sexta-feira, 24 de abril de 2009

ANÁLISE DA IMPRENSA LOCAL E REGIONAL

A situação complexa da IFM/Platex é o tema importante de toda a imprensa local e regional. "Futuro da fábrica Platex de Tomar dependente de apoios do Estado", publica O Mirante em manchete. "Vivemos em cima de um barril de pólvora", titula Cidade de Tomar, também em manchete e sobre o mesmo tema. Após leitura atenta, lá se consegue perceber a alegoria. Aquilo está em risco de ir tudo ao ar, incluindo os 240 postos de trabalho. Tudo visto e ponderado, se calhar teria sido melhor usar como título algo do género "Estamos atascados em trampa até ao pescoço e já mal aguentamos o cheiro". Podia ser que assim o governo aceitasse mais depressa desembolsar a soma que lhe pedem, a pretexto de acabar com as fossas, em defesa do ambiente.
Outro tema comum aos quatro periódicos é a demissão de Graça Costa, da Assembleia Municipal, da Comissão Política e de militante do PSD, após trinta anos no seio do partido. É a segunda demissão importante em pouco mais de um mês, ambas por alegadas divergências ideológicas com a actual liderança de facto de Miguel Relvas. Sendo certo e sabido que, em termos de ideologia, o PSD é um "albergue espanhol", onde cada um só encontra aquilo que para lá leva, fica-se com a forte impressão de que a real causa dos citados abandonos foi a seriação dos lugares nas listas eleitorais. Na verdade não deve ser nada fácil, após tantos anos de dedicação à causa, ver-se ultrapassada/o por independentes do tipo do César na Gália -"Cheguei, vi e venci".
Ainda no âmbito do lento desmoronar do PSD local, registo para a reacção muito curiosa do actual presidente do PSD/Tomar, Luis Vicente, veiculada pelo Templário: "As pessoas são livres, não tem qualquer problema ... não somos um grupo de carneirinhos". Poderá ter toda a razão deste mundo. Mas da fama já ninguém os livra, a partir do momento em que o actual presidente da Câmara declarou que continuará a cumprir o programa de António Paiva, quando afinal toda a gente sabe que não há programa nenhum. Só o "quero, posso e mando". Neste caso à distância, ou por controle remoto.
Na semana em que se completam 35 anos sobre o 25 de Abril, Cidade de Tomar refere o assunto em duas páginas discretas e uma modesta chamada de primeira página, mesmo assim com um cravo vermelho. Quanto ao Templário, tido como o semanário da esquerda local, nem ai nem ui. Só os alunos da Secundária 3/Santa Maria do Olival é que tratam o tema com algum relevo, numa espécie de jornal escolar de parede, nas páginas 16 e 17. Sem qualquer referência na primeira página. Há coisas que custam a entender. Deve ser da idade...
Ainda no Templário, a habitual colaboração da senhora Fernanda Leitão, antiga directora do periódico nos idos anos 70 do século passado, forçada a fugir para o Canadá (onde ainda reside) para não honrar as numerosas dívidas contraídas e para se escapulir às múltiplas convocatórias dos tribunais, na qualidade de arguida, por múltiplos abusos de liberdade de imprensa. Estamos agora numa democracia ampla e estabilizada, pelo que não se entende de todo quais os objectivos explícitos e implícitos que pretende alcançar com a sua prosa peçonhenta e pouco respeitadora da verdade dos factos, quando isso lhe convém. Certo é que peças dessa senhora como a desta semana, por exemplo, não ajudam nada a prestigiar o jornal. Pelo contrário.
Como habitualmente, os dois semanários regionais, O Mirante e O Ribatejo, quando tratam qualquer assunto, tratam-no como deve ser. Assim acontece esta semana com o 25 de Abril. O Mirante publica uma excelente e oportuna entrevista com o Coronel Carlos Matos Gomes, um dos militares de Abril. Por sua vez, O Ribatejo, além de uma enorme fotografia/recordação na primeira página, fornece aos leitores, num destacável com 8 páginas, a edição fac-similada do relatório da operação 25 de Abril, escrita e assinada por Salgueiro Maia, com apresentação de José Niza. Para quem goste de informação de qualidade.
Ainda n'O MIRANTE, destaque para a habitual secção "Última Página", assinada pelo dono do jornal, esta semana com o título "Rosa do Céu e Vanda Nunes". Destacamos algumas passagens: "As mexidas nas regiões de Turismo já começaram a mostrar como o sistema está podre e caduco e apenas obedece a regras partidárias e a interesses inconfessáveis.
A escolha de Rosa do Céu para presidir à Região de Turismo de Lisboa e Vale do Tejo já deixava adivinhar esta trapalhada. Rosa do Céu não é um bom político e muito menos será um bom gestor. ... ... ...Rosa do Céu foi para a Região de Turismo... ... ...com todos os defeitos que tinha como presidente da Câmara de Alpiarça: medroso, calculista, ensimesmado, com a paranóia da perseguição. Acima de tudo incapaz e inábil. Só a sua ligação à família de Mário Soares é que lhe poderá ter dado este cargo que ele não merece nem tem estatuto para ocupar." Querem ver que, pelo caminho que as coisas levam, ainda vamos ter Manuel Faria a presidir à nova entidade? Já faltou mais!
Depois de ler os excertos que antecedem, quem é que ainda se admira de que aqui no blogue se goste cada vez mais do que é de fora? Há alguém que não goste do que é bom? Quem é que costuma dizer que a imprensa tem de ser moderada, por causa dos anunciantes? O MIRANTE não precisa de publicidade, tal como os outros? Bem diz o povo -"Os maus dançarinos dizem sempre que é do chão que é torto."

23 comentários:

Anónimo disse...

"bem como um Instituto Politécnico, cuja absorção pelo de Santarém ou de Leiria deve ser uma questão de meses."

MESES TÓ SÃO 12, 24, 36, 48, 60?
OH TÓ ESPERAVA-TE MAIS A PAR DA SITUAÇÃO. O POLIÉCNICO VAI FECHAR SABIAS? É PARA CHEGARMOS AOS 500.000 DESEMPREGADOS OFICIAIS.


SELF MADE MAN!

Anónimo disse...

Se se está à espera que o Estado enterre dinheiro na Platex tirem o cavalinho da chuva.

Tem estado a fazê-lo nos bancos pelos mesmos motivos: gestão danosa.

Só que no caso da Platex os dividendos que se podem tirar duma possível recuperação são mínimos, senão mesmo nulos!

Anónimo disse...

É o esvaziamento de Tomar, cidade templeira, cidade cigana. Pelo que me toca quando chegar a altura da minha aposentação passo-me "à la française". Mesmo agora já pouco por cá paro. Só o estritamente necessário que é o tempo de trabalho e de sono. Todo o resto agarro no meu meio de transporte e ála que se faz tarde. Até nas compras só gasto em Tomar o essencial que é a comida. Tudo o resto é adquirido fora. Razão para isso? Os preços mais baixos que se praticam a nível de electrodomésticos, roupa, entretenimento, etc.
Para não falar da oferta que nas outras terras é muito melhor e mais variada.
Isto tornou-se um beco.

Anónimo disse...

Sem Politécnico, sem Platex, sem as outras empresas o que resta a Tomar? Ser um dormitório de funcionários públicos como queria o Paiva?
Opção errada! O funcionalismo público já era. Não tarda muitos anos e os trabalhadores mais mal pagos do país serão os do Estado.
Ah, já sei!!! O que vai salvar isto é o turismo!!!

Anónimo disse...

Difícil é perceber como é que se pode dizer que o Governo pode intervir na Platex, quando não compete ao Governo intervir em Empresas Privadas.

Além de mau jornalismo é tentar esconder a verdade nua e crua como ela é.

Anónimo disse...

Exactamente!

Anónimo disse...

Eu até nem os culpo pelo mau jornalismo que exercem. Imprensa regional, rádios regionais é tudo esterco de baixíssima qualidade. Não sabem mais, mais não podem dar! Podiam era estar quietos, isso sim, estou de acordo consigo! A única coisa que eu conheço que é regional e de boa qualidade é a doçaria...mas mesmo até essa é ameaçada pelos vampiros da ASAE.

Anónimo disse...

Também acho que o jornalismo que se faz nesta terra é muito mau.
Não presta para nada... Rigorosamente para nada. Perguntem ao Manel Faria que ele explica como se faz bem!
Perguntem ao Rebelo que ele também sabe como se faz!
Perguntem ao Emidio do Mirante que também sabe como se faz!
Perguntem ao José Gaio que ele também sabe como se faz.

E eu pergunto: Se o jornais da terra não prestam porquer se fala tanto neles?

O Observador

Anónimo disse...

O jornalismo em Portugal, quer a nível nacional, quer a nível local é, regra geral, uma desgraça.

Os bons jornalistas estão cercados, controlados, se é que ainda existem. E de tal maneira que a maioria interiorizou a censura. Nem já é preciso censurar os seus textos. Eles sabem o que devem escrever, como escrever, para defender os seus empregos, para defender os seus interesses.

Anónimo disse...

JULGO QUE OS JORNAIS DA TERRA NÃO TÊM QUALIDADE.
ACHO QUE OS SEUS DIRECTORES DEVERIAM ESTAGIAR NUM QQ "EXPRESSO" OU "O SOL".
ACHO QUE SERIA BOM APLICAR AOS PASQUISN DA TERRIOLA O ESTRANGEIRISMO "BENCHMARK".
E ACHO QUE O TÓ É UM EXCELENTE COLUNISTA MAS CÁ COMO EU SÓ PAGANDO-LHE!

SELF MADE MAN!

Anónimo disse...

"Difícil é perceber como é que se pode dizer que o Governo pode intervir na Platex, quando não compete ao Governo intervir em Empresas Privadas".

Ah não! Então para que serve o Estado e os governos?

O amigo deve andar descuidado a ouvir os liberais de meia tijela da nossa praça e não ouve mais nada.

Então porque é que as empresas, os seus gestores e proprietários não se cansam de pedir apoios ao estado? De resto quase sempre gastam mal os apoios que lhes são concedidos, em grande parte abotoam-se com eles.

Ponho de parte os problemas da banca. Vê-se que anda mesmo perdido a ouvir líderes e teóricos partidários a lançar borjadas de conveniência para enganar lorpas.

Anónimo disse...

"SELF MADE GAY a director do jornal dos maricas. Sem "Benchmark"..."

OH SENHOR LÁ POR EU CUIDAR DO CORPO E DO ESPÍRITO SOU MARICAS? DEPILO-ME, FAÇO SOLÁRIO NATURAL, USO CREMES HIDRATANTES E AS MULHERES ADORAM-ME. ISSO FAZ DE MIM MARICOLAS?
POIS CÁ TEMOS UM VERDADEIRO MACHO QUE SE PEIDA EM PÚBLICO, LIMPA O SALÃO EM PÚBLICO, ARROTA EM PÚBLICO E TEM A UNHA DO DEDO MINDINHO AGUÇADA PARA SABE-SE LÁ FAZER O QUÊ, EHEHEH!
OH HOMEM SE NÃO ÉS BONITO FAZ-TE BONITO E COMO DIZIA DALI: SE NÃO ÉS UM GÉNIO FAZ-TE UM :-)


SELF MADE MAN!

Anónimo disse...

JULGO QUE OS JORNAIS DA TERRA NÃO TÊM QUALIDADE.
ACHO QUE OS SEUS DIRECTORES DEVERIAM ESTAGIAR NUM QQ "EXPRESSO" OU "O SOL".
ACHO QUE SERIA BOM APLICAR AOS PASQUINS DA TERRIOLA O ESTRANGEIRISMO "BENCHMARK".
E ACHO QUE O DOUTOR ANTÓNIO REBELO É UM EXCELENTE COLUNISTA MAS CÁ COMO EU SÓ PAGANDO-LHE. ALIÁS ACHO QUE ATÉ AGORA NÃO SURGIU NINGUÉM COM A SUA CATEGORIA :-)

E SE MAL LHES PERGUNTO O QUE ACHAM DA NOVELA DO FREEPORT E DA LUTA TVI/SÓCRATES E A SUA ÉTICA REPUBLICANA?
EU ACHO QUE SÓCRATES ESTÁ LIXADO POIS É CULPADO MAS VAMOS VER QUEM PROXIMAMENTE DARÁ COM A LÍNGUA NOS DENTES ;-)


SELF MADE MAN!

Sebastião Barros disse...

Para anónimo das 16:04:

A resposta à sua pergunta é óbvia. Fala-se nos jornais de cá exactamente por se entender que não cumprem a sua missão como seria desejável. Quase todos os leitores partilham desta opinião, mas assumi-la publicamente, tá quieto, que eu não sou herói e o calado foi a Lisboa e veio sem pagar bilhete. Tomarensadas!

Sebastião Barros disse...

Se o governo entender que deve ou é forçado a intervir na IFM/Platex, designadamente para manter os postos de trabalho,e de maneira transitória,no meu entender o melhor seria sob a forma de empréstimo ao preço do mercado interbancário. Naturalmente deveria, como condição prévia, impôr uma auditoria e subsequente reestruturação da empresa. Tudo devidamente acompanhado.
O tempo dos subsídios a fundo perdido,sempre a cair em saco roto, com sucede designadamente com os clubes, já lá vai. Os cachorros são cada vez mais e a cadela não pode com eles todos. Mesmo por turnos.

Anónimo disse...

ÚLTIMA HORA

Segundo informação de alguns trabalhadores da Platex, a administração mandou selar e fechar a cadeado e barras de ferro os portões e portas de acesso às zonas de fabrico ao fim da tarde de sexta-feira, dia 24 de Abril. Presume-se que esta medida tenha a ver com a decisão de os trabalhadores se apresentarem ao serviço no dia 26 conforme tinha sido veiculado pela própria administração.
Este acto é entendido pelos trabalhadores como o canto do cisne da empresa que não voltará a laborar.
Para já de fora ficam os trabalhadores administrativos a quem nada foi explicado, presumindo-se que possam apresentar-se ao trabalho na próxima segunda-feira.

Esta situação é premeditada pela administração, uma vez que, segundo ainda alguns trabalhadores da linha de fabrico e dos armazéns, continuam a chover encomendas que não têm qualquer hipótese de ser atendidas porque não há compra de matérias primas. A administração, é o sentimento geral, pretende encerrar a empresa, sendo algumas das "démarches" levadas a cabo pelo proprietário apenas pura encenação.

Anónimo disse...

A Administração NÃO PODE MANTER A LABORAÇÃO, porque não tem dinheiro para pagar aos fornecedores. A Banca não lhes empresta nem mais um cêntimo.

Que fazer?
Vender o corpo do sr. Themudo barata, o administrador?
Ou pô-lo a render nas 3 Azinheiras?

Anónimo disse...

Se a empresa tem encomendas (há quem diga que tem), só há uma solução:

-Nomear uma nova gerência, ouvindo também os trabalhadores.

Em empresas que têm viabilidade económica e estão como estão, jamais sairão do imbróglio com a mesma gerência.

E não é preciso ir a Coimbra para saber isso. Os trabalhadores devem nomear uma comissão para tratar do assunto com o órgão respectivo do Estado.

É evidente que a Câmara não pode ficar a olhar para o lado. Será que o PC não se envolve na busca de uma solução? Se sim, é um grande banana.

Anónimo disse...

Ouvi dizer que a empresa Platex tem poucas dívidas de clientes. Se assim é, então onde pára o dinheiro recebido? Foi para a holdung em Portugal? Está na off-shore do Luxemburgo, que tanto quanto julgo saber se chamará Finwood?

Anónimo disse...

Holding...não holdung.
peço desculpa pelo lapso.

Anónimo disse...

Ou então nas propriedades que comprou segundo parece. IUma ou duas no Alentejo e mais algumas no norte do país.

E os fornecedores a berrar de há muito tempo a esta parte.

Anónimo disse...

Conversa comuna, típica de que os culpados são sempre os patrões.

Não se preocupem: os patrões fecham a empresa e deixam todos de se preocupar.

Mas, no meio disso, a vida de quem precisava de trabalho melhorou? Ou vai melhorar?

A resposta sabem-na bem.

Anónimo disse...

O comentador anterior deve ser dos que vive a chular a reforma da mamã. Os trabalhadores da Platex sentem-se roubados pelo patrão que não ergueu a empresa do nada, e aproveitou estes anos todos para a descapitalizar. O sentimento de revolta é apolítico, é humano acima de tudo.
Por isso, seu chulo, pare de rotular as opiniões de quem aqui expões, não a sua própria experiência neste caso, mas as de outros que as vivem na carne e que lhe são próximos!