quinta-feira, 13 de maio de 2010

ANÁLISE ALARGADA DO QUE SE VAI ESCREVENDO

COLABORAÇÃO DA PAPELARIA CLIPNETO LDA.

Desta vez, resolvemos alargar o nosso usual horizonte analítico/informativo semanal, dada a gravidade da situação, tanto a nível uropeu como nacional e local. Este "cartoon" foi copiado do PÚBLICO, a quem agradecemos. Embora sem legenda, todos percebemos muito bem do que se trata. E convirá pensar que o cidadão atrapalhado pode muito bem ser o Sócrates. Ou até o "nosso" Corvêlo de Sousa, depois de ter ouvido o primeiro-ministro a anunciar que vai reduzir em 5% os vencimentos dos eleitos, e em 100 milhões de euros as transferências para as autarquias, o que dá uma média de 300 mil euros a cada uma. Mais coisa, menos coisa. É obra ! E é só o começo, que a partir de agora Sócrates vai limitar-se a cumprir estritamente as orientações económicas de Bruxelas=Ângela Merkel. Que, como os outros alemães, nunca brinca em serviço.

Quem viu o abismo a tempo foi o ex-líder laranja Marques Mendes. Chamavam-lhe Marques Pentes, mas afinal ele é que tinha razão. Aqui deixamos a capa do seu livro "Mudar de Vida", que é o que terão de fazer, e quanto antes, os senhores da coligação das gamelas. Sob pena de a dada altura não haver mais gamelas para ninguém. As dificuldades para os políticos, gestores e funcionários públicos, estão apenas a começar. Estão, por assim dizer, ainda à entrada do túnel...
O analista Gideon Rachmann, do Financial Times, citado por Almeida Fernandes, no PÚBLICO, é extremamente claro: "Infelizmente, os eleitores e os políticos europeus não estão preparados para a era de austeridade que têm pela frente." Dos eleitores e políticos nabantinos, nem vale a pena falar!, acrescentamos nós.

Do MIRANTE desta semana destacamos apenas este cliché particularmente enternecedor. Nele podemos ver Corvêlo de Sousa, ao mesmo tempo elegante, distinto e bonacheirão. À esquerda, como convém, o vereador Luís Ferreira, com óculos de agente secreto e ar embevecido. Ainda não devia saber que passa a receber menos 5% ao fim do mês, não poderá contratar mais camaradas e vai sofrer uma amputação nas verbas inicialmente previstas.
Diz o mesmo semanário, na página 43, que este ano o distinto vereador emborcou 18 sopas. Se assim foi, percebe-se o seu ar de manifesta felicidade... Resta saber por quanto tempo mais, que os ares estão cada vez mais pesados. E Miguel Relvas está atento aos detalhes, como se poderá ler mais abaixo.

O TEMPLÁRIO continua fiel ao seu estilo, que é o que actualmente mais vende no país -desporto (sobretudo futebol) e frivolidades. No fundo, trata-se do figurino anglo-americano, que se pode resumir no clássico "o quê? quando? onde?", o qual, como qualquer outro, tem vantagens e inconvenientes. As duas principais vantagens residem no facto de permitir evitar qualquer tomada de posição, o que faculta uma situação cómoda. A de poder estar, em simultâneo, de bem com Deus e com o Diabo. De agradar tanto a gregos como a troianos, para usar outro chavão.
Quanto aos inconvenientes, um deles será o que resulta da verdadeira avalanche quotidiana de informações, que leva o cidadão comum, animal social por excelência, a sentir necessidade de confrontar ideias, opiniões, análises, verdades alheias, tendendo por isso a recorrer a suportes que lhe facultem, no mínimo, o "como? e o porquê?", que o semanário dirigido por José Gaio quase nunca aborda. O mundo muda aceleradamente. Os leitores idem, idem. Quem não acompanhar, ficará irremediavelmente para trás...

CIDADE DE TOMAR continua a confirmar pela positiva que "É de onde não se espera que as coisas surgem". Nesta edição, temos as opiniões de António Serraventoso e de Ricardo Lopes, "Comparações com Tomar", um esboço de reportagem, na página 12, sem assinatura, mas facilmente identificável, a habitual e desta vez deliciosa "Crónica de Campanha", de Mário Cobra, e uma entrevista a Miguel Relvas.
De forma mais detalhada, digamos que Serraventoso continua corrosivo como sempre, enquanto que Ricardo Lopes, dirigente laranja local, filho do presidente da Junta de Casais, ataca o PS e mostra já ter aprendido umas coisas na política social-democrata. Falando do paredão/Muro das Lamentações, tem esta tirada, de acordo com as melhores regras da arte: "Dou o benefício da dúvida mas fico atento, porque também não acho muito jeito ao muro para já." Os socialistas que estão convencidos de que a transitória aliança 3+2 é para durar, terão todo o interesse em tomar nota, porque quem assim escreve é o segundo do actual líder concelhio laranja.
Sobre as declarações de Miguel Relvas, os jornalistas locais farão o favor de nos perdoar, e vão certamente chamar-nos nomes, mas a nossa verdade é esta, dirigida ao ilustre presidente da Assembleia Municipal de Tomar, agora também Secretário-Geral e Porta-voz oficial do PSD, bem como principal amigo e conselheiro de PP COELHO: Chega de bater em mortos! Miguel Relvas sabe muito bem que os profissionais locais não têm arcaboiço cultural, nem real liberdade de acção, que lhes permita fazer as perguntas inconvenientes, nos momentos inoportunos. E isso nota-se. Raramente as entrevistas contêm algo de imprevisto, e ainda menos declarações involuntárias dos entrevistados.
Neste caso, apenas aproveitamos o que nos pareceu trazer água no bico, em relação ao nabantino casamento rosa/laranja: "Não se trata de uma coligação formal, mas de um acordo de governação, que obriga a um esforço de entendimento muito grande entre os dois partidos, e que apela diariamente ao exercício de coordenação e bom senso. Espero que ao fim de um ano de acordo, a avaliação demonstre que valeu a pena este esforço de entendimento." Por outras palavras, a circunstancial coligação não vai nada bem; há cada vez mais divergências; dentro de alguns meses logo veremos; estamos preparados para tudo. Quando nos parecer conveniente, rompemos, assumindo naturalmente as inerentes vantagens e os óbvios inconvenientes.
A política, para quem saiba usar a cabeça e acumular experiência, é na verdade uma excelente escola!

4 comentários:

Anónimo disse...

Tomar é um concelho sui generis. Há pouco tempo dei por mim a transitar por uma estrada que não percorria há algum tempo: a estrada do Coito. E em plena aldeia tive de parar e aguardar cerca de 10 minutos por causa duma obra cujos trabalhos nesse momento ocupavam a estrada.

Instintivamente pensei : "COITO INTERROMPIDO"...

Anónimo disse...

18 sopinhas? Vai lá vai! E até calhou bem porque foi à borliú...
Ainda há sítios onde se come bem!

Anónimo disse...

"As dificuldades para os políticos, gestores e funcionários públicos, estão apenas a começar. Estão, por assim dizer, ainda à entrada do túnel..."

Aindo o vou ver gemer de raiva...
A seguir vão cortar 50% nas aposentações dos funcionários públicos.
Afinal o ataque aos direitos adquiridos vai ser para todos!

Anónimo disse...

"Espero que ao fim de um ano de acordo, a avaliação demonstre que valeu a pena este esforço de entendimento."

UM ANO? DOZE MESES? NÓS NÃO IREMOS AGUENTAR TANTO. A CIDADE ESTÁ UMA PODRIDÃO. ARRISCAMOS A MORRER DA FOME ANTES DESSE PRAZO.