HAJA QUEM NOS ACUDA !!!

O economista e conselheiro de Estado Vítor Bento declarou anteontem que o actual modelo social português é insustentável. O mesmo sucede, pensamos nós, com a política da actual maioria autárquica, manifestamente a carecer de uma mudança de rumo de pelo menos 180 graus. Basta pensar que o Município consome, só para funcionar da forma deficiente que todos conhecemos, mais de metade das receitas que realmente arrecada. E procura esconder esta dramática situação, maquilhando grosseiramente o orçamento, recorrendo ao exagerado empolamento das verbas previsíveis.

Outra prova de que caminhamos de forma acelerada para a ruína é-nos fornecida pelo andamento das obras camarárias. As da Mata -cuja utilidade está por demonstrar- estiveram praticamente paradas esta última semana, porque o empreiteiro aguarda pagamentos por conta que tardam em aparecer. Outro tanto aconteceu com o açude da roda do Mouchão. Depois de não ter sido possível tê-lo pronto aquando do Congresso da Sopa, por falta de planeamento, de dinheiro, de pessoal, ou um pouco de tudo isso, lá conseguiram aprontar a respectiva estrutura de madeira no início da passada semana. Desde então nada! Nem rama de pinheiro, nem arbustos e ervas, nem areia ou "tout venant", nem a roda a girar. Porquê? É o que falta saber, mas a câmara fecha-se cada vez mais. Eles lá sabem porquê.

Neste ambiente de fim de baile trágico, anuncia-se outra obra que nem ao Diabo lembraria. Nada mais, nada menos do que o arranjo da antiga casa do guarda da Mata, para ali instalar uma mostra museológica. Palavra de honra que é verdade! Pode parecer, mas acreditem que não estamos nada a brincar. Com a antiga Cerca Conventual imunda, os contentores por despejar desde há meses, o antigo lagar completamente arruinado e o muro da entrada a precisar de reboco e pintura, a actual maioria autárquica resolve prosseguir na sua marcha suicida rumo ao abismo. Decide gastar recursos que não tem, numa obra de recuperação de um edifício que não lhe pertence nem administra. Devem estar convencidos de que há, lá dentro ou ali próximo, algum poço de petróleo, alguma mina de diamantes...ou alguma panela de libras!

Praticamente em simultâneo, os jovens laranjas fazem finca-pé na asneira. Já aqui lhes foi dito que aquele carrito estampado, para impressionar condutores, devia estar era numa das placas centrais das rotundas, onde circulam os automobilistas. Pois não senhor! Dignos herdeiros de quem os educou (ou devia ter educado), resolveram contrariar o bom senso, levando novamente o chasso para a parte da frente do Gualdim Pais. A câmara nada diz, certamente por causa do princípio "um homem, um voto", enquanto os turistas nacionais e estrangeiros vão olhando para aquilo e abanando a cabeça. É como diz um alemão, nosso amigo: Realmente este povo deve ser subsidiado, mas só em virtude do princípio da preservação das espécies raras em vias de extinção. Apoiado!