terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Atitudes lastimáveis


Quase quarenta anos após o 25 de Abril, há eleitos que ainda não se habituaram a agir em conformidade com a sociedade aberta em que vivem. Atitude tanto mais condenável quanto é certo que atravessamos uma gravíssima crise externa e nacional, a que se veio juntar agora o desaguisado político local. Quando os eleitores mais precisam de informação susceptível de lhes inspirar confiança e segurança, é o contrário que acontece. Pobre terra! Pobre gente!
O presidente da edilidade está ausente em parte incerta, por razões desconhecidas. Fala-se de baixa médica, mas multiplicam-se os alvitres de eventuais doenças. O vice-presidente, por sua vez, se sabe algo mais, não o diz. Vai porém fazendo dos Paços do Concelho um arremedo do Palácio de Belém, recebendo delegações de todas as forças representadas na Assembleia Municipal, como se estivesse em preparação um novo governo. Com uma diferença notável. Enquanto Belém cultiva o hábito saudável de informar os portugueses sobre o que por ali se vai passando, nomeadamente quem é recebido, porquê e para quê, aqui em Tomar persiste o mutismo total.
Compreende-se tal deselegância, uma vez que, com a barca nabantina a meter água por cada vez mais rombos, não parece que a actual tripulação, agora com menos alguns elementos, possa continuar  a navegar à vista. Além da embarcação já estar a adornar, é do conhecimento geral que a equipagem não tem qualquer rota definida, não sabe ler cartas de marear, nem estabelecer um rumo e segui-lo. Por conseguinte, manter o silêncio é uma forma ardilosa de esconder aos tomarenses que vogamos à deriva, até ao próximo e inevitável naufrágio, caso entretanto não ocorra uma mudança de quarto.
Retomando a linguagem de terra, sem norte nem objectivos, os actuais eleitos mostram-se incapazes de resolver cada vez mais problemas correntes, alguns já com barbas. Eis uma sucinta enumeração. Que soluções têm:  Para o mercado municipal? Para o mercado grossista? Para o acampamento cigano? Para o Convento de Santa Iria? Para o Palácio Alvim (ex-PSP)? Para a ParqT? Para o Parque de Campismo? Para o Bairro da Senhora dos Anjos? Para o Bairro 1º de Maio? Para o emprego? Para o investimento? Para o desenvolvimento local? Para os acessos ao Convento? Para a Feira de Santa Iria? Para a Estalagem do mesmo nome? Para pagar aos fornecedores? Para amortizar a dívida de médio e longo prazo? Para reduzir as despesas de funcionamento? Para a limpeza? Para o pretenso "forum augustano"? Para o evidente definhamento do concelho?
Com alguma manha e sorte, talvez consigam uns e outros chegar ao final do mandato, em 2013. Não é fácil, mas se a sorte protege os audazes, Deus protege sobretudo os pobres de espírito. Se assim for, aguardam-vos anos e anos de ostracismo. Bem merecido, de resto.
Injusto, eu? Que dizer então do vosso ilustre par Pedro Marques, que não se cansa de proclamar que os independentes não serão bengala de ninguém? Que se saiba, só precisam de bengala os cegos e os coxos. E nada pior na vida , sobretudo na política, do que os intelectualmente cegos e coxos. Ou vice-versa.

1 comentário:

Anónimo disse...

É nos pequenos detalhes que se vão topando os mais capazes. Perante este escrito, o distinto vice-presidente nem ai nem ui. Fez e faz de conta que não leu. Já o vereador Luís Ferreira apressou-se a responder, no seu blogue vamosporaqui.blogspot.com
Sem dizer que responde. Ou não tivesse uma educação tomarense, com todas as suas virtudes e defeitos.