segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Finalmente a vingança de Pedro Marques?

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Numa entrevista de quase hora e meia à Rádio Hertz, a qual pode ser ouvida aqui, Pedro Marques mostrou-se, pela primeira vez desde que regressou à política, convencido e convincente. Respondendo a Vítor Melenas e João Damásio, rejeitou qualquer coligação pré-eleitoral, mas mostrou-se aberto a conversações posteriores. Criticou fortemente o PSD, a que atribuiu a principal responsabilidade pela crise local, mas não isentou o PS, culpando-o pelos dois anos de falsa coligação, que mais não foram, na sua opinião, que uma questão de interesses pessoais. Noutro passo, estranhou a original posição de Anabela Freitas, que se declarou aberta a coligações, colocando porém como condição prévia e intransponível a sua liderança.
Assim amolgados eleitoralmente os adversários, o antigo presidente apresentou soluções plausíveis para alguns dos grandes problemas locais, casos do acampamento do Flecheiro, do Bairro 1º de Maio e do Mercado. Pode ou não concordar-se, como é natural, mas revelou assim estar preparado em relação a algumas das grandes mazelas locais. Pena é que não tenha conseguido ser tão convincente -nem lá perto- no que se refere ao financiamento dessas e doutras iniciativas municipais.
Visivelmente já convencido das suas reais hipóteses à 3ª tentativa, não se esqueceu o ex-alcaide nabantino de um dos seus principais trunfos -os funcionários municipais, entre os quais avultam aqueles que lhe devem os lugares que ocupam. Fez-lhes longos e rasgados elogios, certamente a pensar também nos quase dois mil votos que representam.
Deu-se até ao luxo e à franqueza de assumir que os IpT concorrem para ganhar, tendo citado as impressões muito favoráveis que vêm recolhendo junto da opinião pública local. Conquanto não tenha admitido que será ele o cabeça de lista, lá foi dizendo noutra passagem que não teria qualquer problema em ser segundo numa lista encabeçada...pelo Dr. Jorge Sampaio!
Citando uma fórmula há pouco usada por António Lourenço Santos, criticou o modus operandi dos partidos todos, dependentes de Santarém ou de Lisboa para as principais decisões locais, enquanto que os IpT são livres, apenas dependem de si próprios, defendendo "princípios e valores", em vez de cartilhas partidárias.
Deduz-se destes 84 minutos de conversa amena que Pedro Marques, amparado no seu já considerável traquejo político, apesar de o não admitir abertamente, encara como muito possível e natural a sua futura vitória eleitoral, caso se confirme que Anabela Freitas será a candidata do PS e Carlos Carrão o do PSD. Para que isso possa acontecer, resta-lhe apenas, o que não é nada pouco, 1 - Conseguir uma lista convincente; 2 -Apresentar um programa credível e articulado; 3 - Assegurar financiamento para uma campanha com adequados meios humanos e materiais. Se tiver sorte em tudo isto, pois ainda é demasiado cedo para considerar que "les jeux sont faits, rien ne va plus", então 2013 poderá mesmo ser o ano da almejada vingança de Pedro Marques, em relação aos que o afastaram do PS no século passado. Cá se fazem, cá se pagam?

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