quinta-feira, 5 de abril de 2012

Que está lá a fazer?


Já se sabia, mas agora passou a ser por assim dizer oficial. Até com chamada de primeira página n'O MIRANTE e tudo. A actual gerência autárquica não tem qualquer hipótese de solução para o problema do acampamento cigano no Flecheiro. O tal "caso urgente que já se arrasta há mais de 40 anos". O próprio presidente Carrão admitiu, em declarações ao referido semanário, que chegou a haver uma candidatura aprovada para o arranjo daquela zona. Uma coisita modesta. Apenas cerca de 3 milhões de euros = 600 mil contos, com 80% = 2,37 milhões = 474 mil contos, provenientes de Bruxelas, via QREN. Aconteceu porém que a entidade responsável por tais fundos -a Mais Centro- acabou por dar o dito por não dito, ao tomar conhecimento de que a autarquia tomarense não tinha previamente resolvido o problema do realojamento das famílias ciganas, condição sine qua non para a atribuição da ajuda europeia.
Como os leitores se recordam decerto, tratou-se de mais uma candidatura alinhavada a linha grossa e pontos de quase meio metro, bem ao estilo de António Paiva, apontando o realojamento cigano para a Zona Industrial da Madalena. Só posteriormente os senhores autarcas da então maioria absoluta se vieram a dar conta de que tal localização era triplamente problemática: 1 - Iria constituir um gueto, o que a União Europeia nunca aceitaria; 2 - Implicava a alteração do PDM, que não prevê habitações naquela zona; 3 - Uma vez ali instalados os ciganos, a esmagadora maioria dos industriais daria corda aos sapatos, em demanda de paragens mais adequadas. Tanta asneira junta até faz impressão, mas é o que temos em praticamente todas as obras em curso ou já concluídas.
Segundo a fonte citada, o próprio Carrão afirmou que "Na autarquia temos outras questões igualmente complicadas, como a do mercado, e mesmo havendo consenso é muito difícil avançar no terreno. Tão cedo não há solução para este problema." Se assim é, que está lá a fazer? Sem soluções viáveis para os problemas da urbe e do concelho, os autarcas servem para quê? Para almoços, jantares, passeios tintol, entrevistas, fotografias e inaugurações? Mas se já nem para isso parece haver dinheiro... Ou ainda há e até que a teta não seque...

5 comentários:

alexandre leal disse...

Caro Professor Rebelo

Então o problema do Flecheiro tem 40 anos e a culpa é do Engenheiro Paiva e do actual Presidente Carrão? Então e os outros(Pedro Marques,etc) . Como sabe nunca me armei em conhecedor profundo da história recente de Tomar. Mas que diabo Professor,gostava de ir aprendendo qualquer coisa. Por exemplo, como porquê e com que executivo se permitiu o "nascimento" do problema do Flecheiro?
E já agora ,também para aprender embora não venha a propósito, quem são os mentores da nova comissão de saúde que se vai estrear no dia 15 com mais um flop?

Cumprimentos e boa Páscoa!

Anónimo disse...

Caro Dr. Leal

Retribuo com alegria os votos de boa Páscoa. E boas visitas!
A expressão "um problema urgente que já se arrasta há mais de 40 anos" é do anterior presidente Corvêlo de Sousa e parece-me que caracteriza bem o modus operandi da autarquia tomarense. Não escrevi nem considero que António Paiva e Carlos Carrão sejam os causadores do problema do Flecheiro ou os únicos responsáveis pela lamentável situação actual. Apenas sustento que ambos agarraram bastante mal a questão e deixaram por isso escapar fundos europeus, pelo que doravante uma solução satisfatória será cada vez mais difícil.
Sobre a comissão de utentes do CHMT e a manifestação do próximo dia 15 (com faixa à entrada do recinto do mercado) confesso a minha perplexidade. Talvez a leitura do post de ontem no blogue vamosporaqui.blogspot.com possa ajudar a deslindar a coisa...

alexandre leal disse...

Caro Professor

Sei que não é o autor da "idade" atribuída ao problema do Flecheiro assim como também não sei qual o Presidente que " inaugurou" o bairro! Mas gostava de saber.

Quanto à comissão que vai fazer de conta que é concorrente daquela em que o sr. Soares se perfila como representante vitalício ou talvez atrever-se a fazer sombra à luzidia e sabedora comissão de saúde da assembleia Municipal já não tenho tanta curiosidade . A menos que tenha partido da esclarecida mente do perene líder. De qualquer forma,o máximo que poderão almejar será ver qual a que mais contribui para o encerramento da unidade de Tomar do CHMT.

alexandre leal disse...

Professor

Agora é que fiquei mesmo preocupado ! O sr. Vereador Luis Ferreira ,no seu blog e a propósito do esfalfado tema "CHMT", depois de umas banalidades sem rigor ,e de insinuações timoratas que devia ter a coragem de frontalmente identificar , teve de recorrer a quem sabe,diz ele, nem mais nem menos que ao inigualável sr.Soares,verdadeiro manual de políticas de saúde em
formato de bolso
Quando um homem com a capacidade e
responsabilidades do sr.Vereador tem de deitar mão de tantas inverdades e tiradas políticas de cartilha como as que o dito cidadão repete cada vez que tem um microfone debaixo do nariz...
Começo a dar-lhe razão também nesta área: quando é que esta gente de top da política tomarense começa a ter juízo.
Mas por outro lado Professor assim nem chegam a ser alternativa.
Precisamos de novos baralhos!

Anónimo disse...

Caro Dr. Leal:
Sobre a aldeia típica do Flecheiro, foi ali instalada pela João Salvador Lda., durante a presidência do sr. Bonet e com a sua anuência, para resolver transitoriamente a situação na Quinta de Santo André (Junto à Praça de Toiros), onde antes haviam assentado arraiais e que entretanto fora urbanizada...
No que concerne à convocatória para a manif do dia 15 (anónima como as anteriores), estou intrigado com o vocabulário usado: "O hospital é nosso. Vamos todos defendê-lo". Segue-se um patusco "Trás a tua família", em vez de TRAZ...
Será que o eng. Esperancinha e o Dr. Paulo Vasco nos querem roubar o hospital inteirinho, se calhar para o venderem na China? Ou será mais na Índia?
Boa Páscoa Dr! Cuidado com estas "amêndoas tomarenses"!