Alguns anos após o sucesso do Diácono Remédios na RTP, a política tomarense tende cada vez mais a demonstrar que rústico eclesiástico afinal via longe. Notoriamente atordoados pela recente evolução política negativa, da qual são a principal, ou mesmo a única causa, os laranjas nabantinos vão acumulando argoladas. Infelizmente para eles; infelizmente para os tomarenses. Porque com políticos assim, só apetece citar bem alto o Diácono: Num habia nexexidade!
Em três dias de plena presidência Carrão, já vamos em dois comunicados, que acima se reproduzem. Um da Comissão Política do PSD, outro dele próprio. Este último com a agravante de ter sido distribuído durante uma curtíssima "conferência de imprensa", convocada para as 14 horas de hoje nos Paços do Concelho, "sem direito a perguntas". Se era só para distribuir o texto impresso, fica-se sem saber qual a utilidade da convocatória aos jornalistas. Simples sadismo? Vontade de alardear autoridade? Penacho? Simples falta de chá?
Os leitores farão o seu juízo, pois um povo informado é meio caminho andado. No caso de Tomar continua a não se saber bem em que direcção, mas pronto. Deve ser coisa transitória. Pela minha parte, não posso deixar de discorrer que, mesmo não sendo os tomarenses em geral uns portentos em termos de agilidade cabeçal, tão pouco estão dispostos a comer toda a palha que resolvam colocar-lhes à frente. Duas enormes sandes de três arames -vulgo fardos de palha- em menos de uma semana, é demasiado. Tanto mais que um está cheio de nada e a outro de coisa nenhuma. É só blábláblá de circunstância. Digo eu...
Após dois anos de governação autista, sem dar cavaco ao parceiro com quem livremente celebraram um "acordo de partilha do poder", virem agora proclamar "Não nos cansaremos de procurar o diálogo" é tentar abusar da eventual boa fé dos eleitores. Se desde há pelo menos 14 anos consecutivos que não sabem o que isso é, vão agora estrear-se nessa nova modalidade?
Que a Comissão Política tenha enveredado por semelhante caminho, ainda pode aceitar-se. Estão no seu papel e são relativamente inexperientes. Mas o agora presidente, com 14 anos de tarimba e pelo menos outros tantos de jornalista, devia demonstrar mais respeito pela oposição, pela inteligência das pessoas e pelos seus colegas da comunicação social local. Tanto mais que os lugares conseguidos em listas partidárias são sempre transitórios. E as ressacas terríveis...
Ao afirmar que "Se a oposição considera que o caminho é a instabilidade política e a degradação da confiança das gentes de Tomar nos seus representantes, então a oposição que assuma as suas responsabilidades", o eleito Carrão devia ter completado o raciocínio com este remate singelo: Os actuais vereadores eleitos pelo PSD renunciam em bloco e pedem ao governo que marque eleições intercalares para o executivo. Aí sim, mereceria o meu respeito e o meu apoio. Agora com ameaças vãs...
Num habia nexexidade, diria o Remédios se foxe nabantino, a estes tomaristas armados em tomarenses. Ou a armar em carapau de corrida, para não dizer ao pingarelho.
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