Venho agora do Cemitério Velho. Fui acompanhar os restos mortais do arquitecto João Pedro da Mota Lima à sua última morada, cobertos com a bandeira da cidade, que muito honrou. Tinha 83anos e faleceu ontem em Lisboa, onde estabelecera residência logo a seguir ao 25 de Abril. Nas décadas de 60 e 70 do século passado foi das figuras mais notáveis da comunidade nabantina, que soube servir com humildade, denodadamente e como poucos. Exerceu gratuitamente -como era usual na época- as funções de vereador, vice-presidente e presidente da então Comissão Municipal de Turismo, cujo edifício-sede dotou pela primeira vez de razoáveis condições de trabalho. Elaborou também os projectos de requalificação e adaptação da Casa Diogo de Torralva, para biblioteca municipal (actualmente sede da Assembleia Municipal, no primeiro piso, e gabinete de trabalho dos IpT, no r/c) e do Palácio Alvim, para esquadra da PSP. Além disso, desenhou o então Parque de Turismo, actual Parque de Campismo, bem como projectos de recuperação da Envolvente ao Convento de Cristo e da Rua dos Arcos, assim como várias edificações modernas na zona de Além da Ponte.
Várias vezes organizador da Festa dos Tabuleiros -quando ainda se não falava de mordomos- a sua última grande tarefa tomarense foi a preparação e decoração da cidade e de vários espaços de trabalho para o congresso da ANP, o partido único da época, pouco tempo antes do 25 de Abril.
Ainda em 1974, foi nomeado arquitecto da Caixa Geral de Depósitos, tendo então encerrado o seu atelier de Tomar e passando a residir na zona de Lisboa.
Que descanse em paz, que bem mereceu. Amen!
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