Reza o recente comunicado do PSD que "O Orçamento de 2012 estaria mais adequado ao período de crise que atravessamos e vamos enfrentar em 2012". Uma vez que, com é habitual, nem a autarquia, através do seu oneroso boletim-agenda cultural, nem a comunicação social, alguma vez informaram sobre o orçamento para 2012, ou sequer sobre as suas principais orientações, apenas se pode murmurar, à brasileira, -não sei não! A única entidade que até ao momento em que escrevo informou os seus militantes e o público informatizado sobre tal documento foi o PS. Aí se pode ler que do documento chumbado constam para o próximo ano, como novas despesas: Festival de Estátuas Vivas = 175 mil euros = 35 mil contos; Museu do brinquedo = 404 mil euros = 80.800 contos; Estacionamento de autocarros no terreno militar da antiga Messe de Oficiais = 275 mil euros = 55.000 contos; Cafetaria (com venda de álcool?) na zona desportiva = 146 mil euros = 29.200 contos.
À falta de adequadas notas de enquadramento e não pretendendo sequer tomar agora posição, não se pode contudo deixar de achar pitoresco (para não dizer outra coisa) que os autores do documento o considerem "mais adequado ao período de crise que atravessamos e vamos enfrentar em 2012". Sobretudo quando se constata que a próxima edição das Estátuas Vivas irá custar, de acordo com o orçamentado, quase tanto como a recente Festa dos Tabuleiros, que sempre tem outra envergadura, nomeada e tradição. Ou que o aluguer do terreno da antiga messe militar custa uma fortuna à autarquia, quando afinal praticamente todos os automobilistas estacionam de borla na cidade antiga.
A época que atravessamos será mesmo a mais indicada para bizarrias do tipo das acima indicadas? Além de tudo o mais, compreende-se que toda a gente -sobretudo os eleitos da oposição- desconfie da credibilidade e da honorabilidade de um município como o de Tomar, cujas contas nunca foram até agora auditadas por uma entidade externa, apesar de a Lei da Finanças referir desde 2007 que essa certificação é obrigatória. Para mais, sendo o vereador Carrão -que tutela a divisão financeira- um TOC credenciado, não pode ignorar que a autarquia está a incorrer numa grave ilegalidade, ao não respeitar uma lei vinculativa da Assembleia da República, cuja punição poderá chegar à suspensão dos eleitos, seguida da nomeação de uma comissão administrativa e da subsequente sindicância oficial.. É isso que pretendem? Tenham em conta que o actual clima de hostilidade no seio do executivo não é nada abonatório para o presidente da Assembleia Municipal. À mulher de César não lhe basta ser séria; tem de parecê-lo também!
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