quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

D. Sebastião moderno e o roteiro da tragédia

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A dez meses das próximas autárquicas, é cada vez mais perceptível a angústia dos nabantinos. De forma mais ou menos envergonhada vão procurando saber quais os candidatos das diferentes formações, nesta altura com grande destaque para o PSD, uma vez que o PS local já decidiu. Regra geral, avançados dois ou três nomes de eventuais, surge a réplica: "O Paiva é que era. Ganhava de certeza." O costumeiro saudosismo, ao som de Tony de Matos e do "Ó tempo volta pra trás".
Infelizmente para estes eleitores, incapazes de compreender que o mundo está constantemente a mudar, duas realidades adversas e inultrapassáveis se opõem aos seus desejos. Desde logo a legislação eleitoral em vigor, que estabelece um máximo de três mandatos para qualquer presidente de câmara. Tendo em conta que Paiva já cumpriu dois mandatos e meio + o resto como representante dos autarcas no MAIS CENTRO, temo que nem sequer possa pensar em candidatar-se.
O que não impediria a prossecução do seu projecto, iniciado em 2008, por intermédio de zelosos servidores, não fora a gritante falta de recursos da autarquia e do país. As ilustrações supra mostram partes fundamentais desse tal projecto, quanto a mim um enorme embuste técnico de péssima qualidade, que terá endrominado o próprio Paiva, dando de barato que não tenha sido ele o principal progenitor da criança, porque o considero uma pessoa inteligente e tecnicamente competente.
É o que se pode designar como "o roteiro da tragédia". Uma enumeração de obras, cuja utilidade a maior parte das vezes está por demonstrar, sem quaisquer indicações de financiamento, articulações, manutenção, retornos de custos, prioridades, etc. etc. Para que os leitores possam fazer uma ideia do estilo da prosa justificativa de tais empreitadas, eis um excerto:  "Em resposta a esta situação [reestruturação produtiva do país e da região, nos anos 70, 80 e 90 do século passado], desenvolveram-se um conjunto de projectos e de investimentos, com destaque para o novo Hospital Distrital, para o Instituto Politécnico e para intervenções pontuais de requalificação urbana. Estes projectos contribuíram para a rápida e profunda transformação produtiva de Tomar, caracterizada pela passagem de um modelo económico suportado na indústria transformadora, para uma nova economia urbana de comércio, serviços públicos e turismo. ... ...Tomar é hoje uma cidade em afirmação, recuperando protagonismo social, cultural, económico e urbanístico, colocando-se numa posição privilegiada da cidade prestadora de serviços para uma vasta área do Centro de Portugal."
Sei de filmes com argumentos bem mais credíveis...
Concluindo: 1 - Deixem-se de sonhos. Procurem outro candidato; 2 - Mandem o citado "documento de trabalho - Tomar 2015" para o classificador redondo, geralmente debaixo da secretária; 3 - Consigam um projecto mais barato e mais realista; 4 - Para evitar uma surpresa bem desagradável, o melhor será encontrar um cabeça de lista sem rabos de palha, sem ligações aos anteriores executivos PSD e que não seja filiado, conforme resulta da sondagem em curso, em que o "outro" vence largamente.
Aqui fica o recado.


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