terça-feira, 25 de maio de 2010

UMA TRISTE E NEFASTA MENTALIDADE

É uma situação deveras curiosa. Enquanto a autarquia vai proclamando que o futuro desta terra passa pelo turismo, os comerciantes lamentam-se de que os clientes são cada vez menos e com menor poder de compra. Ou criticam o facto de os turistas visitarem o Convento e não virem cá abaixo. E no entanto, que temos para oferecer aos visitantes nacionais ou estrangeiros? Comida, bebida e dormida?
Ainda recentemente CIDADE DE TOMAR reportava que não há em Tomar estabelecimentos de venda de lembranças e outros produtos de interesse para turistas. A não ser aquela loja da Rua Direita da Várzea Grande, que por acaso é da ADIRN (Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Norte), dependendo portanto dos fundos de Bruxelas. Outro tanto acontece com a loja de vinhos instalada no Convento de Cristo. Juntou-se-lhes ultimamente a delegação do Turismo de Lisboa e Vale do Tejo, que lá vai vendendo o que pode, bem como a loja de recordações do IGESPAR, também no Convento. Resumindo, em Tomar comércio com interesse para turistas, só dependente do orçamento de estado ou comunitário. Apenas uma excepção: os raros vendedores ambulantes de fruta da época, no esburacado parque de estacionamento da Cerrada dos Cães.
É uma triste situação, originada por uma triste mentalidade -a dos que persistem, contra todas as evidências, na ideia de que os dinheiros públicos devem servir para os sustentar, apesar de nunca terem descontado para a Caixa Geral de Aposentações. Até há quem se tenha aposentado com mais de 2 mil euros mensais e mesmo assim aproveite um biscatezito "científico" para arrecadar mais 200 euros mensais + alcavalas, tudo à custa dos cofres municipais. Gente dita de esquerda, ainda para mais.
Tudo isto faz lembrar a situação existente nos países ditos socialistas, antes da implosão dos respectivos regimes e da queda do Muro de Berlim. Também por lá, as lojas de recordações para turistas eram exploradas só pelo estado. Também por lá, alguns conseguiam viver bastante bem, no meio da penúria geral. Também por lá, a crise se instalou e um dia os dirigentes comunistas foram varridos da cena política... Alguns até foram chamados a prestar contas. É sempre bom lembrar.

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