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"Tudo tem de ir mudando, para que tudo fique como está", proclama o príncipe de Falconeri, uma das personagens do Leopardo, a obra de G.T. Lampedusa, mais tarde transposta para o cinema por Luchino Visconti. Pois em Tomar sucede com frequência algo semelhante: vai-se mudando qualquer coisinha para que tudo possa continuar cada vez mais na mesma.
O execrado Boletim informativo da autarquia, que de informativo tinha pouco e de laudativo demais, parece ter chegado finalmente à sepultura. Digo parece porque, por estas bandas, talvez para contrariar a conhecida sentença do ditador de Santa Comba, nem sempre "o que parece é". Após um rol de protestos e propostas da oposição, com destaque para o socialista Hugo Cristóvão, lá acabaram por anunciar que a onerosa publicação morreu na sua forma costumeira. Vai continuar num novo figurino, muito mais barato e mais espaçado. Sairá só de dois em dois meses.
Numa altura em que tudo está pelas ruas da amargura, com destaque para a imprensa local, com os pés para a cova e que será mesmo enterrada, caso nada de positivo seja feito enquanto ainda é tempo, não se percebe de todo o que impede a autarquia de entregar aos jornais locais a difusão regular das iniciativas camarárias, bem como o dinheiro que gasta com as publicações.
Numa outra vertente da mesma problemática, sabe-se que foram admitidos funcionários para a área de comunicação do município. Sabe-se igualmente que as principais actividades dos ditos eram a elaboração do boletim e a das informações à imprensa local e nacional. Segundo alguns jornalistas sediados na capital, os materiais oriundos da Câmara de Tomar são geralmente de uma qualidade muito abaixo da média.
Nestas condições, agora que o boletim passa a sair só a cada 60 dias, a câmara tem cada vez mais dificuldades económicas e os bem pagos funcionários da comunicação estão cada vez menos sobrecarregados, vai continuar tudo na mesma? Ou muda-se, também aí, qualquer coisinha?
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