Paiva habituou-nos a obras estrambóticas. De parques de estacionamento vazios a estádio transformado em campo de treinos; ou de pavilhão aleijado a paredão mal amanhado, há de tudo, infelizmente. Foi-se o Paiva, vieram os actuais, mas a mudança foi nenhuma. As obras estrambólicas continuam. Mijatório da Rotunda, Acesso pedonal ao castelo pela Mata que, salvo no dia da inauguração, só por engano algum turista percorrerá, arranjo da casa do guarda da Mata, parque de estacionamento de 32 lugares para ligeiros, a meia encosta, alargamento para três vias da Rua de Coimbra...é um autêntico mostruário de dinheiro mal arrumado.
Dinheiro mal arrumado, gasto por autarcas mal posicionados, salvo melhor e mais fundamentada opinião. Todos sabemos que, ao contrário do que parece, é a Terra que roda sobre si própria e, em simultâneo, orbita à volta do Sol. Pois no nosso entendimento, com os autarcas passa-se algo semelhante. Os melhores sabem que rodam à volta do orçamento camarário e orbitam em redor do orçamento de estado. Os melhores e só eles! Os outros, pobres labregos tanto em política como em economia, estão convencidos do contrário. Julgam-se o centro do sistema, à volta do qual orbitam o orçamento de estado, o orçamento da autarquia e os cidadãos contribuintes. Donde o esbanjamento bárbaro de dinheiros públicos, num faz e desfaz que mete dó...e chega a dar raiva!
Nestas condições, já nada nos poderá surpreender. Nem mesmo a ideia de juntar mais um elefante branco ao zoo municipal, onde já vive à larga, entre outros, o Núcleo de Arte Contemporânea.
Somos vários a alertar contra as armadilhas dos antigos Moínhos da Ordem, mais tarde Lagares d'El-Rei, mais tarde ainda património da sociedade Manuel Mendes Godinho e Filhos. Mesmo assim, a actual maioria compósita parece que teima em levar avante o "Museu polinucleado da Levada", uma herança do consulado Paiva. Museu da Moagem, Museu da Electricidade, Museu da Fundição. Coisita para um pouco mais de 6 milhões de euros. Fora as usuais derrapagens e outras alcavalas do mesmo estilo, bem como os subsequentes encargos de manutenção e funcionamento.
A notícia do PÚBLICO, acima reproduzida, constitui, pensamos nós, um excelente guardanapo para os senhores autarcas se irem limpando enquanto pensam, ou vice-versa. O melhor museu industrial da Europa, em 2001, principal recurso turístico da cidade de Silves, fecha as portas 9 anos mais tarde, deixando uma ardósia de 6,5 milhões de euros = um milhão e trezentos mil contos! Já nem dinheiro tinham para pagar a água e a luz...
Como derradeira hipótese de solução chegaram a propor à autarquia a modesta renda mensal de 11 mil euros = 2 mil e 200 contos. Só 26 mil e 400 contos por ano, vejam lá! Uma autêntica miséria! Uma gota de água, num oceano de necessidades! Mesmo assim, diz a notícia, a ideia "não foi bem aceite pelas forças políticas locais." Uns ignorantes os algarvios! Vejam lá que até procuram ganhar dinheiro com os turistas! Deviam era seguir o exemplo dos tomarenses. Gente nobre e rica, alheia às baixas tarefas deste mundo, entendem que o mais proveitoso para todos é ajudar a custear as férias dos outros, com plantas e desdobráveis gratuitos, estacionamento gratuito e subsídios com fartura. Alguém há-de pagar !
E depois aparece na TV o banqueiro Ulrich, do BPI, está-se mesmo a ver que descendente de alemães, a prognosticar que estamos quase a bater contra a parede. Mais um inadaptado, é o que é. Língua viperina, ainda por cima!
Ao que relata o jornalista, em Silves interpretaram à letra o velho dito popular "Deixa arder que é na cortiça!" Quanto tempo faltará para que, na mesma situação, em Tomar sejamos forçados a dizer "Deixa arder que é na Levada e há por lá muita água?"
5 comentários:
Em Tomar continua-se a apostar em Museus. Vem aí o Museu da Levada? Como vai funcionar? Depos logo se vê!
Isabel Miliciano
Este é um assunto da maior seriedade aqui levantado.
Então perante a situação financeira actual, com corte em tudo e nas grandes obras do País, Tomar segue o seu antigo e claramente irresponsável plano.
Deve evidentemente para e analisar a situação.
Então Tomar cidade está um caos, pavimentos de terceiro mundo, faltam passadeiras, tal como limpeza.
Edifícios da câmara e privados em ruínas, lojas fechadas e abandonadas num claro sinal de desleixo da autarquia. Isto é uma cidade turística?
Necessidade em várias freguesias falta de habitação, para muita gente sem rendimentos, etc.
E não se convoca a Assembleia Municipal e faz um debate sério sobre a situação actual e as implicações para o futuro?
A câmara não analisa a questão?
Será que o serviço da divida e dos processos por resolver não merecem uma ponderação, bem como os esperados fundos comunitários.
O que vai acontecer aos edifícios do ex., colégio feminino e convento de Santa Iria, ao edifício onde estava a PSP, etc. Museus em todo o lado para quê e porquê?
Realmente este exemplo do Museu de Silves é um alerta de que vai ser grave o que se quer fazer na Levada.
Vamos continuar sempre em festa? Atirar foguetes por tudo e nada, como se nada se passe, vai a orquestra continuar a tocar como no Titanic, até irmos ao fundo?
Digam lá agora que isto é má língua, digam e depois mordam a língua.
Há dúvidas sobre como vai funcionar o museu da Levada? É simples! O que não falta por aí é gente danadinha por agarrar um tachito...
Somos completamente estúpidos.
Nem sequer somos capazes de aprender com os erros dos outros.
Preparem-se que a festa não vai durar...
Os meninos de além dos Paços do Concelho se tivessem vergonha na cara já tinham ido dar uma volta.
Esta gente é cópia (horrorosa) dos pergaminhos do primeiro-ministro, que é como se sabe, um exemplo de candura: NÃO MENTE...NÃO DÁ LUGAR A BOYS...É UM EXEMPLO DE CIDADANIA...DÁ A VIDA PELA PÁTRIA...NÃO AUMENTA IMPOSTOS...NÃO É TEIMOSO..., de ora em diante podemos imitar o primeiro-ministro porque o exemplo deve vir sempre de cima.
Coragem: o meu país ascendeu à categoria de viveiro dos MENTIROSOS E MEDÍOCRES.
Tomar, é uma cópia no seu pior.
Viva o Relvas!
Viva o Luís Ferreira!
Viva o Corvelo (Quem? Essa personagem existe? Var dar por ele quando for publicado em DR o valor da sua reforma)
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