quinta-feira, 20 de maio de 2010

ANÁLISE DA IMPRENSA REGIONAL DESTA SEMANA

Apenas um bom trabalho, na página 6, no qual Elsa Ribeiro Gonçalves aborda o caso do turista/campista/marginal, que por aí vemos há meses, é de interesse para Tomar, nesta edição d'O MIRANTE. E de interesse relativo, dado que em termos de situação política, económica ou social, nem adianta nem atrasa. É a chamada peça Ómega.
Curiosa é a reacção do irónico e habitual cronista Manuel Serra d'Aire, no mesmo semanário. Diz ele, a concluir a sua carta hebdomadária: "E termino com outro português exemplar. Chama-se Moreira, tem rastas loiras e vive numa rua de Tomar. Trabalhar não é com ele, alimenta-se de leite e bananas, é simpático e não pede esmola, embora haja pessoas que insistam em dar-lhe moedas cada vez que ele estende a mão para ver se está a chover. Apesar de jovem já tem uma reforma de 200 euros e não quer mais. O Governo bem pode colocá-lo no cartaz de anúncio do PEC. Eu sugiro desde já o slogan. "Se ele consegue e é feliz porque não havemos todos de conseguir -Ajude-nos a equilibrar as finanças públicas!!"
Os nossos leitores farão o seu juízo, que ele há gostos para tudo, e ainda bem. Até para assinalar em manchete que em Fátima, "é normal encontrarem-se preservativos no chão ou nos caixotes de lixo." Perguntamos nós, sem maldade -Usados ou por usar? Com ou sem furinho?

Outro tema por esclarecer é a manchete de CIDADE DE TOMAR. Tomar em festa? Ou Sporting de Tomar em festa? A parte e o todo são uma e a mesma coisa? Quaisquer que sejam as respostas, e com o devido respeito pelos valorosos atletas do hóquei patinado tomarense, seja-nos permitido observar que aquele jogador de costas para o fotógrafo, com o traseiro a anunciar "SERVIÇOS 24 HORAS", não nos parece nada católico. E ainda menos ortodoxo.
Igualmente no decano da imprensa tomarense, destaque para a peça "Câmara de Tomar perde mais de 300 mil", que ocupa toda a página 3 e cita com abundância Tomar a dianteira, o que naturalmente agradecemos.
Segue-se, na página 7, mais um da já longa série de projectos inovadores para Tomar. Desta vez trata-se da Judiaria. A ver vamos, como dizia o cego, que nunca chegou a ver nada.
Contrariando a nossa usual orientação, recomendamos vivamente, sobretudo aos adeptos do União de Tomar, a leitura cuidada da entrevista de António Rosa Dias, presidente do Sporting de Tomar, no suplemento "Centro Desportivo". Naturalmente por tudo aquilo que diz, mas também e sobretudo pelo que deixa perceber, designadamente em termos comportamentais e de reacção à crise. Confessamos que após duas leituras, ainda não conseguinos resposta capaz e segura para uma dúvida angustiante -Afinal, aquando do naufrágio do Titanic, a orquestra de bordo continuou a tocar porque o comandante assim o determinou? Ou porque os músicos se limitaram a fazer o mesmo que nos dias anteriores ao trágico desastre?
Pode parecer que não, mas faz toda a diferença. E então quando se junta o postulado do Lavoisier, segundo o qual "as mesmas causas, nas mesmas circunstâncias exteriores, produzem sempre os mesmos efeitos", às palavras de Rosa Dias e às de Sócrates, é de arrepiar! Ai é é!

N'O TEMPLÁRIO desta semana, três factos nos parecem substantivos e portadores de futuro. O primeiro é o chamado estilo jornalístico tomarense. Repare-se na manchete. Noutro jornal, com um livro de estilo mais singelo, aquele título seria "BRONCA EM TOMAR -Por desleixo autarquia não pode cobrar taxas". Devido ao estilo tomarense, têm os leitores direito a uma bronca pequenita e entre aspas (maneira educada de pedir desculpa pela ousadia). Quanto à causa principal e única da situação -o manifesto desleixo- guarda o semanário o prudente silêncio, que o dia de amanhã ainda ninguém o viu...e a autarquia é um bom cliente publicitário.
O segundo facto é a própria notícia em si., apesar do estilo em que está redigida, pois não é muito habitual que o semanário de Além da Ponte enverede pela vertente noticiosa da política local. Felizmente para os tomarenses -pensamos nós- esta semana até há editorial, subscrito por José Gaio. E esse é o principal dos três factos supracitados. Numa escrita directa e por isso mesmo contundente, o director templário defende corajosamente a recuperação do mercado, que é o ganha-pão de muita gente, e questiona so políticos locais de todos os quadrantes. Que falam, falam, falam, mas quanto a obras, nicles batatoides. Força José Gaio! Audaces fortuna juvat, que é como quem diz "A sorte protege os audazes". É pelo menos o que se diz...

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