quinta-feira, 9 de agosto de 2012

O desnorte continua...

O desnorte continua e tende a agravar-se. Presidente por substituição, Carlos Carrão não é o rei. Quando muito, regente temporário. Nessa condição, manda a ética política que se abstenha de decretar medidas de fundo, sobretudo se implicarem despesas, tendo em conta também e sobretudo a periclitante situação contabilística da autarquia. Pois não senhor!
De acordo com as mais recentes notícias, procura fazer fogo em todas as direcções, decerto convencido de que vai sobreviver à prevista borrasca eleitoral de Outubro 2013. Exemplos: Estacionamento pago junto ao Convento "para facilitar a rotação". Mas rotação para onde? Para  paragens mais amenas? Não é preciso, que os visitantes já cuidam disso. Sobretudo os causticados profissionais de turismo (motoristas e guias). Instalação do União de Tomar em propriedade camarária, antes adquirida à Nabância. Quem vai assumir os encargos dai resultantes, sendo certo que a citada agremiação já deve 40 mil euros à autarquia e mais de 100 mil ao fisco? Feira das Passas no terreiro da Messe de Oficiais, onde se prevê gastar 200 mil euros = 40 mil contos, para o transformar em parque de estacionamento para autocarros. Durante a Feira das Passas/Feira de Santa Iria, os autocarros -sobretudo os de visitantes do Museu dos Fósforos- vão estacionar onde? Edifício do Turismo vai receber a galeria de arte contemporânea. E o espólio do Museu João de Castilho/João Martins de Azevedo, que antes ocupava o salão do primeiro andar, que é feito dele? Sumiu-se?
Museu da Festa dos Tabuleiros na Casa Vieira Guimarães. O executivo já debateu a questão de forma aprofundada? Já se deram à maçada de reler o documento  da respectiva doação a edilidade? E quem decidiu que vai haver Museu da Festa dos Tabuleiros? Com que garantias de financiamento?
Para além de tudo isto revelar um evidente atabalhoamento, em que os protagonistas nem sequer cuidam de ponderar as eventuais consequências, sobressai a dimensão folclórica. Trata-se de ir entretendo o pessoal com medidas pontuais, que em vez de contribuirem para a resolução sensata dos problemas locais, mais não fazem do que agravá-los. É lamentável, mas é o que temos.
Façam um favor aos tomarenses todos: Parem para pensar a sério na nossa triste situação. Deixem para a próxima campanha eleitoral o eventual debate aprofundado e rigoroso da tragédia nabantina. Até lá, limitem-se à gestão corrente, quanto mais não seja por uma questão de simples decência, depois de tanta asneira, num total de milhões e milhões de euros, que agora bastante falta nos fazem.
Quanto à oposição local, em vez de se preocupar com a formação universitária do presidente da Assembleia Municipal, julgo que seria bem melhor agir em duas direcções em simultâneo: tentar obstaculizar a acção do executivo, de forma a evitar mais dislates; procurar soluções fecundas para a já assustadora decadência da cidade e do concelho. Deixem-se de atitudes folclóricas e de triunfalismos balofos!

P.S.

Desculpem a truculência, o tom cru, a eventual grosseria. Como segundo costumam proclamar, ninguém liga ao que eu escrevo e, por outro lado, os leitores de Tomar a dianteira são poucos, achei que podia desabafar à vontade, sem que daí advenham consequências graves para os visados.
Posso não ter razão, mas pelo menos desabafo, sou franco. Ouso escrever o que me vai na alma. Finalmente!

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