quarta-feira, 1 de abril de 2009

OBRAS CARAS, FEIAS E INÚTEIS









Este não é um texto do primeiro de Abril. Infelizmente as fotos são como o algodão do anúncio -não enganam.
Antes do 25 de Abril, um pouco por todo o país, alguns intelectuais iam insinuando, nos cafés, que tinham rascunhos na gaveta, coisas de grande qualidade, mas que a censura... Meses e anos depois constatou-se que, na esmagadora maioria dos casos, tratava-se apenas de basófia mal arrumada. O mesmo parece ter sucedido com os fundos europeus. Antes, os autarcas e os governantes diziam querer fazer isto e mais aquilo, mas não terem dinheiro. E é verdade que até para concluir a A 1, Lisboa-Porto, foram necessárias verbas de Bruxelas, o que mostra bem a nossa real capacidade governativa. Conseguidos os fundos europeus com abundância, é o que se pode ver por esse país fora e aqui em Tomar. Afinal ninguém tinha planos devidamente articulados e programados no tempo. Na melhor da hipóteses, apenas obras desgarradas, algumas de utilidade muito duvidosa.
Aqui em Tomar, as fotografias são elucidativas: em qualquer dos casos, obras ou arranjos cuja utilidade não é conhecida. O horrivel paredão e respectivo talude, além de já terem provocado acidentes graves, e de causarem graves transtornos a quem por ali mora, trabalha ou se diverte, não servem rigorosamente para nada, senão para "encher o olho" dos papalvos. Essa história de protecção contra as cheias, não passa disso mesmo, uma história. Como se poderá constatar quando ocorrer uma inundação superior à média, as águas entrarão por aquele vão entre a Ponte Nova e a Moagem, como sempre aconteceu, por ser a zona mais baixa em relação à antiga muralha, agora tapada pelo paredão. Ainda que tentem remediar tal mazela, de nada servirá, pois a água entrará pela Levada, como também sempre tem acontecido, e assim sucessivamente...
Acresce que, em mais de 50 anos, o rio galgou as margens na zona urbana 3 vezes. Valerá a pena tanta preocupação, ou trata-se apenas de obras para inglês ver e pouco mais?
Com a nova ponte Mouchão-ex-Estádio acontece o mesmo. Sobre-elevada em relação às margens, esteticamente ficou horrivel, obrigando a instalar rampas e escadas que são de arrepiar. Justificação técnica -trata-se de precaução contra as inundações. Cabe perguntar: quando o rio inundar o Mouchão, o que nunca aconteceu em mais de 50 anos, inundará também o ex-estádio, cujo nível é nitidamente mais baixo; sendo assim para que servirá a ponte estar mais alta? Para abrigar os patos? A velha ponte de madeira prestou mais de 40 anos de bons serviços, e só uma única vez foi parcialmente levada pela cheia. Na ausência de reclamações, resolveram substituí-la porquê? Para esbanjar dinheiro?
Ainda no Mouchão, um pouco mais a norte, ali onde havia as casas de banho, vê-se agora um lajedo e uma estranha construção modernaça, que ninguém sabe para que serve. Solário para namorados? Cabine telefónica avantajada? Redoma para futura estátua em tamanho natural de quem a mandou fazer? Ninguém sabe ao certo. Sabe-se é que resolveram deitar abaixo o muro de protecção com assentos, que por ali havia, substituindo-o por uma grade de fraca qualidade. É assim. Num sítio fazem una ponte bem acima das margens, por causa das cheias. Noutros sítios, como no Mouchão e no ex-Estádio, susbstituem por grades metálicas os antigos muros de protecção contra as mesmas cheias. Se alguém perceber, por favor esclareça-nos.
Há também o mistério do antigo "Banco dos Namorados". Aquando da infeliz remodelação do Mouchão, resolveram acabar com ele, tendo até vedado o respectivo acesso pedonal e impedido assim o desfrute do belo panorama citadino. Porquê? Inveja? Ignorância? Insensibilidade? Ninguém sabe ao certo.
O deputado Miguel Relvas, mentor do PSD local e regional, disse uma vez publicamente que o anterior presidente era um dos melhores autarcas do país. Uma de duas -ou exagerou muito fortemente, ou então coitados dos munícipes por esse país fora.

15 comentários:

Anónimo disse...

Um deslumbrado inginheiro, novo rico de duvidoso gosto e fraco em estética, deu cabo daquilo que distinguia Tomar de outras cidades.
Quiz normalizar e matou as marcas impressivas e distintivas de um passado glorioso.

Mesmo assim ainda arranjou maneira de os eleitores lhe darem três maiorias absolutas!

Infelizmente foi o que tivémos e não adianta chorar sobre o leite derramado.

Será óptimo que a próxima edilidade não continue esta política de despesismo atroz e sem qualquer sentido Tomarense!

Depende de todos e de cada um!

Estes doze anos já chegam de brincadeiras caras e de muito mau gosto!!!!!

Viva Tomar!

Abaixo os seus assassinos!!!!!

Anónimo disse...

A culpa não foi dele! Os tomarenses não votaram nele por 3 vezes e em maioria absoluta? Então a cidade tem o que merece!

Anónimo disse...

Tudo vale a pena, escreveu o poeta. Até chorar sobre o leite derramado, em certos casos. Neste, por exemplo, tudo pode ser remediado a contento e por pouco dinheiro, salvo o paredão. Segundo um amigo engenheiro, tem fundações e levou ferro que davam para edificar um prédio de 30 andares (lagarto! lagarto! lagarto!).
Sobre o voto dos tomarenses, estamos esclarecidos. Só podiam e só vão poder escolher entre os que se apresentam, de forma que muito antes do escrutínio já a vitória está garantida. Se nada for alterado até Outubro, tudo indica que vamos ter uma câmara 3+2+2 podendo os três ser PSD (o mais provável) ou IpT. De qualquer das formas, com semelhantes cavalos, vença quem vencer, vai ser uma linda corrida. Ai vai vai!
Dizer que a culpa não foi do Paiva revela um inaceitável espírito de vingança rancorosa e rançosa. A culpa foi dele, sim senhor, pois manifestamente não tinha arcaboiço nem projecto para o desempenho do lugar, e mesmo assim candidatou-se, o que revela desonestidade intelectual. Entre outras coisas.

Anónimo disse...

É a sua opinião, e as opiniões são como os olhos do cú. Cada um com o seu.

Anónimo disse...

E onde estão os materiais "nobres" que foram removidos para dar lugar às "bimbalhadas" que agora podemos ver?
Passo a enunciar:

- Os seixos de rio, ou calhaus rolados, que pavimentavam as vielas da zona histórica.

- os magníficos bancos de jardim do Mouchão de assento duplo, e outros apenas de assento simples.

- os paralelipípedos em granito de algumas das ruas da zona histórica.

- as mesas e bancos corridos em granito que estavam no parque das merendas junto ao rio.

- os bancos em granito do jardim da Mata dos Sete Montes.

Isto é o que me ocorre de momento. Agradeço a quem se lembrar de mais alguma coisa que complemente o que acabei de enunciar.

Anónimo disse...

Segundo um amigo engenheiro, tem fundações e levou ferro que davam para edificar um prédio de 30 andares (lagarto! lagarto! lagarto!)."

A vingança do Paulino Paiva, não o deixaram construir o faraónico "fórum", aplicou o ferro no paredão à prova de canhão (rima e é verdade).

E o deck é um deslumbramento, dá para contemplar o Mercado e zona adjacente (o Centro de Emprego, este para os desempregados desesperados), o résort do Flecheiro é óptimo, com bons acessos a pé (tipo auto estrada a vermelho), o rio a partir da ponte até ao Padrão está magnífico.

En fim só coisas belas em benefício da comunidade!!!!!!!!

É o progresso a todo o vapor!

Anónimo disse...

É dia das mentiras.

Nada disto é para levar a sério.

Anónimo disse...

O senhor engenheiro Paiva amanhã fará uma palestra no Politécnico: façam o favor de ouvir um verdadeiro génio pois pelo que vejo o PSD qq dia domina esta Instituição. Responsável? A Dr. Graciete Honrado que aposta em Pedro Passo Coelho para futuro primeiro-ministro.
Vão colocar questões ao Paiva pois é ele responsável máximo, segundo o P8, pelas "monstruosidades" desta cidade.
Se P8 for homenzinho aparecerá pelo IPT confrontando na cara do Paiva aquilo que só consegue fazer no seu blogue.

Anónimo disse...

Já agora deixem-me falar-vos da cagada que estão a fazer no "adro" da igreja de Santa Maria.
O espaço foi dividido em "alvéolos" preenchidos com areia convidando ao gozo dos raios solares, qual praia das nossas costas.
Ou então à instalação de mais umas barraquitas de ciganos, já que hoje vi, cerca das 08H00, no largo da praça a polícia a chatear alguns que se instalaram "abusivamente" naquele local.

Anónimo disse...

Quero também lançar aqui uma ideia para uma nova manifestação socio-cultural em Tomar que certamente trará imensa gente a este buraco.

Trata-se do DIA DO CORTE DA ÁRVORE. Isso mesmo! Vamos "institucionalizar" esse evento a nível concelhio.
O mordomo vitalício pode ser o eng. Paiva. Os seus contra-almirantes seriam os srs. Ivo Santos e Carlos Carrão.
Faz-se uma parada englobando as forças vivas da cidade e restante concelho, ou seja, Juntas de Freguesia, clubes desportivos e associações culturais e recreativas. Cada representante desfilaria com um machado aos ombros com o nome da sua agremiação ou junta cinzelado no aço. À frente desfilariam os porta-estandartes. Nesses estandartes figurariam fotografias/litografias de antigos "podadores" já desaparecidos e os ainda vivos.
Tudo isto abrilhantado e alegrado pelas bandas cá do sítio.
O cortejo pararia nos locais da cidade onde ainda sobrevivem árvores mesmo a pedir que as "podem": Mouchão, Várzea Grande, Várzea Pequena, Av.Nuno Álvares Pereira, Pinal de Santa Bárbara, Mata dos Sete Montes, antigo parque de campismo, etc. etc.
Cada membro do cortejo designado para o abate daria um golpe numa árvore até ela cair. Poderia instituir-se o abate de uma árvore por zona.
Na parte final seguir-se-ia uma romagem às campas dos falecidos podadores. No final do dia haveria uma festa com muito álcool à mistura nos escombros do parque de campismo, com baile à volta duma grande fogueira alimentada pela madeira da(s) árvore(s) abatida(s).

Proponho que esta manifestação sejá bienal.

Anónimo disse...

Mais ainda:
No dia da cidade a Câmara municipal podia fazer entrega duma nova "condecoração": O MACHADO DE OURO.

Seria entregue àquele ou àqueles, enquanto membros duma associação, que durante o último ano mais se tenham destacado no combate à natureza, substituindo terra por cimento ou alcatrão, relva por plástico, árvores por pedras amontoadas, etc, etc,...é só escolher.

Anónimo disse...

TOTALMENTE DE ACORDO!

MAS, NÃO HÁ MACHADO QUE CORTE A RAIZ AO PENSAMENTO!

ISSO ESTES SERINGUEIROS AINDA NÂO CONSEGUIRAM!

NEM VÃO CONSEGUIR! NUNCA !!!!!!!!!!!!!

Anónimo disse...

Pois é pessoal. Continuem a votar neles. Continuem.

Mudem mas é a agulha, que esta gente já deu o que tinha a dar!

O Delgado é que os topou e já bateu em retirada. É o primeiro de muitos.

Anónimo disse...

Excelentes sugestões, sem sombra de dúvida. Tendo em conta o contexto actual, peço com humildade que considerem mais duas, a implementar quanto antes:
A)- Curso de formação profissional de mendigos, a ministrar na Escola Profissional; B) - Mestrado em "A arte de mamar e de viver à custa", a cargo do IPT;C)-Para Novas Oportunidades e Maiores de 23-"A arte de viver no Convento sem orar nem trabalhar", a assegurar pelo IGESPAR, que já fispõe, localmente e não só, de especialistas na matéria.

Anónimo disse...

Apoio a ideia do Dia do Corte da àrvore.

Comissão instaladora:

António Paiva "O Rotundo"
Ivo Santos "O Podador"
Carlos Carrão "O Dunga"
Manuel Faria "O Fitas"
Luis Ferreira "O Ram"
Corvêlo de Sousa "O Destemperado"
Virgílio Saraiva "O Hulk"
Pedro Marques "O Don"