Chegou a temer-se que os IpT, não querendo servir de bengala, acabassem por ser as muletas do moribundo executivo que temos, praticamente já pouco mais que um cadáver político adiado, com a consequente pestilência. Até houve quem antes garantisse que iam votar a favor, ou mesmo quem temesse que o preço dessa ajuda pudesse vir a ser um tempo inteiro para Graça Costa. Afinal tudo não passou de elucubrações, naturais no conturbado microcosmo político nabantino. De qualquer modo, é inegável que as forças políticas locais adoram continuar a nadar em potes de iogurte, à coca de qualquer erro dos adversários. Assim sendo, a desesperante e nefasta agonia do executivo vai-se prolongando, sem benefícios para ninguém.
A situação é já tão grave e está de tal forma infectada que pode bem vir a suceder que José Perfeito e os seguintes na lista não queiram tomar posse, uma vez que isso equivalerá, sem sombra de dúvida, a "chamuscar-se" praticamente para nada, hipotecando assim quaisquer futuras hipóteses políticas. Da mesma forma e pelas mesmas razões, é praticamente impossível que qualquer formação oposicionista -do PS ao BE- venha a aceitar qualquer compromisso formal ou implícito com a actual maioria relativa. Como já aqui foi dito, se o PS abandonou chorudas benesses, não foi de certeza para agora voltar a coligar-se. Quanto aos IpT, seria uma vergonha se a troco de pratos de lentilhas, ou como pagamento de eventual factura anterior, aceitassem substituir os socialistas na tragédia local. Creio que nem Graça Costa, ex-PSD, nem Pedro Marques, político com obrigação de ser experiente, se prestarão a semelhante situação que agora seria vergonhosa para eles. Assim como ineficaz e efémera, se tivermos em conta que os deputados municipais, pelas mais variadas razões, estão cá com uma sede ao executivo...
Face a tudo isto, forçoso é constatar que todos desejam intercalares quanto antes, sem contudo quererem assumir a despesa de as provocarem. Até quando vai durar semelhante indecisão?
Anuncia-se para hoje um comunicado do PSD sobre o actual momento político. Resta esperar, com sérias reservas, que seja profícuo. Oxalá indique decisões, soluções, caminhos. De paleio oco de circunstância, estamos todos fartos. A economia não se compadece com situações trágico-cómicas como a actual, pelo que a fome e a miséria começam a fazer cada vez mais estragos. Sobretudo a miséria conceptual a todos os níveis.
Tenham dó! Acabem com a agonia do executivo quanto antes!
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