Perguntam vários leitores, num jeito muito tomarense -E agora?! Percebe-se que assim suceda, posto que estamos perante uma situação peculiar, que surge pela primeira vez em Tomar: Presidente de baixa, maioria relativa reduzida a dois, revisão orçamental chumbada, orçamento para 2012 idem idem.
Não simpatizando com aquele bárbaro abuso de linguagem, segundo o qual "Prognósticos só no fim do jogo", passo a dar o meu palpite sobre o baile político nabantino, começando por reconhecer que há duas evidências: 1 - Tudo pode acontecer; 2 - Apenas uma certeza -nunca o futuro próximo foi tão incerto.
Sobre o presidente da autarquia -a quem desejo rápidas melhoras- no meu entendimento o mais plausível é que venha a estar de baixa até meados do próximo ano, altura em que completa 65 anos, podendo então requerer a aposentação. Não sendo seguro, é todavia muito provável.
No que concerne à autarquia, as coisas são bastante mais complicadas, tantas são as variáveis a ter em conta. Nesta altura, a maioria dos trunfos pertence à oposição. O que não implica que os seus quatro eleitos os saibam ou queiram jogar em tempo oportuno. Afinal de contas, a política pura e dura é sempre bem mais complexa e exigente do que possa parecer aos profanos. Caso resolvam jogar as melhores cartas, a relativa maioria pouco mais vai durar. Só até que lhe comuniquem estar impedida de deliberar seja o que for, devido à permanente falta de quórum, tanto no executivo como na AM. Julgo estar marcada uma reunião do parlamento municipal para o próximo dia 27. Excelente ocasião para esclarecer posições. Haverá reunião, ou não chegará a haver quórum para isso?
Sem iniciativa plenamente eficaz da oposição, a presente e muito prejudicial situação de bloqueio pode vir a prolongar-se por meses. Não só porque os laranjas vão ter em Fevereiro eleições para escolher a comissão política, mas também porque vários factores apontam para uma situação assaz curiosa. Tal como as raparigas de religião muçulmana que já tiveram as suas aventuras vão procurando adiar o casamento até conseguirem os 5 mil euros para a cirurgia de reconstrução da virgindade, assim o PSD autárquico parece procurar manter-se nos lugares até alcançar uma sonhada mas agora impossível nova virgindade política. Não há cirurgião que lhes valha!
Qualquer que venha a ser a evolução, o eleitorado tomarense não vai decerto esquecer o caso ParqT -uma coisita de 6,5 milhões de euros = 1,3 milhões de contos- os 7 meses sem cobrar taxas, devido a um erro crasso do então responsável pelo pelouro que tutelava a divisão administrativa e financeira, a legalmente obrigatória auditoria externa anual das contas municipais, inexplicavelmente protelada desde 2007, e tantos, tantos outros "gatos", que não se cansam de miar, de forma cada vez mais audível.
Finalmente, avulta uma situação de conclusões opostas. Os da tribo dos instalados continuam convencidos de que, mal ou bem, com o tempo tudo se resolve, pelo que é urgente não fazer nada. Pelo contrário, observadores externos e neutros prognosticam que quanto mais o tempo passa, mais se complica o imbróglio nabantino. Resta esperar para ver quem tem razão.
Pobre terra! Pobre concelho! Mas se é assim que os tomarenses gostam, seja feita a sua vontade. Amen!
Sem comentários:
Enviar um comentário