sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Para tomar nota e não esquecer

Vital Moreira na Universidade de Verão do PS, em Évora. Foto Jorge Amaral/Global Imagens

ACTUAL CRISE É "DURADOURA" E NÃO HÁ "ATALHOS"OU "MILAGRES" PARA A RESOLVER

Numa intervenção na Universidade de Verão do PS, a decorrer em Évora, o deputado europeu Vítal Moreira, professor universitário, constitucionalista e ex-quadro influente do PCP, avisou hoje que a actual crise é duradoura, não havendo  atalhos ou milagres para a resolver mais depressa. Acrescentou que "Esta será a primeira vez em que os nossos filhos não têm a garantia de viver melhor do que nós. E isto é uma mudança terrível."
Perante a plateia de alunos, Vital Moreira reconheceu ser "um dos seniores" presentes, uma vez que nasceu em 1944, numa altura e que, recordou, "ainda havia racionamento". Apesar disso, constatou, nunca até agora tinha existido este sentimento de maiores dificuldades para as gerações futuras.
"A nossa ideia positiva, progressista, de que cada geração vive melhor que a anterior, vai ser contrariada, porque esta crise já vai em quatro anos e não tenhamos dúvidas: não há atalhos para o seu fim." 

Ricardo Simões Ferreira/Lusa/DN.pt

Que me desculpem os optimistas crónicos, facultar-lhes uma notícia destas no início de mais um fim de semana, que se pretende de relax. Acontece que me pareceu importante a sua difusão em Tomar a dianteira, tendo em conta o actual contexto nabantino.
Numa comunidade outrora próspera e orgulhosa, mas agora a degradar-se a olhos vistos, enquanto uns procuram remediar a tragédia recorrendo a artifícios do século passado, tipo congresso, outros vão adiantando os seus peões, pondo desde já a circular as ideias que mais convêm à manutenção do presente estado de coisas. Uma delas é a necessidade de constituir uma lista de unidade e salvação local, prelúdio à habitual cantilena da desejável unidade de esquerda.
Não me parece que semelhante recurso pudesse vir a resolver a situação, mesmo que fosse possível chegar a tal coligação e depois ganhar as autárquicas. É meu entendimento, por muito desagradável que seja para os arautos da esquerda do costume, que as medidas necessárias e indispensáveis para sanear a autarquia são quase todas "de direita": redução de pessoal, redução de despesas, redução do preço das taxas e licenças, redução do peso da autarquia na economia local, redução da burocracia...
Tudo reaccionário, não é assim? Então tratem de arranjar medidas equivalentes que possam conduzir ao mesmo resultado. Mas tenham em conta que enquanto os empresários pagam ao Estado mais do que recebem, com os funcionários acontece exactamente o oposto. Foi por isso que os regimes comunistas implodiram. E os que ainda não acabaram, ou mudaram radicalmente (China), ou estão a mudar (Cuba), ou não vão nada bem (Coreia do Norte). 
Quando chega a altura em que a cadela deixa de poder amamentar tanto cachorro, algo tem de ser feito quanto antes. Estão à espera de quê?

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