domingo, 12 de agosto de 2012

MAZELAS TOMARENSES - Fachadas com lepra

Foto 1 -  Edifício do Turismo Municipal, átrio, parede virada a sul.

 Foto 2 - Edifício João de Castilho, antiga biblioteca municipal, fachada virada a sul.

 Foto 3 - Igreja de S. João Baptista, fachada principal.

Foto 4 - Igreja da Misericórdia.

Anunciou Carlos Carrão que as obras de requalificação do edifício do turismo municipal, ali frente à Mata, estão concluídas. Acrescentou que além dos habituais serviços de turismo, o núcleo de arte contemporânea iria ser instalado no 1º andar, ficando por esclarecer a que núcleo se referiu. Legado João Martins de Azevedo? Legado José Augusto França? Museu João de Castilho?
Mais disse o presidente que falta apenas receber a obra e instalar os respectivos equipamentos. O cuidadoso planeamento do costume; avança-se com as obras e depois logo se vê...
Entretanto, já se topa que a empreitada foi executada com todas as cautelas. No átrio (Foto 1) já apareceu a primeira mazela, com a tinta saltar, se calhar por estarmos em época de jogos olímpicos...

Outro tanto acontece no prédio da antiga biblioteca municipal (Foto 2) mas com muito mais saltos de tinta. O que não admira porque já está assim desde antes dos jogos de Pequim. E não se vislumbra quando decidirá a câmara mandar pintar, sobretudo agora que não tem verba nem para mandar cantar um cego.

A fachada principal da Igreja de S. João Baptista (Foto 3) também está bastante leprosa há longos anos, apesar da insistência do padre Mário. Ultimamente sucedeu até algo muito curioso: o respectivo portal norte foi limpo pelos alunos e mestres do Instituto Politécnico de Tomar, tarefa que até nem era nada urgente, mas a limpeza e pintura da fachada continuam a aguardar melhores dias. É a doença tomarense da moda. Andamos todos à espera de melhores dias. Mau sinal!
Último caso, por agora. A igreja da Misericórdia (Foto 4), propriedade da Santa Casa do mesmo nome, da qual se diz que tem milhões de euros em depósitos a prazo, tem a fachada neste miserável estado. Estão os respeitáveis irmãos à espera de quê para mandar escovar e pintar? Quando morrerem, e ninguém vai escapar a tal sorte, o dinheiro fica cá todo!

4 comentários:

templario disse...

DE: Cantoneiro da Borda da Estrada

Muito oportuno este post, Dr. Rebelo. Parece mentira mas é verdade. Uma vergonhaça!

Mas nem de tudo serão culpados os autarcas. Embora não sabendo bem a quem cabe a responsabilidade de acudir à fachada da Igreja de S.J. Batista, não resisto a deixar esta minha colaboração ao Senhor Padre Mário.

Se eu fosse o Padre responsável pela Igreja de S. João Batista (mera suposição já se vê), procurava encontrar fontes de receita para restaurar a fachada da Igreja. Pedinchava todos os meses à Conferência Episcopal Portuguesa; todos os anos organizava uma campanha a que chamava de "ir ao Maio", não para treinar tropas e cavalos em razias, mas procurando sacar algum das ofertas dos peregrinos em Fátima no mês de Maio, reivindincando um corte no que vai para o Vaticano; mandava vir com a Diocese respetiva sediada em Santarém, que a Tomar nunca fez bem, exigindo-lhes justa distribuição dos fundos; utilizava as paredes laterais, a da Serpa Pinto e a da S. João, vendendo espaços para publicidade comercial; na primavera, verão e parte do outono, desde que não chovesse, mantinha sempre uma banca junto à fachada da Igreja, a vender santinhos e outros souvenirs religiosos ou regionais: rodinhas do Nabão, etc., etc., etc.. - e disponibilizava plasticina para as crianças se entreterem a fazerem figurinhas do senhor Miguel Relvas, que haviam agora de render uma nota.

O Senhor Padre Mário que não me leve a mal, só quero ajudar, nestas propostas poderá encontrar inspiração para outras mais corretas e rentáveis. O que é urgente é acabar com aquela fachada vergonhosa, onde não se livra de ficar muito mal na fotografia. E não adianta queixar-se disto ou daquilo: a responsabilidade, Senhor Padre Mário, é sua! Inteirinha! Não há Deus que o perdoe.

Parafraseando o Dr. Rebelo: "Ou estarei enganado?"

Digo eu.

Luis Ferreira disse...

O texto sobre a pintura da Igreja é giro e até seria verdade se a mesmo fosse, da Igreja católica, o que não é o caso.

Quer a Igreja de S.João Baptista, quer a de Santa Maria dos Olivais sao propriedade do Património do Estado, geridos pela Direçao Regional de Cultura. A Igreja pode propor e até mandar pintar a Igreja tendo de solicitar autorização ao "dono do imóvel", que é o Estado.

Nos termos da concordata (tratado internacional valido entrevista Estafos soberanos do Vaticano e Portugal), estes imóveis quando cansagrados ao culto, que é o caso, têm a gestão conjunta entre as várias entidades, nomeadamente para efeitos de visitas, que nao podem perturbar o culto.

templario disse...

DE: Cantoneiro da Borda da Estrada

Esclarecimento.

"Ir ao Maio" - para quem não sabe o que quer dizer.

Fui ver se a internet ajudava os mais curiosos, que se dessem a esse trabalho, e não dei conta de informação disponível.. sobre o "ir ao Maio".

Então era assim:

Na Idade Média, em Portugal, anualmente, em Maio, o rei chamava os seus homens para treinos militares, para não perderem a esnica e o jeito de cambater. Constituiam esses exercícios -hoje seriam considerados de "fogo real" - , em incursões para lá das fronteiras, em terras sob controlo da moirama, destruindo culturas, queimar casebres, decepar cabeças, num relâmpago, e regressar com os despojos às suas terras. Razias, fossados.

Alguns ricos-homens baldavam-se com incríveis desculpas, mas a razão era quase sempre a minhufa... e oportunismo.

Uma Cantida de Escárnio e Mal Dizer da época:

"O que da guerra levou cavaleiros
e a sua terra foi guardar dinheiros
não vem ao maio."

"O que da guerra se foi com maldade
e a sua terra foi comprar herdade
não vem ao maio"

Outros apresentavam-se tardia e a más horas, com desculpas esfarrapadas...

templario disse...

DE: Cantoneiro da Borda da Estrada

Agradeço o esclarecimento sobre as competências.