sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

A mãe de todos os museus?


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Museu da cortiça, em Silves, que após ter conquistado o prémio europeu do melhor museu industrial, encerrou por falta de rentabilidade.

Agora que os nossos respeitáveis edis decidiram por unanimidade prosseguir com a salganhada da Levada, talvez seja boa altura para pensar um bocadinho na nossa vida enquanto comunidade. Tanto mais que após as vacas gordas, as assim-assim e as magras, lá para Agosto de 2013 estaremos já -pela primeira vez desde o 25 de Abril- na era das vacas pele e osso. Há que ir pensando nisso, para não sermos apanhados desprevenidos, como é costume.
Assim de memória, há em Tomar o Museu Lapidar, no Convento de Cristo, que só se pode visitar mediante solicitação prévia, o Museu dos Fósforos, ali no Convento de S. Francisco, o Museu João de Castilho, no edifício do turismo, a aguardar melhores dias, o Museu Luso-Hebraico Abraão Zacuto, na Sinagoga, o Museu de Arte Contemporânea, na Rua Gil de Avô, o Museu da Latoaria, na Rua de Leiria e o Museu da FAI, montado à revelia dos autarcas por um funcionário municipal. Se a estes juntarmos os três previstos para a Levada, mais o Museu da Festa dos Tabuleiros e o Museu do Brinquedo, já em organização no Convento de S. Francisco, a pergunta impõe-se: Os tomarenses pretendem que Tomar venha a ser a mãe de todos os museus? Se for o caso, então há que colocar várias outras interrogações: Com que recursos humanos e materiais? Quem vai financiar? Quais os objectivos? Haverá visitantes para tanta coisa? Confesso jamais ter visto por esse mundo fora uma cidade tão pequena com tantos museus...
No tempo da fartura, quase tudo fazia sentido, mesmo as piores intrujices na área da cultura. O importante era ir sacando algum e isso não era difícil. Agora que por toda a parte a penúria aperta e a dúvida desperta, impõe-se que os senhores autarcas expliquem o que pretendem colocar como recheio visitável nos previstos museus da Levada, dedicados à fundição, à electricidade e à moagem, na hipótese altamente improvável de algum dia a ASAE os deixar abrir e funcionar.
A seguir virá, segundo consta do programa do PS, a "musealização da ruinas romanas junto aos bombeiros". Aqueles alicerces do lado norte do cemitério velho, há anos cobertos de ervas, que uma senhora arqueóloga entretanto aposentada pretendeu impingir como vestígios romanos...

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