Para começar, repare naquele penacho alí do lado direito da torre, junto ao vão da janela. Já percebeu agora para que são as obras? Para o penacho, pois claro!
Passando a coisas sérias, Tomar a dianteira constatou, aqui há tempos, que havia entre a torre e a igreja uma grave lacuna no projecto. Não previram o escoamento das águas pluviais e o problema é complicado por dois motivos. Por um lado a água, como se sabe, é obstinada; corre sempre do nível mais alto para o mais baixo. Por outro lado, o canal de escoamento situado do lado norte, corre de nascente para poente. Dado que no corredor torre-igreja a inclinação é no sentido norte sul, o tal canal já citado não pode servir de ligação. A não ser que escavem um vala para instalar a ligação até um ponto mais baixo no canal referido, mas isso vai implicar o atravessamento de quase metade da esplanada, ou até mais. Entretanto, presume-se que buscando uma solução, aquela parte da esplanada está por acabar. Até os calceteiros aguardam para completar a calçada.
Esclarecendo que nem o actual responsável técnico, Eng. Caetano, nem o anterior, Eng. Monteiro, têm quaisquer culpas no cartório, pois a lacuna é dos projectistas e de quem aprovou o projecto a nível político, sem ver bem o que estava a fazer, Tomar a dianteira resolveu dar uma achega, que vale o que vale, mas tem a vantagem de facultar uma hipótese de solução, rápida e pouco onerosa.
Como é do conhecimento geral, projectistas e construtores não gostam mesmo nada de coisas velhas ou antigas. Novo é que é bom. Com tal mentalidade, sempre que podem, a primeira coisa que fazem é deitar abaixo, demolir, destruir tudo o que estorve a modernidade. Foi exactamente o que aconteceu com as obras à volta de Santa Maria dos Olivais. Foi tudo a eito, para agora refazerem quase exactamente aquilo que antes destruiram. Nessa fúria contra o passado, arrancaram a sarjeta existente do lado esquerdo de quem desce a escadaria, a qual sempre assegurou o escoamento daquela zona, tanto no tempo em que passava por ali a estrada de Marmelais de Baixo, como mais tarde. Sendo assim, parece-nos que o mais indicado será escavar por ali, até encontrar o antigo colector pluvial que ligava ao Ribeiro Salgado, nas traseiras da igreja... Aqui fica ideia, sem encargos para ninguém. É a nossa boa acção de hoje.
1 comentário:
Mas como Tomar já ganhou ao Entroncamente em matéria de fenómenos, pode ser que neste caso a água corra de baixo para cima e, assim sendo, estará tudo resolvido.
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