terça-feira, 28 de abril de 2009

ASSIM SOMOS LEVADOS...

Dias bastante difíceis para o PSD. O de ontem , com a sessão da Assembleia Municipal; o de hoje, dia da habitual reunião do executivo. Na AM, a maioria social-democrata denota cada vez menos coordenação e cada vez mais dificuldade para lidar com uma oposição sempre aguerrida, mas também sempre dividida. Para o comum dos mortais é quase impossível perceber o que separa, em cada caso, o PS dos Ipt, estes da CDU, ou esta do BE, ou este do PS, e assim sucessivamente. Ninguém quererá alguma vez ter em conta as consequências negativas de tal situação, para tentar alterações portadoras de futuro mais risonho?
Na reunião do executivo, vários munícipes foram apresentar as suas queixas e solicitar providências. A mais importante e mais áspera de todas as intervenções foi a do Arq. Lebre, que abordou designadamente a excessiva burocracia municipal, o tempo demasiado longo para despachar processos, a falta de respeito para com os munícipes requerentes e/ou reclamantes, bem como a não conformidade com as normas legais existentes nas actuais obras de responsabilidade camarária no pomposamente denominado "núcleo histórico".
Segundo quem assistiu, nem o Presidente Corvêlo de Sousa, nem os seus colisteiros, estiveram à altura das circunstâncias, sendo eloquente e pesado o silêncio de todos eles perante a maior parte dos problemas apresentados pelos munícipes. Uma outra fonte disse a Tomar a dianteira que se nota perfeitamente o desinteresse da actual maioria quando se trata de defender as opções do anterior presidente, apesar de Corvêlo de Sousa ter afiançado numa entrevista que respeitaria e seguiria as linhas anteriormente traçadas até final deste mandato.
Ainda em relação ao PSD, acentua-se o afastamento voluntário de militantes, ao mesmo tempo que começam a desenhar-se várias tendências entre os que ficam, tendo em vista a "contagem de espingardas", que terá de ocorrer mais tarde ou mais cedo. Tomar a dianteira sabe que pelo menos dois militantes importantes, que chegaram a tentar apresentar uma lista nas últimas eleições internas, mas desistiram perante a liderada por Isabel Miliciano, têm-se reunido com alguma regularidade, apesar de um deles tencionar abandonar o partido.
Tanto os que se mantêm como os demissionários se queixam dos mesmos males -carência de debate interno, vazio ideológico, ausência de programação táctica e/ou estratégica, esgotamento da liderança de Miguel Relvas, desmotivação dos militantes e aderentes.
Fustigados por forte ventania oriunda de todos os quadrantes, os social-democratas estão também perante a hipótese de virem a perder o habitual apoio implícito do semanário Cidade de Tomar. Com efeito, fontes geralmente bem informadas e de confiança absoluta adiantaram-nos, sob anonimato, que as coisas estão longe da normalidade para os lados do mais antigo semanário local. Quebra nas vendas, aumento das assinaturas não liquidadas, queda da publicidade, reclamações de leitores sobre a qualidade do produto final que lhes chega às mãos, excesso de pessoal, estilo redactorial ultrapassado, tudo isto forçou alguns dos sócios da empresa proprietária a procurarem uma saída airosa para tão complexa situação, agravada sobremaneira pela actual crise. Essa saída airosa deverá, de acordo com a orientação actual, passar pela substituição do director, comportando igualmente uma recomposição da redacção e uma redução do pessoal, tudo em condições a definir oportunamente. As mesmas fontes acrescentaram que encontrar uma personalidade para director do semanário tem-se revelado uma tarefa bem mais espinhosa do que o inicialmente esperado. Até agora, todos os sondados indirectamente declinaram o cargo, alegando falta de tempo, idade a mais, saúde precária, ausência de um projecto estruturado e estruturante. O costume em diplomacia doméstica. Formas polidas de dizer que não desejam de modo algum vir a receber o presente envenenado.
Candidatos pouco convincentes, maioria com evidentes dificuldades, militantes e aderentes inquietos, alguma imprensa numa situação bastante complexa, este ano de três eleições promete vir a ser de longe o mais rico em termos de dramas e outras surpresas. É só ir aguardando...

14 comentários:

Anónimo disse...

Bem pode o arq. Lebre remar contra a maré. O tempo excessivo de resposta dos serviços camarários revela, como se fosse preciso dizê-lo mais uma vez, incapacidade, incompetência e corrupção.
O silêncio do executivo é revelador. Tachistas de carreira, não conhecem nem se ralam com os problemas do município e dos minícipes.
É a democracia na sua plenitude...

Anónimo disse...

Foi recentemente criado o Clube das Virgens de Porutugal, conforme noticiado na internet.

Primeiro pensamento que me ocorreu: vai ser difícil arranjar coiro...perdão quorum!

Segundo pensamento que me ocorreu: vamos acabar com elas! Já!!!

Anónimo disse...

Clube do Signo Virgem, isso sim!

Anónimo disse...

s.f.f. diga-me o significado de COLISTEIROS.
Obgd.

Sebastião Barros disse...

É um neologismo, ou galicismo, que resulta de colistiers=companheiros de lista.

Unknown disse...

Boas e santas.

Pelo que me parece que "co-listados" seria melhor.

Não fora a intenção pejorativa...

Sebastião Barros disse...

Salvo melhor opinião, co-listados deverá usar-se quando se trate de integrantes da mesma lista, só quando lista=relação=rol=leva. No caso, por exemplo, dos incluídos nas listas telefónicas. Para referir integrados em listas eleitorais, pela minha parte prefiro o francesismo colistier, o qual dará em português colisteiro, sem hífen, uma vez que listeiro não tem existência autónoma. Mas tudo isto são os chamados preciosismos, o equivalente na escrita do gótico flamejante ou do manuelino na arquitectura.

Unknown disse...

Caro Sebastião.

Uma lista eleitoral é, por definição, uma lista.

A intenção era outro, mas isso era dar o braço a torcer...

Unknown disse...

outra

Anónimo disse...

Há por aqui um pretendente a guardião da Língua portuguesa

Anónimo disse...

Bahhhhhhhhhhh......

Chatos!

Unknown disse...

Toda a razão...

Anónimo disse...

Melga...

Anónimo disse...

O União de Tomar, primeiro e único clube do distrito de Santarém que marcou presença na primeira divisão de futebol, vai homenagear esta sexta-feira no Cine Teatro Paraíso os elementos da equipa de 1968/1969, que terminou o campeonato na 10ª posição.


“Era uma equipa com muito valor, com grandes jogadores. Hoje era uma equipa para jogar para a Europa”, assegurou o guarda-redes Conhé, em declarações à Agência Lusa, 40 anos depois da estreia do clube tomarense na primeira divisão.


Após a época que “despertou as mentalidades”, segundo o defesa esquerdo João Barnabé, o União de Tomar repetiu a presença no escalão máximo do futebol nacional em outras cinco épocas (1969/70, 1971/72, 1972/73, 1974/75 e 1975/76).


“Não somos saudosistas, mas é sempre bom ser reconhecido por algo de bom que fizemos”, disse João Barnabé, realçando que nessa temporada apenas o Varzim e o Benfica bateram a equipa tomarense por duas vezes e antevendo um encontro, no Cine-Teatro Paraíso, em Tomar, “com bastante alegria e boa disposição”.


A estreia do clube foi “abrilhantada” com a vitória sobre o Sporting (2-1), em Tomar, e os empates conquistados nos terrenos dos “leões” (2-2), FC Porto (1-1) e Belenenses (1-1), tornando os nomes dos jogadores “muito badalados”.


“Até os Parodiantes de Lisboa faziam uma canção ao sábado com os nossos nomes: Conhé, Kiki, Caló, Barnabé... e por aí fora. Parecia uma orquestra, com a musicalidade dos nomes”, recordou João Barnabé, que, aos 61 anos, dirige a escola de formação de futebol “FootEscola” e nos últimos cinco anos foi seleccionador português de futebol de rua.


Quarenta anos depois, tal os resultados, os ex-jogadores do clube recordam as “muitas histórias que ficaram por contar”.


“Se cada um contasse só uma que fosse tenho a certeza de que daria ‘best-seller’”, garantiu João Barnabé, que rumou ao União de Tomar após ter vestido durante três épocas a camisola do Sporting.


Entre as muitas histórias, uma multa ao guarda-redes Conhé, por beber um copo de leite às 22:55 num café da cidade, quando estava a cinco minutos de casa, ou a presença de um gravador no balneário da equipa, após a derrota caseira com o Benfica (4-0) na última jornada do campeonato, que valeu o título nacional aos “encarnados”, numa tentativa dos dirigentes do clube descobrirem quem teria incentivado “com um cheque” os jogadores a ganharem aos “encarnados”.


“Eu nem conto, mas garanto que é verdade”, atestou Conhé, de 63 anos, lamentando que entre as “histórias diabólicas” persista na memória o “castigo saloio” e “rigoroso” pelo suposto atraso na hora de recolher a casa, sob a atenção de treinador e dirigentes: “eles viram-me a beber um copo de leite, nem era uma cerveja, mas mesmo assim fizeram questão de me multar”.


Presente na memória do ex-treinador de guarda-redes do Vitória de Setúbal, que jogou em Tomar enquanto cumpriu serviço militar na Escola Prática de Cavalaria de Santarém, o empate nas Antas, que “tirou o título ao FC Porto”: “joguei meia hora com a mão partida e ninguém deu por isso, só eu”.


Ao comando da equipa do União de Tomar, na “inesquecível” época de 1968/69, para Barnabé e Conhé, estava o argentino Óscar Tellecheia.


Actualmente, após sete jornadas, o clube tomarense, que completa 95 anos a 04 de Maio, ocupa a segunda posição na série 1 da divisão de honra do distrito de Santarém, com 34 pontos, menos nove de que o líder Riachense.



MIRANTE