terça-feira, 21 de julho de 2009

ASSIM VAI O MUNDO - CALIFORNIA - USA - 1

O governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, que procura exterminar uma grave crise económica sem, por enquanto, saber como. No cinema é tudo muito mais simples...e já está previsto.

Nota prévia: Alguns dos cidadãos que fazem o favor de nos ler, lamentaram que apenas aqui fosse dado relevo a países ainda mais atrasados do que o nosso em matéria de economia. Sem esquecer que, em economia como no resto, as coisas são o que são, pelo que devemos relatar o que se passa e não aquilo que nos agradaria, decidimos apresentar agora a crise californiana. Tendo em conta que a narrativa-base, do LE MONDE, como habitualmente, é assaz longa, dividimo-la em 3 posts.
O ESTADO DA CALIFÓRNIA TENTA ESCAPAR À FALÊNCIA
"Começamos pela base. Em termos económicos, a Califórnia é o estado mais rico e mais povoado dos Estados Unidos, com quase 37 milhões de habitantes. Produz 10% da riqueza do país e seria a oitava economia do mundo (O Brasil é a nona e a Espanha a décima), se fosse um país independente. A capital económica é Los Angeles e a administrativa em Sacramento. A crise económica é gravíssima. A dívida pública está avaliada em 47,6 biliões de euros e o défice orçamental em 18,6 biliões de euros. Os eventuais aumentos de impostos só podem ser efectuados após aprovação pelo parlamento estadual, com uma maioria de dois tercos. Em política, o governador é um republicano moderado, mas o parlamento é de maioria democrata.
A população engloba 40,9% de brancos, 35,5% de hispânicos, 12,4% de asiáticos e 6,1% de afro-americanos.
Como evitar a falência do Estado da Califórnia? As suas finanças são um verdadeiro desastre e, na tarde de 17 de Julho, 17 dias após o início do novo ano fiscal de 2009/2010, os deputados ainda não votaram o orçamento. O governador, Arnold Schwarzenegger, recusa assinar um documento que prevê um défice de 18,6 biliões de euros, alegando que iria afundar ainda mais na crise o "Golden State".
Entretanto, sem verbas disponíveis, o governo californiano começou a aplicar medidas de urgência. Facturas são liquidadas com reconhecimentos de dívida em papel, ou "IOUS" ("I owe you" = devo-lhe), e as vagas de "furlougs" (férias sem salários) já estão anunciadas para os funcionários governamentais.
A taxa de desemprego, que atingiu 11,6% em Junho, contra 7% um ano antes, está acima da média nacional, que é de 9,5%. A Califórnia está assim, em termos de desemprego, em 6ª posição, logo depois do Michigan, Rhode Island, Oregon, Carolina do Sul e Nevada. Nestas condições, as agências de notação financeira, cujos índices são usados para estabelecer os juros dos empréstimos, baixaram consideravelmente a nota do estado da Califórnia, que está agora apenas alguns pontos acima do estatuto de "junk bond" (activos tóxicos, ou obrigações podres). Nada brilhante, por conseguinte, para um território que é, de facto, a oitava potência económica mundial. (Continua).
Claudine Mulard, correspondente do LE MONDE em Los Angeles
Nota prévia, tradução e adaptação de A. R.

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