domingo, 30 de maio de 2010

SALADA FRIA DE FIM DE SEMANA



Há por aí, como é do conhecimento geral, umas ratazanas supostamente políticas, dispostas a sabe-se lá o quê, para continuarem a ter acesso ao apetitoso queijo autárquico nabantino. Tais predadores, mal ouvem qualquer composição que lhes ofende os ultra-sensíveis tímpanos, rapam logo da cassete -É tudo mentira! Invejosos! É só má-língua! Sectários! Cambada de ignorantes, só sabem criticar! etc. etc.
Para eles, preparei esta salada de recortes de fim de semana. Que deve ser comida fria. Gelada até, se tal for possível. Bom proveito a todos! (Não têm nada que agradecer. Continuem a cumprir as vossas obrigações, que eu tenciono fazer outro tanto.)

Os três recortes acima, reproduzidos do PÚBLICO de hoje, Suplemento CIDADES, a quem agradecemos, apesar de não falarem, são assaz eloquentes. É claro que nada daquilo que dizem se aplica ao município de Tomar, que é, como todos sabemos, uma autarquia rica. Ou, pelo menos, os integrantes e os apoiantes da actual maioria de circunstância têm essa mania. Deve mesmo ser por isso que até agora, em vez de anunciarem um plano de austeridade, ou no mínimo alguns cortes, se apressaram a escolher o mordomo da próxima edição dos Tabuleiros, e a anunciar a respectiva data de realização. Afinal serão só à roda de 200 mil euros (4o mil contos) + as inevitáveis alcavalas. Coisa ínfima para gente rica, ainda para mais a gerir uma autarquia rica. E depois ainda há a considerar o nunca encontrado tesouro dos Templários, se bem que, por agora, o melhor será arranjar uma tesoura quanto antes. Para os indispensáveis cortes orçamentais. Digo eu, que sou por vós acusado de ter mau feitio...

Tudo isto num contexto em que o presidente do BPI, Fernando Ulrich, se calhar influenciado pela sua evidente ascendência alemã, disse já faltar pouco para batermos na parede, conforme aqui referimos em tempo útil. Queria ele dizer na sua, que os bancos portugueses têm muita dificuldade para se financiarem no estrangeiro, situação grave, pois cá dentro não encontram dinheiro que chegue para as suas necessidades, em termos de fundos de maneio.
Ontem, foi a vez da analista económica francesa Anne Michel dizer de sua justica: "Eis que o Banco Espírito Santo, de Lisboa, acaba de anunciar que os bancos do sul da Europa temem não conseguir encontrar financiamento para as suas actividades normais... ...Mas tais problemas atingem, até este momento, apenas os bancos mais "frágeis" da zona euro. Os que se situam nos países mais endividados, que por isso mesmo -temem os investidores- talvez não tenham condições para salvar os bancos uma segunda vez. Concretamente, se os bancos gregos, portugueses e espanhóis têm falta de oxigénio, em contrapartida os bancos considerados sólidos, como por exemplo o BNP PARIBAS, em França, não têm qualquer problema de financiamento..."
Por sua vez, Marie Vergès, outra analista financeira e jornalista no Le Monde, escreve que "A tristeza de uns é a alegria de outros. ... ... Vendendo aos pacotes os títulos da dívida pública grega, portuguesa ou espanhola, os investidores atiram-se aos magotes às obrigações soberanas alemãs e francesas, cujas taxas de juro baixam devido a tal procura. Temos assim que, tanto a Alemanha como a França se conseguem financiar um pouco mais barato. Uma verdadeira bênção, nestes tempos conturbados de austeridade e penúria..."
Enfim, P.A. Delhommais, o habitual cronista económico do Le Monde, já conhecido dos leitores deste blogue, avança com a sua usual ironia cáustica: "...Já toda a gente percebeu que uma eventual mudança de maioria política em França, aquando das presidenciais de 2012, no fim de contas não mudará nada. A continuação da política de austeridade, num contexto de fraco crescimento económico, eis o que aguarda o futuro (feliz?) presidente eleito. É por isso que nem se percebe bem porque motivos os dirigentes do PS parecem prontos para o combate corpo a corpo, para conseguirem um poder cujo exercício será mais do domínio do sadomasoquismo do que da "ofensiva de civilização". É claro que os franceses sempre poderão argumentar que o futuro se anuncia ainda mais sombrio para os gregos, espanhóis, italianos e portugueses. E até para os irlandeses. Mas é uma fraca e triste satisfação, sabido como é que "com o mal dos outros passamos nós muito bem"...

Foi o que de melhor vos consegui oferecer. Desculpem ser pouca coisa. E de evidente fraco nível.
Qual "crème de la crème", qual carapuça! Viva a nata tomarense! Viva a inteligência nabantina, que tão bem nos tem sabido conduzir até aqui!

Vosso humilde servidor, que lamenta não ter feitio de lambe-botas,

António Rebelo

9 comentários:

Anónimo disse...

Adivinhas:

Tomar, em Março de 1990, foi o SEGUNDO sítio no País onde dois oradores informaram que a entrada de Portugal na moeda única iria ter consequências desastrosas para a nossa economa. Em que instituição tomarenses tal nova foi dada ? Quem foram os oradores ? Onde foi o primeiro sítio ?

Desde há cinco ou seis anos atrás que num orgão de comunicação social tomarenses, por várias vezes, às Segundas, foi afirmado que o risco de o crédito externo ser cortado aos bancos portugueses estava em desenvolvimento e era grande. Aviso feito antes de ser falado nos grandes orgãos de comunicação social nacionais e estrangeiros. Que orgão de comunicação foi esse ?

Por que é que os tomarenses andam sempre tão desatentos e não sabem valorizar o que têm na sua terra ?

aldeõesbravos disse...

Tomar corta no alcatrão, nas maquinas de limpar valetas, na parte d'obras,(não deixar cair o convento Sta Iria po chão). O corte é bem menor que a despesa, se fosse a dizer no que não corta não havia mais espaço para escrever!

Anónimo disse...

Para o anónimo das adivinhas:

Fez tanta pergunta, falou com tanta certeza do passado que não fica margem para dúvidas... Deve ter sido o senhor um desses oradores e também aquele que afirmou que «o risco de o crédito externo ser cortado aos bancos portugueses estava em desenvolvumento e era grande». Ou sejá, pode ser considerado um visionário. Desde 1990, pelo menos, que ninguém o ouve homem. Irra!

Anónimo disse...

O quê, aquele senhor que também quis noutros tempos ser candidato pelo PS, mas que nem é capaz de aqui assinar o que escreve?
Epá, grande vidente, devia montar uma barraca na feira.

Anónimo disse...

Quer queiram quer não, Tomar tem, igualmente, que adoptar fortes medidas de redução de despesa. Até porque nos exemplos aqui dados, estas Câmaras não devem estar confrontadas com a impossibilidade de cobrar taxas... Acabem já com os protocolos e a aquisição de serviços destinados a alimentar a clientela política (TODA!). Confiem nos funcionários do Município, para a execução desses trabalhos, pois são tão competentes ou mais que essas empresas de ocasião, criadas ao virar da esquina e sede no vão de escada...

Anónimo disse...

Segunda o texto do público citado na peça, a Câmara de Mondim de Basto tinha distribuído 89 (!!!) telemóveis pelos seus funcionários. Agora chegou à conclusão que 20 são suficientes.
Quantos telemóveis alimenta a Câmara de Tomar? Se alguém souber...

Anónimo disse...

Os outros dois "visionários" em 1990 foram o Dr. Victor Constâncio e o Dr. Silva Lopes. Onde ?
De facto, desde 1990, que ninguém ouviu os homens, nem o Partido Socialista a quem eles estão ligados, nem o governo cavaquista do oásis e de Portugal o melhor aluno da adesão ao Euro.
Em Tomar, em 1992, o outro orador foi o Dr. Silva Lopes, onde ?
Esta capacidade prospectiva, em relação às consequências do Euro e sobre a tendência de agravamento do crédito aos bancos portugueses, e outras, nada tem de vidência, mas de ciência. Uma ciência que não existe no vosso pequeno mundo.

Anónimo disse...

Foi o mesmo homem que previu, com muita antecedência, toda a crise tomarense. Crise que em Tomar ainda não se entendeu. Irra!

Anónimo disse...

Chamar vidência à Análise Económica, aos Modelos Económicos, à Análise Sectorial e Empresarial, e à formação de preços interna e externa é de sábio.