Vários leitores estranharam que na recente revista da imprensa regional não tenha sido comentada a volumosa entrevista de Pedro Marques ao CIDADE DE TOMAR. Foi naturalmente uma atitude muito ponderada. Visava sobretudo evitar desencadear querelas pessoais, inúteis e prejudiciais para o concelho, nesta altura do campeonato.
Acontece que posteriormente me foram avançados argumentos por assim dizer esmagadores -os chamados argumentos-marreta. Destaco dois: A - Tratando-se de um blogue sobretudo para memória futura, dentro de dez ou vinte anos já quase ninguém entenderá o agora ocorrido com as declarações do líder ipetista. B - Em virtude do exacerbado desejo mimético reinante a nível local, tudo indica que daqui até às futuras autárquicas, mais entrevistas do mesmo tipo se seguirão na imprensa local e regional. Não tendo comentado esta, notar-se-á uma flagrante injustiça ao escrever sobre as outras.
Assim sendo, aí vai.
A abrir, proclamo sob palavra de honra que nada me move contra o cidadão Pedro Marques, ou qualquer outro, eleito ou não. Nunca fui nem sou de invejas, cobiças, ressentimentos, rancores ou vinganças. Apenas vou procurando escalpelizar o comportamento político de cada um, face às lancinantes necessidades da cidade e do concelho.
Todos sabemos que há diversas categorias de cidadãos. A de longe mais numerosa engloba os que têm imensas dificuldades para falar ou escrever. Segue-se o grupo dos que falam e escrevem quando necessário. Finalmente, temos os raros que falam ou escrevem bem e, no topo, os que brilham tanto na oralidade como na escrita. São aqueles raros que, quando falam ou escrevem, logram sempre dizer alguma coisa.
Infelizmente para ele -que é um profissional do foro- como para nós, eleitores concelhios, Pedro Marques integra o primeiro grupo. Fala e escreve apenas quando urge, e fá-lo de maneira laboriosa, com intervenções nem sempre cabalmente decifradas pelos circunstanciais destinatários. Na citada entrevista, que se nota ser um conjunto de respostas escritas a um questionário também escrito e antes estudado, conseguiu algo de extraordinário: Encher cinco páginas de jornal sem dizer nada de novo, não apresentando qualquer ideia simultaneamente fecunda e original. Lê-se e volta-se a ler tudo aquilo e fica-se com a incómoda sensação de uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma. Será talvez demasiado cruel, mas foi a sensação com que fiquei e que ainda se mantém no meu espírito.
Tal como antes, na dita entrevista o ex-presidente em representação do PS continua a difundir, quiçá involuntariamente, uma imagem de alguém indecifrável e dúplice, que cultiva a ambiguidade para daí vir a colher benefícios. Há até uma prova icónica na própria entrevista. Nela o autarca independente refere as vantagens do diálogo permanente, mas aparece numa foto em atitude imperial, de costa voltadas para a cidade. Como postura favorável ao diálogo, já vi melhor...
O próprio título escolhido, que faz a manchete do semanário, é afinal um logro político. O grande problema da actual maioria relativa não é a falta de estratégia e de capacidade de gestão ou de liderança. Tomar já teve disso com fartura -até em excesso- durante os mandatos de António Paiva. Para nossa vergonha, os tristes e onerosos resultados estão aí, à vista de todos. Terá servido de lição? As declarações de Pedro Marques levam a pensar que infelizmente não.
Aquilo de que Tomar na verdade precisa mesmo, com a urgência possível, é de um projecto agregador. coerente, realista, maleável, exequível e adequado ao actual contexto, naturalmente sujeito a debate prévio, que integre propostas de solução para os vários problemas da cidade e do concelho que se arrastam desde há anos e anos, incluindo as respectivas fontes de financiamento. É afinal isto que nenhuma força política local tem, tal como também carecem da coragem necessária para o admitir. Por isso vão continuar a encanar a perna a rã, a armar aos cucos, ao pingarelho ou em carapaus de corrida, como forma de irem mobilando o tempo até às próximas autárquicas. Por isso se nota um cada vez maior desfasamento entre aquilo que dizem e aquilo que vão fazendo. Na política como na natureza, as árvores conhecem-se pelos frutos que dão.
1 comentário:
Professor Rebelo lembra-se do meu último escrito no seu excelente blogue? Então releia por favor e atenção que nada me move pessoalmente pois para mim e para quase todos os tomarenses esse senhor já faz parte do passado sombrio do nosso Concelho e aliás acho mesmo que sofre de esquizofrenia-paranóica pois só ele acredita nos pensamentos tutubiantes que profere de quando em vez:
«Se quem tem um curso superior. Se quem sempre gostou de negócios. Se quem nunca exerceu a profissão na ordem em que está inscrito com dedicação e competência. Se quem aproveitou o cargo político que ocupou para granjear património imobiliário. Se quem ainda se arrasta pelas reuniões camarárias e conferências de imprensa com os seus serviçais macambúzios atrelados. Se quem ainda usa (sem se aperceber que já não tem influência nenhuma) a sua figura do passado e o seu lugar político actual para tentar extrair proveitos pessoais e profissionais. Se quem não respeita o pensamento dos outros. Se quem é prepotente, déspota e teimoso. Se quem é do passado e nunca deixou alguém mais novo pelo menos tentar ser alguém na política tomarense. Se essa pessoa tiver um nome quem será? Professor Rebelo avance para a Câmara pois o senhor, apesar da sua idade, que é uma vantagem para a nossa colectividade na medida em que o senhor é muito lúcido (o senhor acima não tem um discurso coerente pois quando fala é de uma forma atabalhoada e sempre foi assim mas os tomarenses parece que andaram a dormir), escreve muito bem (o senhor acima não sabe escrever bem), é corajoso (o senhor acima também é sem dúvida depois de tudo o que fez para si próprio), tem ideias que deseja implementar rapidamente e conscientemente (o senhor acima é um vazio de ideias conscientes e as que diz ter são duma inconsciência atroz), é uma pessoa que vive em paz (o senhor acima acredite no que lhe digo não vive em paz), gosta de nós (o senhor acima gosta dele, dele, dele e depois da família) e tem uma característica rara que lhe admiro em relação ao senhor acima descrito: É HONESTO!
Senhor Professor nunca se deixe “vender” como o senhor acima que (não sei se se apercebeu) anda sempre a tentar “vender-se” ao PS e ao PSD. Estou consigo mesmo que anonimamente. Disso pode ter a certeza pois tirar Tomar dos dinossauros é necessário já. O Professor Rebelo, o Sr. João recém-eleito do PSD, o Sr. Hugo do PS (é um arrogante, não gosto dele sem o conhecer mas é uma mais-valia com certeza), aquele Sr. Paulo do BE (rapaz humilde), a Senhora Sílvia da CDU (porque é mulher minha congénere) e outras e outros. Do passado já sabemos quem são e apesar de ainda jovens têm muitos vícios pois cedo vivem na e da política. Cumprimentos Professor Rebelo e viva a nossa terra que tem sido tão mal tratada nos últimos 25 anos. Avance por favor!»
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