quarta-feira, 26 de maio de 2010

SEMPRE OS MESMOS ERROS...

Esta ilustração mostra a nossa tendência megalómana. Entre os países da zona euro, percentualmente, só a Itália e a Grécia nos ultrapassam. Em termos de dívida pública, ou dívida soberana. Porque se adicionarmos a dívida privada global, upa! upa! E tudo para quê? Para cometermos as mesmas asneiras que temos repetido ao longo da história. Quem viaja por essa Europa fora, não pode deixar de notar a abissal diferença. Por lá, as infra-estruturas são fiáveis, o indispensável é sempre prioritário e os serviços públicos, incluindo a justiça, funcionam a contento de todos.
Ao invés, aqui na ocidental praia lusitana, particularmente na ex-capital templária, é o que vemos todos os dias. Gastaram-se milhões em empreitadas do tipo paredão do Flecheiro, Parque subterrâneo, Campo de treinos, Campos de Ténis, requalificação dos jardins, etc. etc., cuja utilidade e prioridade escapam ao comum dos mortais, mas descurou-se o indispensável -assegurar a limpeza urbana com qualidade, implementar a sinalização e a informação turística rigorosa, pavimentar estradas, calçadas, largos e ruas, alguns dos quais mais parecem campos de batalha, tantas são as crateras. Exactamente aquilo que os europeus do norte nos reprovam: Somos bons a gastar em festas, grandes obras e projectos mirobolantes, mas infelizmente incapazes em tudo o resto. E lamentavelmente continuamos há séculos a não aprender com os erros. Fomos os primeiros no caminho marítimo par a Índia, é verdade. Para quê? Os ingleses só lá chegaram depois de nós, mas souberam dar a volta a tudo aquilo em pouco tempo. Tinham planos. Implementaram a sua visão das coisas e implantaram de forma durável a sua língua.
É sabido que, como dizia um célebre cómico francês, há só uma coisa que não se pode prever -o futuro. Mesmo assim, não constitui qualquer proeza na área da adivinhação, afirmar que no próximo Inverno vamos ter frio, chuva, vento, neve nas terras altas, necessidade de roupas quentes... Sendo assim, o que impedirá os senhores autarcas de rebocarem os acontecimentos, em vez de por eles serem arrastados, como tem vindo a ocorrer?
Escrevemos aqui há pouco tempo que com o agravamento da crise teremos também um aumento da criminalidade. É dos livros. É a tal experiência, ou tarimba a aconselhar-nos. Como de costume, entre os eleitos ninguém leu, ninguém ouviu falar, ninguém está interessado no assunto. Segundo noticiou o site da Rádio Hertz, ontem houve três assaltos a automóveis, estacionados na Cerrada dos Cães. Presuntivamente de turistas. Temos portanto o filme do costume. Como não há video-vigilância, a PSP tem falta de pessoal e aquilo fica longe da zona urbana movimentada...é só avançar. E quem paga as favas são os turistas, que levam da ex-capital templária uma excelente recordação. Até parece Palermo, com máfia, palermitas e tudo.
A exemplo dos anos anteriores, vai seguir-se o destacamento para o local de um agente fardado da PSP, depois um à civil e mais tarde ninguém, devido à tal carência de recursos humanos. O caricato da questão reside no facto de António Paiva ter mandado instalar video-vigilância à volta do ex-estádio, agora campo de treinos. Percebe-se porquê, foi para gastar fundos comunitários. Não se entende de todo qual a utilidade, enquanto que lá em cima, à entrada do castelo... Apesar de também ter havido há pouco tempo um assalto à bilheteira do Convento, cujo sistema de video-vigilância estava e está inoperacional. Azar dos azares! Porque será que nunca mais começam a aprender com a experiência? Ou será sina nossa?

6 comentários:

Anónimo disse...

Qual a Junta de Freguesia do Concelho de Tomar que hoje levou os idosos a passear até ao Distrito de Leiria, e pagou tudo, inclusivé almoços? Alguns não são tão idosos, e possuem brutos Mercedes.
Contou-me quem foi no grupo, que no último fim-de-semana quarenta e cinco pessoas de um Rancho deslocaram-se à Suiça com despesas de sete mil Euros pagas pela CMT e por uma Junta de Freguesia deste Concelho. Nem queria acreditar.
Os autarcas costumam dizer que são eles que estão mais próximos do povo, pelo que sentem os seus lamentos. E não estão mais próximos do povo para fazer sentir a este que os tempo são de crise ?
Eles não devem participar no esforço nacional contra a crise dos dinheiros do Estado ?

Anónimo disse...

no Expresso on line:
"
Mota Amaral defende redução do número de deputados - O deputado apoia a medida embora considere que é necessário ser prudente em vários aspetos, entre os quais a redução da representatividade das áreas menos povoadas.
"
- Depois desta iremos assistir à redução do número de municípios portugueses.

Neste clima financeiro, a economia do medo alia-se à demagogia barata para minar e assassinar a democracia.

Zé da Rosa

Anónimo disse...

Qual é o problema? O dinheiro é de todos. Sobretudo do povo.
E os autarcas estão perto do povo porque são os que mais almoços e jantares pagam aos eleitos. Mesmo aos que andam de Mercedes. Se calhar, sobretudo a estes, pois os outros terão menos tempo livre pois também têm de trabalhar...

Arre Burro... Que amanhã é sábado disse...

O povo está farto de pagar a deputados que não defendem os verdadeiros interesses do país. Venham as reformas e já!

Isabel

Anónimo disse...

A Junta de Freguesia referida no primeiro comentário alugou seis autocarros. Pararam uma hora em Fátima, meia-hora na Batalha, depois seguiram para um restaurante no distrito de Leiria. Um cidadão da freguesia, que foi na viagem, acabou por se indignar porque diz que o almoço parecia mais um casamento, tanta era a fartura. Entre o almoço e o lanche ajantarado as bebbidas foram à descrição. O lanche ajantarado foi composto por caldo verde, arroz de tamboril, sobremesas cafés e aguardentes, isto é um lanche ?Entretanto os autarcas tomarenses dizem que não poderem fazer obras por falta de dinheiro.
Em Tomar não á economia do medo, é só fartança... até vão gastar o dinheiro das autarquias tomarenses para desenvolver outros Concelhos e outros Distritos Bem hajam.
A Junta de Freguesia de Campo de Ourique, em Lisboa, elaborou um plano de austeridade para poupar um milhão de euros até 2011.
Reformas ? Como diz o Leopardo: "É preciso mudar alguma coisa, para que tudo fique na mesma"

Anónimo disse...

Ele anda por aí tanta gente desertinha por arranjar um tacho...mas falam mal dos que lá estão...!!!