quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Mais uma empreitada para inglês ver e para estragar dinheiro

Foto 1- Estado actual da ligação da Estrada do Convento à rampa de acesso ao ex-Hospital Militar. Ao fundo vê-se a Porta de S. Tiago.

 Foto 2 - Estado actual da futura cafetaria do parque de estacionamento da Cerrada dos Cães.

Foto 3 - Outro aspecto das obras da futura cafetaria, vendo-se uma das entradas das previstas instalações sanitárias.

Foto 4 - A esquerda o paredão já cortado na altura e duas caixas de visita. À direita o alambor primitivo, tal com foi encontrado e gravemente danificado. A foto é desta manhã. Ignora-se qual virá a ser a solução encontrada para salvaguardar a herança templária.

Foto 5 - Aspecto do talude a consolidar, para instalação do parque para autocarros. O empreiteiro desta 2ª fase depois de ter examinado o projecto inicial, exigiu que o mesmo fosse revisto, recusando-se a iniciar os trabalhos antes disso acontecer...

A recente reabertura ao trânsito da Estrada do Convento, após quase ano e meio de interrupção, levou várias pessoas a deduzir que o essencial da obra estava concluído. Nada disso porém, como bem mostram as fotos supra. Por enquanto não há casas de banho, nem estacionamento para autocarros, nem cafetaria. Apenas um remedeio, a testemunhar que foi pior a emenda que o soneto.
Antes do início da empreitada, ligeiros e autocarros circulavam nos dois sentidos sem qualquer problema. Agora os autocarros apenas podem subir. Antes do início da empreitada, havia casas de banho na Cerrada dos Cães, agora ainda não há. Antes do início da empreitada, estacionava-se à borla, doravante o estacionamento será tarifado a 80 cêntimos/hora, anunciou o presidente Carrão, acrescentando que é "para acelerar a rotação". Rotação para onde?
Perante isto, cabe perguntar: Afinal estas obras vieram melhorar o quê? Pergunta tanto mais pertinente quanto é certo que já temos um longo rosário de onerosas asneiras, que levam alguns visitantes a fazer chacota. Eis alguns exemplos: A barraquinha inútil do Mouchão; o abandalhamento do Mouchão; a destruição do sistema de rega alimentado pela roda, que era gratuito e não poluente; a substituição da tradicional ponte de madeira Mouchão-Estádio por uma metálica e inestética ponte marreca, inutilmente sobre-elevada; a destruição das casas de banho do Mouchão; a destruição das bancadas, da relva natural e dos balneários do então estádio, agora simples campo de treinos de 5ª categoria, com bancada provisória e balneários pré-fabricados; a empreitada do pavilhão municipal multi-usos, que no fim de contas para pouco serve, devido a erros de projecto; as obras sem projecto inicial do Elefante branco da Levada; a 3ª edição das obras da rotunda da Ponte Nova; a edificação do paredão-mijatório, cuja utilidade ainda ninguém conseguiu explicar, apesar da promessa autárquica de que viriam dois arquitectos para esse efeito. Os senhores do executivo que me desculpem, mas sempre ouvi dizer que o que é demais, parece mal.
Ainda por cima, depois de há cerca de duas semanas ter sido noticiado o roubo de parte da rede de iluminação do Castelo dos Templários, soube-se agora, graças a declarações da senhora directora do monumento, que a 2ª fase da obras de Requalificação da envolvente ao Convento de Cristo, actualmente em curso, contempla uma nova iluminação. Há cada coincidência! Querem ver que os gatunos do cobre também já dispõem de eficazes serviços de informação?!?! Era só o que nos faltava!!!

1 comentário:

Maria disse...

Não sei quando voltarei ao Convento. Talvez nunca mais. A idade avança, a vida chateia, sinto-me doente. Resumindo: prefiro lembrar o meu Convento, como era.
Isto de caminhar para os 68, não ajuda nada. Sinto muitas saudades, da minha Tomar linda, cheia de jardins e gente conhecida e amiga.
Passaram 60 anos, para ela e para mim.
Os amigos morreram, a cidade vai a caminho de morrer e eu, não vou ficar muito tempo, neste mundo, que não é o meu e não entendo.
Maria