sexta-feira, 20 de abril de 2012

Realidades divergentes

SOL, 20/04/2012, página 22, a toda a largura

Com os tomarenses muito ufanos em manifestações anti-reforma hospital e/ou petições idem idem, a vera realidade local e nacional segue o seu curso normal. Segundo o semanário Sol, "o ministro da saúde recebe hoje a Carta Hospitalar, que diz quais os serviços a fechar no país. Mas a estratégia agora é o segredo."
No que concerne à nossa zona, apesar das sucessivas manifestações, dos debates, das comissões, da petição e das idas à Assembleia da República, a mesma notícia adianta que "Outra das regiões onde a oferta de cuidados tem de ser reduzida é no Médio Tejo, que tem três hospitais. Segundo os peritos, na zona seriam necessários apenas dois, ou mesmo um. No entanto, aqui -e ainda antes de ser conhecida a Carta Hospitalar- já está em curso um plano de reorganização que prevê a concentração de especialidades. Ou seja, em vez de as valências estarem dispersas pelas três unidades, passa a existir apenas uma."
"Basta cortar o excesso de oferta em Lisboa e Coimbra para resolver o problema dos custos excessivos, pois é nestas zonas que há mais duplicação de serviços e, portanto, maiores gastos" -adianta fonte ligada ao processo."
Temos assim exactamente a situação que aqui tem sido referida desde o início. Com ou sem boatos deliberados, visando apenas gerar confusão, o que o Conselho de Administração do CHMT tem procurado fazer é racionalizar a oferta, evitando duplicações, de forma a reduzir o défice muito considerável das três unidades hospitalares. Porque é isso que se impõe, dada a situação financeira do país, e não a apregoada privatização e venda do hospital de Tomar, difundida por uma certa esquerda local. Caso o não venham a conseguir apesar dos esforços desenvolvidos, ou o governo se veja forçado pelas circunstâncias a reduzir ainda mais as despesas, num horizonte de dois/três anos ficarão a funcionar no distrito de Santarém apenas dois hospitais. Um para a zona sul, na capital de distrito. Outro para a zona norte, que poderá ser Abrantes, Tomar ou Torres Novas. Tudo depende do tipo de decisão que vier a ser tomada. Caso seja sobretudo técnica, manter-se-à o de Tomar, por ser o maior, o mais moderno e o que tem melhores equipamentos. Se for apenas ou sobretudo política, ficará o que os decisores entenderem.
Nestas condições, pena é que em vez de aceitarem a realidade tal como ela é, procurando posicionar-se desde já para a futura e inevitável selecção, os tomarenses se entretenham mais um vez em tarefas que apenas contribuem para nos isolar ainda mais em relação à região e ao país, ao acusarem sem provas  e questionarem tudo e todos, nem sempre tão educadamente quanto seria desejável. Feitios! exclamaria o saudoso Raul Solnado. Por isso estamos como estamos.
Pouco ou nada é mero fruto do acaso...

7 comentários:

alexandre leal disse...

Um único comentário Professor.
Alguns (poucos) trouxas e muitos sapadores desonestos talvez percebam agora qual foi e é o verdadeiro papel do desancado CA do CHMT. Fazem mais por Tomar que esta "nata" que por aí pontifica.
Vamos a ver se não será tarde demais!

Luis Ferreira disse...

A destruição em marcha do SNS não é a solução para os problemas do Pais.
Como sempre escrevi o que se está a implementar no médio Tejo não é mais do que a receita de tipo "financeiro" que se está a aplicar no pais, a qual nada resolve, prejudicando as populações.

O conselho de administração do Hospital mais não é do que um executor de uma política governamental errada, sob oblongo de vista de gestão publica.

Coragem teve o anterior Governo, socialista, que recusou reduzir os cuidados de saude à população do médio Tejo. Essa é que é essa. E contra fatos nào há argumentos! Uns constroem e outros, estes, destroem!

Anónimo disse...

Pois!Tens razão Luís! Sobretudo quando escreves que "Contra factos não há argumentos". Neste caso da saúde o facto é que o país não tem recursos para continuar a sustentar o SNS como estava e ainda está nalguns casos. Essa é que é essa!
Argumentar, reivindicar, exigir, protestar, é fácil! Gerar riqueza, mudar, equilibrar, pagar é que custa muito. Ó se custa!
Do anterior governo, sobretudo do seu líder, se calhar o mais conveniente será falar o menos possível. Digo eu...

alexandre leal disse...

O sr.Vereador Luis Ferreira já mais que uma vez se mostrou orgulhoso da celebrada reunião no Governo Civil de Santarém em que foi decidido não levar a cabo em 2008(salvo erro) a remodelação do CHMT.
Não sei se o sr. Vereador ,mais ligada à música e à informática(para além da política) terá a noção de quanto essa "conveniente cobardia política" terá custado aos contribuintes de todo o País, incluindo óbviamente também aos felizes moradores na zona de influência.

Foi também esse permanente navegar à vista (não falando em tudo o resto) que faz desse período um pesadelo até para as gerações vindouras. Mas você tem saudades do dominical engenheiro. Nada a opor.
Há gostos para tudo!

Anónimo disse...

e porque não vender de uma vez por todas os 3 hospitais, para que ninguém se fique a rir porque aparentemente é disso que se trata, para com as verbas angariadas construir um hospital com todas as valências, por exemplo, junto ao nó da Atalaia??? Acho que os autarcas de Torres Novas, Tomar, Abrantes; Ourém; Barquinha, Entroncamento, Ferreira de Zêzere, etc e as respectivas populações só tinha a ganhar. Assim, talvez também fosse para a rua manifestar-me... claro que para isso era preciso conseguir impingir os 3 monos a alguém abastado e muito distraído. Ah, e vendidos pelo seu valor real. Não era por meia dúzia de patacas, estilo doação, à semelhança do que por aí se tem visto...

alexandre leal disse...

Pois tem razão mas tarde piou!
Interesses vários de autarcas e vaidades provincianas no pior sentido do termo fizeram nascer este disparate.
Vender pelo justo valor? Qual? Antes ou depois de Outubro 2008? Quem compra o quê nesta altura?
Acha mesmo que dentro de 2 ou 3 anos existem 3 unidades no CHMT? Talvez apenas uma.
E com politicos deste nível em Tomar não se augura nada de bom.

Leão_da_Estrela disse...

Pois aí é que bate o ponto!
Não fora o clientelismo e ter-se-ia construído apenas um hospital, ainda que um pouco maior, nesse local que indica, mais Km, menos Km e ter-se-iam poupado umas centenas de milhões de Euros. Assim, deu no que deu...e os mesmos a pagar!