JORNAL DE LEIRIA, 08/12/2011, página 9
É do domínio público que somos o único país do velho continente onde as pessoas perdem comboios, apesar do tamanho deles. Há porém outra constatação menos conhecida, que é a de os tomarenses perderem todos os comboios rumo ao futuro. Basta mencionar que, apesar de estarmos no centro do território, Santarém passou a sede de distrito, ficámos afastados da Linha do Norte, do entroncamento de linhas de caminho de ferro e da A1. Má vontade em relação a Tomar? Não creio. Apenas uma população e uns autarcas cuja principal característica nunca foi lutar pela sua terra, de forma unida e eficaz, salvo uma ou outra excepção. E depois queixam-se.
Neste momento estamos a perder o comboio da crise e a malbaratar as nossas hipóteses, ao procurar adiar o inevitável: uma verdadeira ruptura com o passado recente. Mesmo se o vereador Carlos Carrão, agora ao leme, declarou recentemente que as crises são períodos de oportunidades, a verdade é que já perdemos o comboio da reforma das freguesias, estamos a perder o da mudança de dirigentes e vamos perder o da inevitável reformatação da autarquia, a qual vai implicar redução do pessoal.
Com apenas pouco mais de 14 mil eleitores, (38 mil em Tomar), a Nazaré pretende poupar em 2012 1,4 milhões com vencimentos. O que significa a transferência ou o despedimento de pelo menos 125 funcionários.Nesta altura, o executivo nazareno já colocou 74 na empresa municipal Nazaré Qualifica, cuja área de actuação é vastíssima: "Elaboração de estudos, projectos e consultoria nas áreas industrial, comercial, turística e da agricultura e pescas, energias alternativas e eficiência energética, gestão de equipamentos culturais, educativos e desportivos". Teve nos últimos três anos resultados negativos de 14.518€, 19.259€ e 2.463€, segundo o Jornal de Leiria.
E em Tomar? Estarão os autarcas da relativa maioria convencidos de que vão conseguir passar pelos intervalos das sucessivas bátegas que se aproximam? Há gente para tudo... E vão pagar os do costume!
1 comentário:
Não há qualquer problema com as dívidas tal como recentemente o ex-primeiro ministro José Sócrates disse: “Pagar a dívida é ideia de criança”.
O curioso é que disse aquela frase e agora vem dizer que deturparam as suas palavras. Continua a ser que grande “pinóquio”.
Nem em França melhorou nada. Aquilo é que vai dar um “excelente doutor”.
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