Diário de Notícias, 13/12/2011, última página
Ao ler esta excelente crónica de Ferreira Fernandes no DN de ontem, pensei logo para com os meus botões: O mais provável é que estes inspectores da ASAE tenham feito estágio na Câmara de Tomar. Ou então foram formados por docentes que já cá trabalharam.
Isto porque a atitude é exactamente a mesma. Em vez de facilitar a tarefa de quem produz riqueza, ou pretende contribuir para que se crie valor acresentado, não senhor. Fundamental é infernizar a vida dos cidadãos-contribuintes. Na autarquia tomarense, todos obram com afinco nesse sentido, sempre que podem. Há de tudo, como nas antigas farmácias. Desde o eleito que, tendo sido advertido por um cidadão requerente, dizendo-lhe que a lei não previa isso, desabafou -"Estou-me cag... para a lei; aqui quem manda sou eu!", até ao técnico superior esclarecendo um munícipe que o projecto não pode ser aprovado assim "porque eu não gosto!". Desde funcionários chantageando presidentes de junta a vereadores procurando bandarilhar a lei, os tomarenses estão mesmo muito bem servidos. Há até os que sem protesto vão pagando mensalmente taxas obrigatórias por serviços de que não beneficiam. Falo do tratamento de esgotos, por exemplo.
Com um município de especialistas em adiar, protelar, dificultar, complicar, depois admiramo-nos de ter chegado ao estado em que estamos, com tendência para piorar. Estavam à espera de quê? Salvo os masoquistas, que são poucos, ninguém gosta de ser maltratado, explorado, enganado. Por isso, mal topam que vivem num concelho (mal) governado por funcionários que agem como se os cidadãos estivessem às ordens do poder, tratam de calçar os patins logo que possível, rumo a paragens mais hospitaleiras. Já que, na actual envolvência, não podem dizer a alguns funcionários para fazerem outro tanto, nem estão dispostos a pagar por baixo da mesa...
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