domingo, 2 de maio de 2010

O PAREDÃO QUE ASSUSTA OS TOMARENSES

Noticiou ontem "O Templário" as dúvidas dos autarcas sobre o paredão da rotunda, manifestadas durante a última reunião do executivo. Tão graves que motivaram o pedido de comparência dos arquitectos projectistas, para explicarem o bico de obra. (Ver mensagem "Clima de tragicomédia").
Após uma visita detalhada ao local, concluiu-se que, "afinal não havia necessidade". Está tudo documentado no painel informativo, junto ao Edificio dos Cubos (ver foto supra). Basta lê-lo com atenção: "Mais protecção contra as cheias", reza a última frase, no ângulo superior direito. Querem maior claro ?
É verdade que no desenho maior não figura o paredão. Todavia, nos dois quadros mais pequenos podem ver-se duas perspectivas, uma a partir do Observador A, outra a partir do Observador B. (Não vale a pena procurar um ou outro no painel original, pois são apenas referências que resolvemos acrescentar, para facilitar a explicação. Portanto, não estão lá.)

A vista que se oferece ao Observador B, de costas para os leitores, é esta: Ao fundo a Levada, à esquerda o edifício da ex-sede da Festa dos Tabuleiros, à direita as Finanças e antes destas a Moagem Nova. Imediatamente antes da moagem, lá está o paredão, do qual apenas de vêem as extremidades, debaixo das árvores, pois o resto está ocupado pelo nevoeiro dos novos repuxos centrais da rotunda. Sensivelmente ao meio do paredão, (onde por agora estão uns ferros), há uma pequena pirâmide. Vamos ter, por conseguinte, um jardim em ligeiro anfiteatro, com a parte recuada apoiada no novo paredão. Simples, não é ?

Agora só falta saber o que tencionam fazer na face traseira do monstro. Em tempos idos, do primeiro quartel do século passado, houve aqui uma ponte de madeira -a Ponte do Albano. A dada altura, bem antes da vinda do mercado, a ponte foi retirada. A partir daí, a via assim transformada em beco passou a ser designada por "Fonte da Merda", dado que havia uma fonte por ali e as pessoas aproveitavam para se aliviar naquele local bem discreto. Foi esta a versão que nos contou o saudoso bibliófilo tomarense António Cartaxo da Fonseca, o pai da biblioteca municipal que tem so seu nome.
Por conseguinte, se três quartos de século mais tarde, a rectaguarda do paredão vier a ser um amplo urinol ao ar livre, tratar-se-á apenas de continuar uma esquecida tradição. Tanto mais que a actual autarquia já demonstrou amplamente que não gosta nada de sanitários públicos.

Entretanto, olhando com atenção, constata-se que as obras podem já ter causado a primeira vítima de monta no coberto arbóreo. Vítima dos pregos, que lhe foram espetados para segurar a bancada de armar ferro, e do pouco cuidado na remoção de algumas raízes do lado nascente, tudo indica que a cameleira terá os seus dias contados O seu aspecto é o de árvore nada saudável, que dificilmente sobreviverá às turpitudes dos homens. Mais uma...

4 comentários:

Anónimo disse...

O Sebastião que não se preocupe que com a sombra do paredão deixam de ser precisas árvores nas imediações.
Dizem que irá ganhar o ambiente, afinal, poupar-se-á na rega!

Anónimo disse...

Claro! Aquelas são as próximas árvores a estarem doentes e a precisarem duma poda pela raiz! É a palestinização de Tomar!

Anónimo disse...

Senhor Professor, esclareça-me, por favor: o substantivo feminino retaguarda passou a escrever-se com c antes do t? A sério, obnrigado!

Anónimo disse...

Deviam fazer um bem mais alto e comprido, junto ao rio (lado poente)á cidade, acompanhando até a ponte pedonal, melhorava e muito o visual hurbanistico daquele lugar,(10 metros de altura no minimo)