quinta-feira, 16 de abril de 2009

AMERICAN WAY OF LIFE

O estilo americano de jornalismo, muito apreciado por alguns nestas bandas, implica ainda assim muito trabalho e elevados recursos. Jornais como o Washington Post ou o New York Times, a nata da informação americana, pagam por bom preço a informação em primeira mão e de qualidade que fornecem aos seus leitores. Para que os participantes deste blogue possam ter uma ideia de como as coisas se passam, segue um excerto sobre a actuação dos media na Casa Branca.
Só quarenta jornalistas, americanos e estrangeiros, dispõem de credenciais permanentes de acesso à residência oficial do presidente americano. A credencial permanente permite ao seu titular deslocar-se livremente tanto nos jardins como no interior da Casa Branca, salvo nas zonas de acesso restrito, sem qualquer escolta ou controle. Permite igualmente acesso diário à agenda do presidente, bem como o contacto directo com ele.
Para obter essa credencial permanente, a administração americana impõe duas condições, além de um rigoroso inquérito efectuado pelos serviços secretos -o seu titular tem residir na capital federal e estar presente na Casa Branca pelo menos quatro vezes por semana.
Por ocasião de cada viagem presidencial, os credenciados junto da Casa Branca são repartidos em dois grupos, por sorteio. Um grupo de 6 viaja no Air Force One, o avião presidencial. Conzstituem o chamado "pool", que deve fornecer a todos os outros credenciados os apontamentos recolhidos, sem qualquer corte ou outro entrave, para livre utilização sem necessidade de citar a fonte. Os restantes viajam num voo charter, expressamente fretado para o efeito. Em qualquer dos casos, os jornalistas acreditados são considerados para todos os efeitos como fazendo parte do séquito do presidente, estando portanto sempre presentes, salvo nos encontros presidenciais a sós.
Enquanto em Portugal nunca se conseguiu saber, sem margem para dúvidas, se os jornalistas que acompanham o Presidente da República, ou o Primeiro-ministro, durante as deslocações oficiais, são ou não convidados com tudo pago, nos Estados-Unidos trata-se de uma informação do domínio público. Têm todas a facilidades possíveis, incluindo alojamento e alimentação, mas as empresas que representam pagam esses serviços por altos preços. Ainda recentemente cada repórter que acompanhou o presidente Barak Obama à reunião do G20, recebeu posteriormente uma factura para liquidar de 25.ooo dólares. É assim o "american way of life". Todas as facilidades para quem pretende informar os cidadãos, mas pagando, claro está! Cá em Portugal também será assim?
(A partir de WWW.LEXPRESS.FR)

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