O "caso Relvas" continua a interessar sobremaneira o acanhado meio político nabantino. A tal ponto que o leitor Virgílio Alves até aproveitou para, de forma sarcástica, dar a entender que Tomar a dianteira via uma tramóia contra o ministro adjunto, onde na realidade apenas havia justificada indignação e mais nada. Será mesmo assim?
No JORNAL DE LEIRIA de hoje, José Adelino Maltez, doutorado em Ciência Política e professor catedrático no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade Técnica de Lisboa, acha que não: "Miguel Relvas não é caso único na política. Estamos cheios de Relvas. É um indivíduo suburbano, a quem muitos passaram a mão pelo pêlo e que conquistou o poder pelo seu percurso. Mas, a certa altura, os capatazes capitaleiros pensaram que o podiam abater. Há aqui um tipo de ódio semelhante ao que se gerou em torno de Sócrates. Há uma casta que trata muito bem os rapazinhos que vêm da província, mas que lhes salta em cima quando lhes apanham uma falha.
Antes tínhamos três formas de ascensão social: a tropa, o seminário ou a universidade. Recentemente apareceram os partidos. Além dos erros do ministro, o caso Relvas revela também que temos uma espécie de casta que pune socialmente. Existe uma hipocrisia muito grande em torno do processo da licenciatura de Relvas. Há 89 pessoas que fizeram o mesmo, mas não se dizem os nomes, porque se desconfia que boa parte delas sejam grandes jornalistas. Gente de todos os partidos fez o mesmo que Relvas.
No ensino público não há nada semelhante, como já disse o presidente do Conselho de Reitores. Mas há um elitismo de carimbo que afecta o sistema. Ainda não nos habituámos a ter políticos profissionais. Temos de perceber que António José Seguro, Passos Coelho e Paulo Portas são "jotas" profissionais. Não serão um grupo de elite, mas se calhar sabem fazer melhor política do que um professor catedrático.
A democracia perdeu os patriarcas, aqueles velhotes que aguentavam o sistema e em quem as pessoas se reviam. Os pais fundadores da democracia eram pessoas de grande dimensão. Precisamos de recriar o ambiente do bom exemplo. E isso recria-se com bons exemplos e com um compromisso dos partidos no combate efectivo à corrupção." (Jornal de Leiria, 02/08/2012, páginas 6/7
Percebeu agora, amigo Virgílio? Ou ainda não está convencido?
Nesta edição d'O TEMPLÁRIO cumpre saudar um novo cronista/analista político, o nosso conterrâneo Alexandre Lopes, conhecido elemento da comunidade tomarense radicada em Lisboa e ligada à Casa do Concelho de Tomar. Ultimamente integrado nos IpT, este nosso conterrâneo alardeia grande desembaraço cerebral, tipo todo o terreno, na sua crónica intitulada "Os putativos". Escreve o novel analista político: "Depois do desaparecimento de Kennedy e João Paulo II, a que se juntaram gente honesta e de visão na Alemanha, na Rússia, em Inglaterra e pouco mais, a vida de todos nós ficou entregue aos medíocres, estropiados do juízo, gente sem escrúpulos, com umbigos maiores que as calças e ganância desmesurada. Portugal em geral não foge ao padrão e Tomar não lhe fica atrás.
Se houvesse justiça, a equipa que tem (des)governado a nossa terra na última dezena de anos, estaria presa, fechada a sete chaves, tal o descalabro que nos impuseram. ... ... ...
Os putativos
Tirando o eterno candidato, que recebeu o lugar sem o ter disputado -qual fava de bolo-rei-, andam para aí uns putativos convencidos que são gente importante e capaz.
Uns, eleitos de fachada nas agremiações políticas da urbe; outros de mansinho vão metendo a cabeça de fora, a ver se alguém neles repara avaliando as hipóteses. Depois há os que se sentem com um intelecto acima do normal e que espremem as suas frustrações na imprensa e nos blogues, e ainda uns quantos empresários que a crise mandou para o "desemprego" e que, crentes que têm costelas de Cristo, estão prontos a "sacrificarem-se".
Se não fosse ridículo e mais do mesmo, até achava graça a estes putativos."
Pergunto eu -sem pretender ofender ou beliscar o patrício Alexandre- a 15 meses do próximo acto eleitoral, como é possível sentenciar desde já, em tom sério, que se trata de "mais do mesmo"?! Se a corrida ainda nem começou...
Atingido pelo limite de mandatos consignado na lei, o presidente dos Casais desabafou que "Com troika ou sem troika, a junta leva os "jovens" com mais de 65 anos a passear". Falava no regresso de mais um daqueles passeios gratuitos, tipo comezaina/tintol/animação, desta vez para 140 eleitores da freguesia. Vem na página 6 de CIDADE DE TOMAR. Eu, no lugar do amigo Jaime, que garantiu ir continuar por aí durante a mesma intervenção discursiva, teria usado outros termos. Por exemplo estes: "Enquanto houver verbas provenientes dos contribuintes via orçamento..." Parece-me mais próximo da realidade e susceptível de evitar futuros dissabores. Tanto a eleitos como a eleitores.
Para mim, as melhores páginas d'O MIRANTE, aquelas que nunca falho, são "O Mirante cor-de-rosa" e o "Cavaleiro Andante". Esta semana, a primeira glosa o tema das ossadas achadas na Ponte da Marianaia, aproveitando para cravar um par de farpas nos autarcas que recusaram considerar a tourada como património de interesse municipal: "O Ministério da Educação abriu um processo por "negligência" profissional à professora de ciências do cidadão de Tomar que confundiu ossos de bovino com ossos humanos. Américo Costa, do grupo ambientalista Aqua, andou a dizer que tinha encontrado dois sacos com ossadas humanas no rio Nabão e fundamentava a afirmação com a forma dos ossos da bacia e das costelas. O ministro Nuno Crato, num comunicado que fez chegar às redacções, afirma que a política de rigor educativo o leva a agir sobre a professora que não foi capaz de ensinar a um estudante a diferença entre um fémur de um boi e um fémur de um homem.
Interrogada sobre aquela decisão, a docente disse a O MIRANTE Cor-de-rosa que o erro do seu aluno é perfeitamente natural, dado o facto de haver, e citamos, "Muita besta por aí à solta". Em sua defesa alega também que o seu aluno demonstra sólidos conhecimentos, como se prova pelo facto de ter identificado claramente o rio como sendo o Nabão. "Já vi muita gente de Tomar dizer que o rio que atravessa a cidade se chama Mondego". E acrescenta: "Pior que ele estão os vereadores do PS na câmara municipal, que não vêem "um boi" de tauromaquia."
Realmente, esta malta do Entroncamento para baixo nunca mais consegue perceber que os tomarenses sempre foram e continuam beirões...
3 comentários:
"....Se houvesse justiça, a equipa que tem (des)governado a nossa terra na última dezena de anos, estaria presa, fechada a sete chaves, tal o descalabro que nos impuseram. ... ... ..."
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E porque será que não há justiça!?-
RESPOSTA: Interesses dos políticos
Bem dizia a Manuela Ferreira leite que a democracia devia de ser suspensa, embora ache que 6 meses era muito pouco tempo.
Porventura a melhor solução para limpar os muitos podres que andam pela Administração pública neste País muito mal frequentado
O que o Joaquim Emídio quer é "conversas", mas a torneira deve estar a secar...
E em Tomar vai ter sempre gente franca, honesta e empenhada, na defesa do interesse publico e da ética republicana.
Já devia ter percebido e fazer-se à vida. "Investir" sem galhardia, tira o salero da pega. Olé!
Aqui o leitor Virgilio Alves, embora às vezes ausente, volta e meia lê o TaD (não sou como alguns que dizem que não lêem, mas lêem), como leio o do Sr. Luis Ferreira, do Sr. Hugo Cristóvão, do Sr. Virgilio Alves (com alguma destreza, porque deveria formatar os textos para um (User friendly), entre outros. Só não leio os afectos aos laranjas, porque ainda não encontrei um que se lhe pudesse ohar e dizer, este blogue é laranja. De facto os laranjas têm outro blogue, de leitura mais "forçada" diga-se de passagem, falo do boletim da Câmara. Mas isso são indagações que por hora não interessam.
Como só vi referência ao meu nome hoje, confesso que às vezes me escapa, e visto já se terem passado 12 dias, não me vou alongar mais.
Neste comentário não venho "atacar". Às vezes basta vir dizer às pessoas: Bom dia.
Cumps.
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