sexta-feira, 3 de julho de 2009

A ROTINA E AS PROEZAS

Estado em que se encontra um espaço da Rua do Centro Republicano, n.o qual foram achados uns vestígios nunca cabalmente identificados
Estado em que se encontra o Rio Nabão, entre a Estalagem, o Hotel e o Açude dos Frades.

Buraco provocado por uma reparação urgente, ali ao lado da Residencial Trovador, que já tem mais de dois meses.


As três ilustrações acima são apenas pequenos exemplos daquilo que pretendemos demonstrar: a autarquia não consegue assegurar, de forma capaz, os serviços mínimos, as obrigações básicas que tem para com os cidadãos contribuintes. Sarjetas, passeios, calçadas, ruas, espaços verdes, árvores, quase tudo indicia falta de adequada manutenção, falta de atenção, falta de cuidado, falta de reparação. Apesar deste estado de coisas, os nossos autarcas persistem na ideia segundo a qual com obras novas é que conseguiremos melhorar as condições de vida das pessoas. Bem vistas as coisas, nem sequer surpreende que assim aconteça.
Nos anos 70 do século passado, (já aqui foi dito, mas vale a pena repeti-lo) havia na Mata dos Sete Montes 16 funcionários e no Convento 5. Quase 40 anos depois, acontece exactamente o oposto: há mais de 30 funcionários no Convento e apenas um na Mata. Porque será? No nosso pobre entendimento, e à falta de melhor explicação devidamente fundamentada, porque enquanto na mata se tratava de trabalho braçal, como se dizia antigamente, no Convento é mais emprego do tipo administrativo e/ou intelectual. Mas o resultado é semelhante. Se a Mata está praticamente ao abandono, no Convento continua a haver carências de toda a ordem, das visitas guiadas a uma entrada decente, passando por casas de banho acessíveis ou saída devidamente assinalada.
Além dessa tendência para ir diminuindo os postos de trabalho e aumentando os empregos, é do conhecimento geral que os portugueses sempre tivemos uma tendência inata para a proeza, em detrimento do trivial bem feitinho. Se a isto juntarmos as pressões (legítimas) das empresas de construção civil e obras públicas, que ajudam a pagar as campanhas eleitorais aos partidos, cujos dirigentes sabem muito bem que ninguém dada nada a ninguém, temos o caldo de cultura onde proliferam os casos bicudos do nosso quotidiano. Com a aproximação das eleições, anunciam-se obras um pouco por todo o lado. Não de reparação, de manutenção, mas novas ou, no mínimo, de requalificação, vocábulo que permite praticamente tudo. Neste momento até já está prevista a demolição da Estação Rodoviária que, sendo assim, nem chegará a fazer 40 anos de existência e que sempre foi largamente suficiente para as necessidades. Simultaneamente, ainda nem começaram as obras dos Museus da Levada, o novo Elefante Branco cá do sítio, um empreendimento para mais de 6 milhões de euros (um milhão e duzentos mil contos), em que a autarquia terá de pagar directamente pelo menos 25%) e já o Instituto Politécnico conseguiu da União Europeia 65.000 euros ( 13 mil contos, para "Animação e Dinamização Científica e Pedagógica do Museu da Levada"). A este propósito, só duas perguntas, por agora: 1- Onde é que o IPT foi arranjar experiência em gestão, animação, dinamização Científica e Pedagógica de Museus que ainda não existem em Tomar nem, que se saiba, em qualquer outro lado? 2- Uma vez esgotado o subsídio agora obtido, quem vai assegurar a continuidade?
Perante tanta fartura de iniciativas e/ou de propostas, tanto por parte da maioria PSD como da oposição, não podemos deixar de pensar naqueles atletas que nem sequer conseguem os mínimos para irem aos campeonatos regionais, mas lá vão tentando convencer os adeptos de que irão aos Jogos Olímpicos. Para ganhar, pois claro!
Bem dizia o historiador romano, já lá vão quase 20 séculos: na extremidade da Hispânia vive um povo, os lusitanos, que nem se sabe governar, nem consente que o governem...
E naturalmente, como sempre, os visados irão retorquir que somos uns invejosos e que isto tudo não passa de má-língua. Explicar as coisas é que nem pensar. Daria muito trabalho e os resultados seriam incertos. Como se diz no mundo do futebol: A melhor defesa ainda continua a ser um bom ataque. Não é assim?

4 comentários:

Anónimo disse...

E se o Sebastião Barros quiser investigar há uma situação ali para os lados da Longra onde uma indústria está a queimar uns certos resíduos altamente tóxicos, vindos de Espanha onde a sua queima está proibida, sem que ninguém faça nada, mesmo depois de protestos das pessoas residentes na área.
Ao que ouvi a Câmara de Tomar faz ouvidos moucos e olhos de cego, a ASAE já lá foi mas só pode investigar papéis e mesmo assim parace que avisa antecipadamente quando vai lá, e as restantes autoridades não se mexem.
Ao que parece existe uma "entente" para calar o assunto...

É de ver...

Anónimo disse...

O Dr. João Simões era e penso que ainda é amigo do Dr. Pedro Marques e eu já disse quais as razões aparentes para o barbicha de bode (Sr. Soares) estar em terceiro lugar: interesses!!!
O Dr. João Simões é um homem simples e comedido nos seus gastos. Não é rico e não tem imóveis para servirem de sedes ao Dr. Pedro Marques. Foi uma injustiça ao Dr. Simões que já deveria saber há muito que se verificaria e por isso lhe retirariam o tapete. Estou, contudo, com o Dr. Marques pois não há melhor gestor da câmara para os próximos anos mas não vai ganhar.
Eu tenho mais do que fazer do que ser assessor, participar em campanhas e apoiar nos jornais o Dr. Marques embora diga e repita: o meu voto e dos meus familiares próximos vão para o Dr. Pedro Marques.
Uma nota final: as pessoas ligadas à música nunca podem ser vereadores de nada pois vivem na lua. O Sr. Soares se é músico eu sou fadista pois ele é muito esperto, vive na terra e sabe o que quer para si. O sr. Soares éINTERESSEIRO e o Dr. Simões é ALTRUÍSTA. Acredite quem quiser. Só espero que os IpT consigam eleger o Dr. Marques para vereador pois não há possibilidade de ser mais presidente em Tomar (e já estou a ser optimista moderado)... mas é o melhor... só que são as pessoas que votam e ao que sinto, vejo, oiço e leio não o querem mais para Presidente e isso será muito mau para Tomar.
Dia 11 de Outubro veremos se tenho ou não razão... mas raramente me engano.

Julião Petrúchio :-)

Anónimo disse...

Pedro Marques não será jamais presidente de Câmara, porque não trabalhou para isso.
Aceitou o Soares, porque espera que este lhe pague a campanha com os milhões que vai receber de indemnizações das Câmaras que pôs em Tribunal.
Cá para mim, o Pedro ainda é que vai ter que pagar.
È vida!!!

O lacaio

Sebastião Barros disse...

Para anónimo das 19:30:

Aqui em Tomar a dianteira já temos bastante que fazer com a situação política local e com o triste estado da economia no concelho. Por isso, falta-nos tempo e competência para abordar o assunto que nos trouxe. No seu lugar, escreveria ao Procurador da República junto do Tribunal de
Tomar e/ou à directoria da PJ em Leiria. Mas o ideal mesmo seria falar pessoalmente ou por telefone em ambos os locais, solicitando naturalmente o anonimato que a lei lhe faculta. Ou já não confia nas nossas autoridades?