sábado, 15 de maio de 2010

O MURO DA VERGONHA ?

Muitos tomarenses chamam a esta açorda "muro da vergonha". Se querem dizer que é uma vergonha, concordamos inteiramente. Se querem dizer, igualmente, que que é um muro que envergonha os autarcas, cremos que estão equivocados. Na verdade, os factos demonstram que, por muitas qualidades e/ou defeitos que possam ter aqueles que elegemos, a vergonha não faz parte do rol.
Acham os leitores que se os autarcas tivessem mesmo só um bocadinho de vergonha, por muito pequeno que fosse, teriam afiançado aos tomarenses, como fizeram, durante a campanha eleitoral, que tinham planos grandiosos e um projecto global para Tomar, quando afinal, como agora está demonstrado, nada tinham? Pensam que teriam atacado a maioria em fim de mandato, para logo após as eleições com ela se aliarem?
Nada disso, caros concidadãos! Eles não têm vergonha nenhuma, nem sabem sequer o que isso é. Se questionados a esse respeito, alegarão que os outros fazem o mesmo por esse país fora. Como os aldrabões que sempre vão dizendo "Se toda a gente rouba, porque não eu?"
Na verdade, a actual situação da autarquia, sem táctica nem estratégia, para além de inúteis obras de propaganda, adjudicadas no convencimento bacoco de que irão facilitar mais uma vitória eleitoral, até nem é nova. Parece fazer parte do código genético dos portugueses em geral, e dos tomarenses em particular, a presunção de que são dotados de capacidades que na verdade nunca tiveram nem têm. Por isso, sempre fomos e continuamos a ser administrados por autarcas com evidente falta de gabarito para as funções a desempenhar.
A nível nacional, há um exemplo flagrante: Os ingleses estiveram em Hong Kong apenas 134 anos, tendo transformado aquele território na 2ª praça financeira mundial, onde toda a população fala inglês e cantonês. Os portugueses estiveram em Macau durante mais de 450 anos, e apenas fizeram daquilo o bordel e a Las Vegas da Ásia, onde praticamente nenhum asiático fala português. Nem sequer os funcionários, ou os polícias. Será preciso dizer mais?
Descendo à cidade e ao horrivel paredão, ele é afinal a perfeita metáfora da triste figura dos cidadãos que elegemos. Olha-se para eles e para ele, ouve-se o que dizem, criam-se expectativas e depois é a amarga desilusão. Por detrás do muro, da presunção, da prosápia, da bazófia, afinal de contas não há nada. É só fachada. E um monumental mijatório no caso do paredão. No caso dos eleitos, nem isso! Triste sina Severina!

6 comentários:

Anónimo disse...

Esta gente só pára com martelo penumático. Juntando-lhe o montulho em que se vai tornar a rotunda cibernética, ficamos com um conjunto arquitectónico hilariante. Se quando a construiram, como disse Paiva, vieram excursões do "Allgarve" para a ver, quando inaugurarem o mijatório com o montulho, temo que muitas mais venham para verem este enquandramento único-modernaço. Ser atávico mental realmente não paga imposto e, ainda por cima, é contagioso...será que quem pariu estes abortos tirou o curso ao domingo, por fax? A cereja em cima do bolo seria circundarem os mamarrachos com aqueles objectos fálicos com que adornaram a rotunda da Serôdia...será que nesta terra não existem camartelos e ainda vamos assitir uma inauguração com pompa e circunstância?

Anónimo disse...

Só faço esta pergunta: "AQUELA ZONA NÃO FAZ PARTE DO CENTRO HISTÓRICO DA CIDADE?; ONDE ESTÁ A SUA PROTECÇÃO CONTRA NOVAS CONSTRUÇÕES?"

Anónimo disse...

Se Deus quiser e a saúde mo permitir hei-de verter muitas águas renais por aquele muro abaixo. E hei-de fazer-me fotografar em tal acto para provar que cumpro promessas. Assim não me faltem umas massitas para beber umas bejecas no Noite E Sol...

Brevemente reproduzirei aqui, com a devida licença do administrador deste blogue, um texto que escrevi num blogue de alcance nacional ácerca da cidade de Tomar e sua (in)hospitalidade.

Anónimo disse...

Nós os portugueses somos conhecidos no mundo como os "desenrascados". Conseguimos sempre contornar as situações em proveito próprio, e conseguimos dar sempre uma utilidade àquilo que aparentemente não presta para nada. Somos uma espécie de povo "esgravulha no lixo" sempre à procura de algo que seja útil, ou de dar utilidade a algo inútil.
E no que respeita a este muro à Polis creio ter-lhe encontrado uma utilidade.
Porque não utilizá-lo como Livro de Honra da cidade? Não!!! Não é para escrever nele o nome ou outra qualquer mensagem! A ideia é transformar a mijaceira que ele pede numa assinatura com ADN, onde cada um qwue assim o entenda, perpetue a sua presença nesta por enquanto cidade...

Anónimo disse...

Em Tomar não há áreas protegidas. Nem no centro histórico, nem na Mata dos 7 Montes, nem no Castelo dos Templários. As intervenções ilegais são uma constante. O povo é manso e tudo aceita. Dizem que é para o bem da cidade e vamos comendo calados. Quem manda saberá melhor do que os outros o porquê das coisas. E o melhor é não fazer ondas para não vermos cortadas as benesses. As poucas que nos vão dando. Bem "dar" se calhar é uma excesso de linguagem. Ninguém dá nada a ninguém. Todos roubam a todos. E os parvos têm sido os que menos furtam.

Anónimo disse...

Realmente vocês falam em centro histórico. Lembro-me de ouvir em tempos falar que a câmara de Tomar aprovou planos de salvaguarda do centro histórico, com regulamentos sobre a construção e reconstrução. Julgo mesmo que a câmara paga para ser da associação de municípios com centro histórico. Mas agora deve ser uma nova do Sócrates e da coligação de Tomar, mandar isso tudo ás ortigas, tal como o verdadeiro património construído de Tomar, entaipado ou a cair, o centro histórico descaracterizado. Mas isso preocupa muito pouca gente, como se vai vendo. Querem é festa.