Em período considerado normal, a actualidade política local é, como todos estamos fartos de saber, paupérrima. Agora imagine-se a situação durante esta quadra natalícia, tempo de festa, de amizade, de reencontro da família e de tréguas. Mesmo com a crise a agravar-se e a situação tomarense a complicar-se, impera a atávica pacatez que nos arrastou para o estado em que estamos e promete amanhãs bem sombrios.
O imbróglio político local, com uma relativa maioria entrevada e uma oposição a fingir-se cega, continua a praticar a arte do segredo como sendo a alma do negócio. Já foi! Agora, sem comunicação, ninguém vai longe. Dos sete membros do executivo, só o socialista Luís Ferreira parece já ter entendido que os tempos mudaram e que essa mudança é cada vez mais acelerada,. Mantém o blogue vamosporaqui.blogspot.com e vai escrevendo nos jornais ou comentando na Rádio Hertz e em Tomar a dianteira.
Ontem enviou um comentário a priori algo enigmático: "Meus caros conterrâneos, não há necessidade de se preocuparem com tal facto, uma vez que mercê de alguns desenvolvimentos que acontecerão nas próximas semanas, tal facto deixará de ser relevante. Basta aguardar." Enviado às 19H31 de Domingo, 18 de Dezembro de 2011.
O facto referido consta do post Uma questão de idoneidade e confiança, de 17/12, no qual se expõe a peculiar situação do vereador Carlos Carrão. Após 5 anos seguidos sem cumprir, enquanto vereador que tutela a área contabilística e financeira, a Lei das Finanças Locais, no que concerne à obrigatória auditoria externa e certificação, o actual presidente em exercício fez saber que tenciona vir a ser o futuro presidente do Conselho de Administração dos SMAS. Donde a preocupação de Tomar a dianteira: Será mesmo a melhor opção?
Uma vez que o vereador Luís Ferreira assegura não haver necessidade de se preocupar, tendo em conta os próximos acontecimentos, diversas hipóteses são possíveis: Eleições antecipadas? Nova coligação, desta vez PSD/IpT? Executivo de salvação local PSD/PS/IpT? Bloqueio pela oposição unida de qualquer decisão camarária, incluindo a dita nomeação?
Como os leitores bem sabem, sempre preferi a primeira solução. Antes de mais, por me parecer que todas as outras mais não serão, por assim dizer, que remendos ou pensos rápidos em pernas de pau carunchosas. Depois, porque só um novo sufrágio permitirá romper com o passado recente, seja qual for o resultado. Finalmente porque, se a oposição continuar a hesitar, haverá entretanto nova Lei Eleitoral em vigor, pelo que deixará de estar representada no executivo, caso não consiga vencer. É isso que pretendem?
Neste contexto, sendo aliciante, o também sibilino comentário de Luís Ferreira apenas adensa ainda mais o usual nevoeiro político local. É pena, digo eu. Com o Natal à porta, todos precisamos de esperança e não de ainda mais nevoeiro.
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