segunda-feira, 10 de maio de 2010

É QUASE SÓ GARGAREJOS...

Numa terra que os senhores autarcas proclamam amiúde como de turismo cultural, ou de turismo de qualidade, estas eram as instalações sanitárias para os previstos 5 mil congressistas da sopa. Duas para senhoras, duas para cavalheiros, uma para deficientes motores.
Aceita-se que o turismo supõe qualidade, originalidade, honestidade, simplicidade, facilidade. Mas quanto a passar à prática -é o passas! Daria demasiado trabalho e obrigaria a mudar de hábitos. Que horror!

Entretanto, por essa Europa fora, a evolução é evidente. Já ninguém usaria sanitários sem prévia desinfecção após cada utilização, ou com cheiros menos agradáveis. Apareceram então modelos como o desta foto, com limpeza automática, autoclismo, desodorizante, exaustor...e música de fundo.

Podendo ser usados por senhoras, cavalheiros, ou deficientes motores, conforme indicam os logotipos na porta e por cima dela, têm até protecção alpendrada contra a chuva.

À direita da porta figura este painel, com indicações em francês, inglês e alemão, bem como o dispositivo para introduzir os 30 cêntimos para cada utilização. Com franqueza, os senhores dirigentes locais pensam de verdade que, após terem usado este tipo de WC no país deles, os turistas estrangeiros terão a coragem de entrar nos da primeira foto? Que saibamos, tal modelo arcaico já só existe em Moscovo, na Praça Vermelha, por exemplo...e ninguém se aproxima sequer, por causa do cheiro.
Para quando um parque para autocarros de turismo, frente ao Mouchão e à Várzea Pequena? Para quando instalações sanitárias dignas, em termos de quantidade, qualidade, asseio e preço, no mesmo local?
Como em qualquer outra actividade, no turismo não há milagres. Sem qualidade nem facilidades, (estacionamento, sanitários, cafés, pastelarias, artesanato, produtos regionais), os guias e os motoristas são os primeiros a recusar parar na cidade, após a visita ao Convento. E quando os profissionais passam palavra uns aos outros...
Entrementes, a câmara reúne amanhã, devendo debater e aprovar, entre outros pontos, a adjudicação da recuperação da casa do guarda da Mata dos 7 montes. Está-se mesmo a ver que se trata de matéria prioritária. E de grande alcance para o desenvolvimento da cidade e do concelho! Os senhores autarcas da maioria não têm a noção do ridículo? Não vos parece caricato discutir questões menores, e anódinas em termos de actividade económica, quando a crise se agrava e a cidade se afunda cada vez mais? Continuam convencidos de que o povo aguenta tudo? Parafraseando o senhor vereador Ferreira, "Tudo tem um limite!"

4 comentários:

Anónimo disse...

Não há dúvida! Lá foras caga-se com mais qualidade, ou melhor, há mais cagança! Mas não é de admirar. Olhando ao que as fotografias demonstram, lá fora são toilletes, cá são cagadeiras...ainda por cima inclinadas, talvez para fazer fluir os "cagalhones" para a cassette. Tá bem pensado. Deve ter sido um "inginheiro" a inventar.

Ó senhor Rebelo, para quêr insistir em mostrar à evidência as diferenças entre a Europa e esta freguesia de Espanha cada vez mais mal frequentada? Lá dizia o De Gaulle: "A Europa acaba nos Pirinéus!"...

Anónimo disse...

Grande malha!

Pensamentos soltos disse...

D.Gualdim é D.Gualdim, conhaque é conhaque...

Anónimo disse...

Para mim Courvoisier s'il vous plait! Em balão médio que eu mesmo aqueço à mão!!!