vão agora mudar?

Cumprimentos

Unknown disse...

Para 00:09
Já começo a perceber o que está na origem da crise crónica do União de Tomar. Se o amável comentarista nem consegue compreender, ou, compreendendo, não aceita uma abordagem satírica do problema, ainda temos um longuíssimo caminho a percorrer, até ser possível uma solução consensual e sólida para o clube negro/rubro.

Anónimo disse...

Não sei se o Dr. Rebelo sabe bem o que se passa ou não. Se calhar ninguém sabe. Mas também ninguém explica. E já começamos a estar fartos da Câmara comprar imobiliário que depois não usa - ou não sabe usar. É o nosso dinheiro que está a ser usado em negociatas pouco claras, em que alguns ganham dinheiro - quiça para carros novos - e outros arcam com as despesas. Nesse último grupo incluem-se todos os que contribuem para o orçamento camrário, claro.

Anónimo disse...

O primeiro comentário, o das 22.57 de 11 de Maio, cheira a alguém que está no barco, embora sem remos.

Defender de olhos fechados, porque assim parece, a aquisição de alguns bens da falida cooperativa nabância, só mesmo com muita fundamentação e com um plano claro e objectivo para a sua utilização e rentabilização.

Não sendo assim, o executivo (maioria casamenteira e oposição à porta da igreja) continua a navegar à vista e sem os instrumentos necessários para saber o que quer e para onde vai.