quinta-feira, 20 de maio de 2010

AZAR! OUTRA OBRA QUE CORREU MAL...

Foto 1 - Antigamente, no tempo da mão de obra barata e abundante, era assim. Cada sargeta era devidamente sifonada, com caixa de água à entrada. No verão, todos as semanas passava uma parelha de trabalhadores, munidos com rodo, balde, água, creolina, pá, carro de mão para os detritos...e vontade de trabalhar. Expulsavam com o rodo a água existente, geralmente suja, deitavam um balde de água limpa e um pouco de creolina, como desinfectante e desinfestante. Aina hoje é possivel observar, ao fundo, na direcção da folha mais alta, a pequena cavidade na parte superior, feita pelo cabo do rodo, de tanto bater. Outros tempos! Agora, a imagem fala por si.

Foto 2 - Estas são as novas sargetas, que por acaso até são importadas de Espanha. Aparentemente não precisam de manutenção regular. É pelo menos o que os empreiteiros dizem aos quase sempre esclarecidos autarcas -" Praticamente, nem precisam de mão de obra, depois de instaladas." Resultado: algumas já estão entupidas, apesar de funcionarem há bem pouco tempo. Mais grave ainda -Vá-se lá saber porquê, em muitos casos não foram devidamente sifonadas (é mais rápido e por isso fica mais barato), nem se respeitaram as cotas de escoamento. Daí as cada vez mais frequentes queixas dos visitantes e moradores. Nalguns sítios, sobretudo no Verão, os maus cheiros roçam o pestilencial. Em várias casas, designadamente aquando daquela bátega de água mais forte, os detritos sólidos voltaram para trás, para as banheiras, bases de chuveiro e caixas sifónicas. Com os cheiros que se imaginam.
Pergunta ingénua: Terá havido, durante as obras, fiscalização competente e exigente?

Foto 3 - A dada altura, o presidente Paiva, confortado com a larga maioria absoluta, começou a comportar-se de modo imperial. Assim tipo Napoleão da Trofa. No que concerne às ruas da cidade antiga a remodelar, resolveu que teriam passadeiras centrais em lajes, oficialmente por causa das cidadãs que usam sapatos de salto agulha. Sem mais satisfações, mandou instalar as tais faixas centrais, em granito funerário. Como tudo o que é demais parece mal, o cidadão Lebre muniu-se de coragem e usou, de forma enérgica, o seu direito de reclamação, numa reunião formal da autarquia. Assinalou que o granito é uma aberração estética por estes lados, posto que a região é de calcáreo.
Combalidos e algo atordoados com a inesperada reacção, os autarcas da maioria mandaram suspender as obras, que mais tarde foram retomadas, mas já com lajes de calcáreo "Molianos", em vez das de granito. Foi pior a emenda que o soneto, como infelizmente já vai sendo habitual nesta terra. Como todos os cidadãos informados sabem, o calcáreo "bebe", dizem os profissionais. Querem dizer que absorve qualquer líquido. O resultado é o que está à vista. Antes tínhamos ruas com calçada tradicional, desconfortável sobretudo para as senhoras de salto alto. Agora temos pisos mais confortáveis para todos, sem dúvida alguma, mas ruas sebentas que só envergonham os moradores.

Foto 4 - Esta panorâmica da Travessa do Arco é elucidativa. Agora só resta esperar uma de três coisas, a saber: A -Que com o tempo a acumulação de sujidade seja tanta, que as lajes acabem por ficar todas da mesma cor, em vez do actual desenho com algo de gótico flamejante; B - Que haja coragem para arrancar as lajes, substituindo-as pela tradicional calçada; C - Que tentem lavar as lajes com produtos clorados. Depois o tempo encarregar-se-á do resto.

Foto 5 - Quando alguns veículos perdem óleo, as lajes ainda ficam com melhor aspecto. Parece que se preparam para ficar de luto. Será pela morte do bom senso e do bom gosto? Ou pela da humildade e da honestidade, ambas vítimas dos constantes atropelamentos?

5 comentários:

Anónimo disse...

É mesmo sujidade!
Temos uns autarcas que são uma nódoa. Será que não podemos lavá-los com lexívia?

Anónimo disse...

Caro Professor, o meu comentário poderá parecer-lhe deslocado do tema em apreço, mas talvez sirva de base para alguma reflexão e alargar o debate. Acabo de ouvir um ex-ministro dizer na televisão que um Governo com muitos ministros obriga a ter muitos secretários de Estado, muitos subsecretários, muitos assessores, muitas secretárias e muitas coisas mais, que custam muito ao erário público, sem produção correspondente ao número de 'trabalhadores'. Portugal produz pouco. Um País que não produz, não tem futuro. Este é um dos nossos problemas, que ninguém quer ver. Acabo de ouvir, também, que a vizinha Espanha suspendeu por um ano o projecto que levará o TGV de Valência até à fronteira portuguesa, podendo, eventualmente, prolongar a suspensão por mais tempo. Há dias, uma influente personalidade portuguesa, falando do que deu mostras saber, perguntava para que serve o TGV em Portugal até à fronteira espanhola, se depois não tem ligação correspondente do lado de lá? Isto é de loucos! Parece que anda tudo à deriva. Até as explicações que vêm do interior do Governo estão a tornar-nos confusos. O Doutor Mário Soares, com a sua velha experiência, não poderá dar uns conselhos a essa 'juventude' que parece ter perdido o rumo?
Um cidadão desiludido

Anónimo disse...

Tivemos e temos uns autarcas, que nada defendem o centro histórico de Tomar.Pois apesar de terem alterado o piso das ruas, de seixos, fizeram-no da pior maneira ao colocarem uma passadeira de pedra, sem qualquer enquadramento e com pouca resistência à passagem de viaturas.
O mais engraçado, é que na Câmara existem engenheiros e não apenas pedreiros com a 4ª classe, que por ventura nunca cometeriam um atentado destes. Enfim, que mal terá feito Tomar, para merecer tal gente.

Anónimo disse...

Cuidado que a fatalidade de Tomar é a seguir a uma má câmara, ter uma ainda pior. Assim é ainda de esperar o pior, ainda por cima que em Tomar só se vota no psd e no ps, como actualmente são iguais em tudo, estão a ver qual o nosso futuro. Deitem foguetes, façam festa, toque a banda, que o povo paga tudo.

Anónimo disse...

Pois está claro: escolham outros sem passado ou com mau passado ou com futuro incerto.
O tempo esta mesmo bom para aventuras.