Nota prévia
Quando na RTP 1 apresenta dados do portal PORDATA, Alberta Marques Fernandes conclui sempre com a frase "Contra factos não há argumentos". Em relação à consulta pública que terminou ontem, pode usar-se uma afirmação semelhante: Contra factos, não adianta argumentar. Dito isto, convém esclarecer que os dados obtidos não são representativos do universo eleitoral tomarense (38.724 eleitores inscritos), mas apenas do universo dos leitores de Tomar a dianteira = 11.334 no último mês, o que dá uma média diária de 378. Em relação a esta, o total de votos validados -182- corresponde a 48%, próximo da participação conseguida nas últimas autárquicas = 58,7%.
Daqui resulta que 182 = 0,8% dos votos entrados nas urnas do concelho, nas autárquicas de 2009. Nada mau para uma simples sondagem, sobretudo quando se têm em conta que o PSD, vencedor incontestado dessas autárquicas, obteve apenas 20,5% dos votos dos eleitores inscritos. Contra factos...
Resultados comentados da consulta pública
Tratou-se de um inquérito aberto, anónimo, livre e justo. Contemplava as 5 hipóteses possíveis, da mais conservadora -manter tudo como estava até final do mandato- até à mais ousada -renunciar e convocar eleições intercalares. Entre estes dois extremos, havia as possibilidades intermédias: Susbstituir Corvêlo por Carrão, Acabar com a coligação ou Substituir e acabar com a coligação.
Os resultados obtidos são, em boa verdade, esmagadores: Apenas 19 votantes = 10% acham que o actual executivo deve concluir o mandato. Pior ainda, só 7 votantes = 3% apoiam a substituição de Corvêlo por Carrão, que de facto já foi feita, pelo menos transitoriamente. Quanto a acabar com a coligação, mantendo-se Corvêlo, foi o voto de 16 participantes = 8%. A substituição referida e o fim da coligação -afinal a situação actual- é a solução votada por 6 eleitores = 3%. Finalmente, a renúncia colectiva dos actuais membros da maioria relativa, seguida de eleições intercalares, mereceu a preferência de 134 votantes = 73%, números que não carecem de qualquer comentário, pois são assaz elucidativos, para quem os queira perceber e ter em conta.
Perante estes factos incontroversos, os instalados do costume, avessos a qualquer mudança, vão mais uma vez tentar armar ao pingarelho, com aqueles estafados argumentos do costume, que não passam de frases feitas, daquelas que até dão vontade de dormir em pé. Objectivamente, perante isto, tudo o que possam vir a dizer em desabono entrará naquela categoria que o povo, com a sua experiência milenar, costuma classificar com um de três aforismos à escolha: O mau dançarino diz sempre que o chão é torto; A morte tem sempre uma desculpa; Quem não sabe coisa e tal, até os respectivos o incomodam. Concluindo, é cada vez mais evidente por estas bandas que há muita falta dos respectivos na política local. Por isso estamos como estamos, posto que, quanto mais uma pessoa se abaixa, mais se lhe vê o dito. Com o frio que está...
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